O Secreto e o Público - Jejum

O SECRETO E O PÚBLICO - O JEJUM

“Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram o rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam, em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.”  (Mt 6:16)

     O jejum é uma prática poderosa para que a realidade da Palavra de Deus e suas promessas se cumpram na nossa vida. Dizer NÃO à nossa carne, às nossas vontades, é sem dúvida um tratamento eficaz para que Cristo faça a sua poderosa obra em nós. Quando Deus criou o homem, o fez no sexto dia. Todas as coisas já haviam sido perfeitamente feitas, nada havia para se fazer. Criou o homem e o fez descansar no sétimo dia. O primeiro ensino que o homem recebe de Deus é que Ele não nos fez para que O ajudássemos. Ele não precisa da ajuda do homem. O Senhor criou o homem para que este manifestasse a vida do próprio Deus, seu governo, seu reino e desfrutasse então da Sua gloriosa presença.

     Esses dias vi uma frase engraçada, mas de uma realidade muito forte que dizia: Meu querido, desculpe te decepcionar, mas a Terra gira em torno do Sol e não de você”. Não somos o centro das atenções, somos convidados por Deus para fazer parte desse projeto maravilhoso de espelhar a Sua glória através da nossa vida. Quando entendemos isso, entendemos a realidade do Reino do Senhor! 

     Gosto de jejuar, sinto que Deus age muito quando jejuamos. Exatamente porque o jejum é uma afirmação dessa realidade acima: Matar a nossa carne com as nossas vontades. Expressar de uma forma física que podemos ficar sem “receber” (no caso alimento por um determinado tempo) é expressar a realidade de que não somos o “centro das atenções”, e sim chamados a expressar a realidade de Cristo. A respeito de João Batista se diz: “Ele não era a Luz, mas veio testificar da Luz” (Jo 1:8).

     É como a Lua que não tem luz própria, que sozinha não é absolutamente nada. Mas que reina soberana na noite escura, porque o seu brilho é o reflexo do Sol. Quando o sol nasce, se recolhe humildemente ao Seu lugar, dando-lhe toda a Glória devida, pois sabe que a Terra não gira ao redor dela, ao contrário, é ela quem tem a função de iluminar a Terra nas noites escuras. O jejum não é um ato de busca de recompensa, mas uma atitude de mortificação da nossa carne. Mortificados na carne, temos o poderoso agir do Espírito Santo formando Cristo em nós. 

     Não sei se você entendeu, mas nós não fomos chamados para “ser abençoados” somente. Essa benção dele precisa ser refletida em outros: “Farei de ti uma grande nação, te abençoarei, e engrandecerei o teu nome, e TU SERÁS UMA BENÇÃO”. (Gn 12:2). Ser abençoado para ser uma benção! Infelizmente, muitos entendem tão bem a primeira parte, que é ser abençoado, mas não tem refletido a segunda e tão importante: Uma vez abençoados, somos benção. Uma vez iluminados, passamos a iluminar! Uma vez alcançados, saímos a alcançar!

     O Jejum vai nos lembrar disso. O jejum não é uma prática de barganha com Deus, mas um processo de lembrança, que nos ensina que podemos sim, dizer não a nós mesmos. O jejum é uma prática de maturidade. Não somos mais meninos que quando ouvem um não, fazem birra, se aborrecem e se entristecem. Somos homens, maduros, edificados, que entendemos que “negando-nos a nós mesmos” glorificamos ao Senhor da Nossa Vida.

     Jejuar sem querer parecer aos homens. Fazer tudo para a Glória de Deus. Essa é a instrução de Jesus a nós. Que o secreto da nossa vida possa respaldar aquilo que Ele quer fazer no público! Deus nos abençoe. 

Pr Marcos Reis


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