Salmos (3º Livro 73 ao 89) - Salmo 73

Salmo 73 - Até que entrei no Santuário

     Existe uma conexão maravilhosa entre os Salmos e o Pentateuco. Compreender essa ligação faz com que consigamos enriquecer muito nosso conhecimento e experiência da mensagem bíblica. Os Salmos são divididos em cinco livros, assim como o Pentateuco.

     O primeiro livro de Salmos é composto pelos salmos 1 ao 41; o segundo, compreende os salmos 42 ao 72; o terceiro, do 73 ao 89; o quarto do 90 ao 106 e finalmente o 5º livro é composto pelos salmos de número 107 ao 150. Isso é muito interessante porque podemos perfeitamente relacionar cada livro, como falamos, em sua ordem, com os cinco livros do Pentateuco. Se o BERESHIT (Gênesis) começa com a criação e separação entre luz e trevas, o primeiro livro de salmos começa falando da diferença e separação entre santos e ímpios. SHEMOT (Êxodo) retrata o processo de entrada e libertação do povo do Egito, e é acompanhado com o segundo livro que se inicia falando do anseio da alma pelo Deus Vivo num deserto de sequidão! Chegamos ao terceiro livro de Salmos cujo enfoque principal é a aproximação ao tabernáculo, à presença do Senhor. Esse livro tem dos seus 17 salmos, 16 escritos por levitas, é um chamado do Senhor para os seus santos e não poderia ser diferente, VAYIKRA (Levítico), ter como significado a expressão “Chamou o Senhor” e a relação dos levitas com o tabernáculo, a presença de Deus. Bamidbar (Números), é a peregrinação no deserto ligada com a provisoriedade da nossa vida terrena do Salmo 90, início do quarto livro e Devarim (Deuteronômio), o resumo da Lei, após a vitória sobre os quarenta anos no deserto, tem ligação com os salmos de celebração e louvor intenso composto pelo último livro. Maravilhosa conexão que só pode ser obra do Espírito Santo, o Autor por excelência da Bíblia Sagrada.

     Sobre o Salmo 73 em questão, início desse TERCEIRO livro de Salmos, escrito pelo Levita Asafe, temos muito a dizer, ainda mais olhando a situação desse mundo atual e por que não, da nossa nação especificamente. Entendemos ser uma chave para viver nesse tempo agradando o nosso Senhor

     Asafe começa numa crise muito comum mesmo àqueles que são santos do Senhor: Como lidar com as injustiças e o aparente sucesso do plano dos ímpios? Como nos mantermos firmes diante desse quadro, agradando e sendo aprovados por Deus? O versículo chave desse salmo fala: “Até que entrei no santuário de Deus e entendi o fim deles” (73:17). A tentativa natural de Asafe em tentar compreender todo esse processo é inútil, o deixa sobremaneira perturbado (73:16), amargurado como um animal irracional, embrutecido (73:21-22).

     Enquanto terrenos, seremos tentados a ter inveja do aparente sucesso dos ímpios. Acharemos que a vida de quem está longe de Deus é livre de dores e que não receberão o juízo do Grande Deus que garante e justiça. Asafe quase se desviou por causa desse pensamento (73:2). Precisamos ter este cuidado especial: nada desse tempo presente será compreendido pelos olhos naturais. Se tentarmos e insistirmos nisso, colocaremos em risco a nossa alma. Precisamos nos aproximar do Senhor, “entrar no santuário” (leiam Hb 10:19-20). O povo de Deus, como sacerdotes do Senhor, tem NELE e somente NELE toda a sua herança. Temos no céu um Deus e isso nos enche de prazer ao cumprir nossa breve passagem por essa peregrinação. Devemos nos aproximar do Senhor e experimentar a maravilha desse ato! Nosso refúgio está em Deus nos momentos de dificuldades que porventura passemos nesse breve tempo em que estivermos aqui. Um Asafe curado no entendimento, encontra seu propósito de anunciar a todos essa grande e maravilhosa obra! (73:28)

Pr Marcos Reis


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