Jornadas até a plenitude de Cristo-DIBOM-GADE39/42

AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - DIBOM-GADE 39/42

“Partiram de Ije-Abarim e acamparam-se em Dibom-Gade” (Nm 33:45)

     Nossa peregrinação em direção à plenitude de Cristo prossegue. Na região conhecida como o Monte Nebo, na terra de Moabe (de onde já se podia avistar a terra prometida) haviam ainda algumas lições importantes que o Espírito Santo queria ensinar. O povo ainda não tinha entrado na terra prometida, mas já começava a avistá-la. Todo cuidado nesse final de caminhada é pouco, pois se não vigiarmos, podemos nos perder, ainda que estejamos muito perto de alcançar.

     A palavra Dibom significa “desperdício” e a junção com Gade é muito interessante, pois essa tribo (junto com Rubem e metade de Manassés) optou por herdar as terras antes de atravessar o Jordão. Encontramos isso em Nm 32:1-5. Essas tribos, em virtude do seu grande número de gado, pediram a Moisés para não atravessarem, o que o irritou muito, chegando a compará-los com os espias incrédulos de Cades Barnéia, uma vez que estes estavam desencorajando o povo, assim como aqueles. Um outro episódio muito parecido aconteceu com Ló, que, igualmente, por possuir muito gado, não atravessou o Jordão, ficando em Sodoma, posteriormente destruída pelo juízo de Deus.

     O que precisamos entender é que não há herança verdadeira antes do Jordão, a última estação. O Jordão, que veremos mais à frente, significa “aquele que desce”, simbolizando a humilhação total da natureza humana. A porta da entrada do reino é o total e bendito esvaziamento de si mesmo. Tudo o que conquistamos antes disso, é simplesmente efêmero. Somente após o Jordão, em figura, podemos tocar as riquezas insondáveis e eternas de Cristo. A tentação de querer participar de um reino que exclua atravessar o Jordão, o que muitos insistem, é uma total insanidade.

     Ao contrário do que se pode pensar, não são as necessidades que afastam o homem do reino, mas os muitos bens e os cuidados dessa vida; eles têm tirado muitos da plenitude do nosso Senhor , é como sobre a semente que cai entre os espinhos e acaba sendo sufocada. Acredite meu irmão: Não há reino eterno antes do Jordão. Atravessar é nossa única opção. Muitos só crerão nisso quando não houver mais tempo. Dibom é desperdício, assim como as “conquistas” terrenas são temporárias e não devem permear nosso coração. Nas palavras de Paulo: “Isto, porém, vos digo, irmãos, que o tempo se abrevia; o que resta é que também os que têm mulheres sejam como se não as tivessem; E os que choram, como se não chorassem; e os que folgam, como se não folgassem; e os que compram, como se não possuíssem; E os que usam deste mundo, como se dele não abusassem, porque a aparência deste mundo passa” (I Co 7:29-31) encontramos uma lição poderosa.

     Devemos usufruir de todas as coisas (e não são poucas) que o Senhor tem nos dado a alegria de desfrutar durante a nossa peregrinação, mas jamais colocar estas coisas como sendo o nosso objetivo final. Por que algo tão poderoso foi tão negligenciado por Ló, Gade e as outras tribos? Não seria isso tão claro? Assim é. O problema é que o coração do homem é teimoso, obstinado. Não aceita a vontade de Deus, não consegue abrir mão das coisas desse mundo em seu coração, e por isso, muitos ficarão de fora do reino. Até terão algum “nível de conquista”, assim como Deus permitiu a Ló e a estas tribos, mas o final, provará que essas coisas, não ficarão com eles para sempre.

     Ló teve tudo o que escolheu queimado no fogo do juízo. As tribos que não atravessaram, a bíblia nos ensina que, por não terem tocado a eternidade do outro lado, não conseguiram se manter fiéis ao Senhor, mas foram engolidos pelos hábitos da atmosfera em que viviam e perderam tudo: "Foram infiéis a Deus, e se prostituíram, seguindo os deuses dos povos da terra, os quais Deus destruíra de diante deles. Por isso, o Deus de Israel encorajou o espírito de Pul, rei da Assíria, que levou os rubenitas, os gaditas, e a maia tribo de Manassés ao exílio." ( I Cr 5:25-26). Ganharam tudo e no final, descobriu-se que este tudo virou nada. Desperdício, só desperdício.

Pr Marcos Reis


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