Jornadas até a plenitude de Cristo - MITCA 25/42

AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - MITCA 25/42

“Partindo de Tara, acamparam-se em Mitca” (Nm 33:28)

“Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar, mais doces do que o mel a minha boca” (Sl 119:103)

     Chegamos a Mitca, cujo significado é “doçura”. Interessante sabermos que todos no deserto bebiam da “pedra que os seguia”, e essa pedra era Cristo. O Verbo, a Palavra de Deus, é a arma poderosa que estará em todo o percurso da nossa peregrinação para nossa santificação. “Purificando com a lavagem da água pela Palavra, a fim de apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa”, é este o ministério da Palavra. A maneira com que nos relacionamos com a Palavra de Deus fará toda a diferença em chegarmos ou não à plenitude de Cristo.

     Estamos vendo desde Maquelote, a importância de sermos uma assembléia de sacerdotes maduros; onde a Palavra de Deus tem total primazia. Aprendemos também a importância de nos submetermos ao que Deus está nos dizendo no tempo, e não somente isso, fazê-lo no tempo dEle e não no nosso. Total e irrestrita submissão é a chave para se vencer o deserto da nossa peregrinação. Alguém poderia dizer: E onde então está o prazer nisso, em não ter liberdade? Infelizmente, exatamente por essas questões, muitos não conseguem ter um relacionamento “doce" e prazeroso com a palavra de Deus. Olham para a Palavra e vêem um livro que quer suprimir suas liberdades. Doce engano.

     A lição que recebemos nessa nova estação, Mitca, é que toda essa submissão, ao contrário do que pode parecer, é algo que está programado para ser doce, suave, agradável. Como é lindo entender que Ele nos libertou das cadeias do pecado e do mundo para que agora possamos, voluntariamente, sermos os seus “prisioneiros da esperança”, como descrito nas palavras do profeta Zacarias (Zc 9:12). Somos os "servos da orelha furada”, que libertos do mundo, decidimos continuar servindo ao Senhor que nos libertou, exclusivamente por amor. Nossa relação com a Palavra de Deus não é sobre restringir nosso prazer, ao contrário; a verdadeira alegria e satisfação é amar os seus cuidados e ensinos. Nas palavras do salmista: “Oh, como eu amo a tua lei” (Sl 119:97), como é maravilhoso estarmos cercados por tão grande amor e proteção!

     Vale ressaltar que ser doce, não necessariamente significa, não gerar mudanças em nós. No livro do apocalipse vemos algo muito interessante: ao comer o livro para que pudesse profetizar novamente, João, sente a doçura da Palavra nos lábios e, ao mesmo tempo, o impacto que essas palavra traria no seu interior. “E fui ao anjo, dizendo-lhe: Dá-me o livrinho. E ele disse-me: Toma-o, e come-o, e ele fará amargo o teu ventre, mas na tua boca será doce como mel” (Ap 10:9). As verdadeiras mudanças é que nos motivam a desejar e amar a Palavra verdadeira do Senhor e não simplesmente o sentimento momentâneo do bem-estar. Se trouxer mudanças no nosso caráter, na nossa vida; se não for apenas ensinos humanos que só podem tocar o nosso exterior, não importa o quanto nos sacuda por dentro, sempre teremos na nossa boca, a lição da doçura de Mitca.

     Discernir essa realidade é fundamental para nosso crescimento em Cristo no caminho da plenitude: “Ai do que ao mal chamam bem, e ao bem mal fazem da escuridade luz, e da luz, escuridade, que põe o amargo por doce e o doce por amargo” (Is 5:20).

Pr Marcos Reis


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