Jornadas até a plenitude de Cristo - OBOTE 37/42

AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - OBOTE 37/42

“Partiram de Punom acamparam-se em Obote” (Nm 33:43)

"Nem se deita vinho novo em odres velhos; aliás rompem-se os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam” (Mt 9:17)

"Assim, meus amados, como sempre vocês obedeceram, não apenas em minha presença, porém muito mais agora na minha ausência, efetuai a salvação de vocês com temor e tremor, pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele. Façam tudo sem queixas nem discussões, para que venham a tornar-se puros e irrepreensíveis, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e depravada, na qual vocês brilham como estrelas no universo, retendo firmemente a palavra da vida. Assim, no dia de Cristo eu me orgulharei de não ter corrido nem me esforçado inutilmente” (Fl 2:12-16)

     A palavra Obote significa odres. Odres são recipientes de couro de animal cujas cabeças e patas são cortadas, e que depois se secos, são cheios de água visando dar forma e também untados com óleo a fim de que não haja nenhuma ruptura que possibilite vazamentos. Eles são usados para armazenar e conservar água ou vinho. Isso tudo é muito lindo em se tratando de ser uma parada que vem exatamente após um período de sombras de morte e trevas, onde o povo havia desanimado, rejeitando o maná, atraído para si as serpentes, mas milagrosamente sido livres por aquele que se fez maldição em nosso lugar. Isso é o resumo fidedigno do que é o evangelho. E qual é a próxima parada? Qual seria o ensinamento mais precioso na continuidade da caminhada? Tudo isso precisa ser preservado para que não venhamos a perder essa maravilhosa benção.

     O odre pode significar a nossa vida que, como aquele animal, experimenta a morte da sua natureza ao se identificar com o Cristo crucificado. Era eu quem deveria estar ali e nas palavras do apóstolo Paulo, aceito “estar crucificado com Cristo”. Cabeça e patas simbolizam o governo e a possibilidade de caminhar que são totalmente erradicadas para que Cristo seja a nossa autoridade absoluta e nos conduza segundo a sua, e não nossa, vontade. Moldados pela Palavra de Deus, a água, somos a cada dia conformados ã imagem gloriosa de Jesus, o Homem Perfeito, e temos o óleo, o Espírito Santo, como o penhor dessa garantia de que tudo isso será preservado até o fim, sem nenhum vazamento.

     Jesus disse que não se pode romper o odre e se desperdiçar o vinho. Se a água fala da Palavra, o vinho fala da transformação da nossa natureza na natureza de Cristo. É Ele quem enche as vasilhas até a boca de água para que, a partir dessa água, a Palavra, possa ser gerado em nossa vida o melhor vinho, o Vinho Novo, a natureza do Filho em nós. Aleluia!

     Reter, não desperdiçar o que o Senhor está fazendo através da sua Palavra e da obra do Espírito Santo em nós. Nas palavras de Paulo aos filipenses, isso é “efetuar a salvação com tremor e temor”. Repare que Deus é quem opera o “querer e o efetuar”. Nossa postura não é efetuar nada, pois tudo o que precisa ser feito, Deus está fazendo. Mas com temor e tremor, não podemos deixar escapar aquilo que Ele está realizando.

     Hebreus diz que já chegamos a igreja dos primogênitos (Hb 12:23), mas apenas alguns versículos antes diz que não devemos ser “fornicador ou profano, como foi Esaú, que por uma refeição vendeu o seu direito de primogenitura” (Hb 12:16).

     Se amarmos ao mundo, ou darmos lugar aos nossos desejos pessoais, estaremos abrindo a porta para que o que JÁ GANHAMOS PELA GRAÇA, não seja conservado. Nunca nos esqueçamos: A graça é de graça, mas exige de nós uma clara responsabilidade. Que possamos reter a Palavra não desperdiçando a água e o vinho.

Pr Marcos Reis


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