Jornadas até a plenitude de Cristo-IJE-ABARIM38/42

AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - IJE-ABARIM 38/42

“Partindo de Obote, acamparam-se em Ije-Abarim na fronteira de Moabe” (Nm 33:44)

“Depois partiram de Obote e se acamparam nos outeiros de Abarim, no deserto que está em frente de Moabe, para o nascente” (Nm 21:11)

     Chegando quase ao final da caminhada, o povo de Israel continua seguindo sua trajetória em direção à plenitude. Partiram de Obote, onde aprenderam sobre a necessidade de reter aquilo que o Senhor os havia ensinado e chegaram a Ije-Abarim, em frente a Moabe em direção ao nascer do Sol. Ali irão aprender mais uma maravilhosa lição que tanto os ajudará na caminhada de fé.

     Temos uma junção de duas palavras que descrevem a realidade desse lugar: "Ije" que significa ruína e tem a mesma raiz que indica iniquidade; e também a palavra “Abarim”, cujo significado é ultrapassar, ou levar embora. Literalmente essa estação tem por significado: Levar embora a ruína ou iniquidade. Depois de tantas paradas, em toda essa peregrinação, é muito difícil negar que o verdadeiro inimigo do homem, que se não tratado, será a sua ruína, nada mais é do que sua iniquidade, seu pecado, manifestado na sua velha natureza. Cristo venceu de maneira categórica e definitiva o diabo, prefigurado em Faraó, o imperador do Egito; a longa caminhada no deserto é um instrumento para que, em Cristo, vençamos o nosso inimigo maior: o nosso próprio eu, iníquo.

     Para o povo de Israel, a iniquidade começa finalmente a ser deixada para trás; o povo começa a experimentar o ultrapassar dessa realidade em suas vidas. Ao mesmo tempo, começa um tempo de juízo diante dos amorreus, como prometido a Abraão: “Na quarta geração voltarão para cá, pois a medida da iniquidade dos amorreus ainda não está cheia.” (Gn 15:16). Os amorreus eram uma espécie de “coletivo” de povos, uma generalização de todos os povos habitantes em Canaã (Js 24:15), que seriam julgados pela sua iniquidade. Na Nova Aliança, amorreus, também pode ser entendido como uma definição da natureza caída do homem, o “eu” que, mesmo merecendo ser julgado pela sua iniquidade, tem, para aquele que crê, no sacrifício de Cristo, sua ruína levada embora.

     A mesma realidade vindoura de salvação e esperança para os fiéis na conquista da Terra Prometida, a salvação proveniente de Cristo, o Santo, que se fez iniquidade por nós, nos livrando do seu juízo. é também o julgamento dos amorreus, ou seja, daqueles que serão condenados pelo transbordar das taças que eles mesmos encheram com sua iniquidade. O evangelho é muito claro e é retratado nessa parada como algo igualmente lindo e maravilhoso: Nenhum homem será condenado pela sua iniquidade, pois caso fosse, não haveria um único salvo sequer. Os que forem condenados, o serão por não aceitarem o livramento daquele que leva nossa ruína e iniquidade sobre si mesmo. “Ele, porém, foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele e pelas suas pisaduras nós fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava do seu caminho; e o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos” (Is 53:5-6)

     Ije-Abarim fala de deixar a iniquidade para trás, dali se via o Sol nascer e a esperança do Dia que tanto aguardamos. Igualmente fala da responsabilidade em não deixar esse mesmo Sol se pôr, sem que possamos tomar a decisão de segui-Lo. Quem poderá dizer que foi condenado pelo seu próprio pecado se Cristo pagou com sua própria vida o preço da salvação? Aqueles que insistem na iniquidade, serão julgados e condenados, não somente por causa dos seus erros, mas, essencialmente, por rejeitarem o perdão daquele que, por misericórdia e graça, se fez ruína, a fim de que tivéssemos na nossa vida, essa triste realidade levada embora.

Pr Marcos Reis


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