Jornadas até a plenitude de Cristo-MONTE HOR 34/42

AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - MONTE HOR 34/42

“Partiram de Cades acamparam-se no monte Hor, no fim da terra de Edom. Então Arão , o sacerdote, subiu ao monte Hor, conforme o mandado do Senhor, e morreu no quinto mês, no ano quadragésimo da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no primeiro dia do mês” (Nm 33:37-38)

"Jesus tornou-se, por isso mesmo, a garantia de uma aliança superior. Ora, daqueles sacerdotes tem havido muitos, porque a morte os impede de continuar em seu ofício; mas, visto que vive para sempre, Jesus tem um sacerdócio permanente. Portanto ele é capaz de salvar definitivamente aqueles que, por meio dele, aproximam-se de Deus, pois vive sempre para interceder por eles. É de um sumo sacerdote como este que precisávamos: santo, inculpável, puro, separado dos pecadores, exaltado acima dos céus. Ao contrário dos outros sumos sacerdotes, ele não tem necessidade de oferecer sacrifícios dia após dia, primeiro por seus próprios pecados e, depois, pelos pecados do povo. E ele fez isso de uma vez por todas quando a si mesmo se ofereceu. Pois a Lei constitui sumos sacerdotes a homens que têm fraquezas; mas o juramento, que veio depois da Lei, constitui o Filho, perfeito para sempre” (Hb 7:22-28)

     Após exatas 33 estações, terminada a trajetória em Cades com uma volta completa de trinta e oito anos, começa agora um período tremendo da caminhada do povo de Deus em direção a Canaã: a subida aos montes que separam o povo da terra prometida. Entre o deserto, no fim da terra de Edom, e a terra da promessa, havia uma cadeia de montes a ser atravessada. Hor significa montanha. Aqui entendemos claramente que nossa caminhada em direção à maturidade vai nos levar como corpo de Cristo a fixar residência com Ele nas regiões celestiais. Se reforça que a natureza do povo de Deus não é terrena, mas celestial; ela peregrina no deserto, mas não deve ser absorvida por ele. Seu destino é subir em direção a terra da promessa.

     Em Hor, Arão morre e seu filho Eleazar, cujo nome significa “Deus ajuda”, toma seu lugar e suas vestes. A lição desta nova e derradeira etapa, onde o povo já havia cumprido os quarenta anos de peregrinação desde a saída do Egito, é simplesmente maravilhosa e, igualmente, essencial para o povo de Deus. Aqui se comunica, e é imperativo entender, a temporariedade do sacerdócio humano se contrapondo com a eternidade do sacerdócio de Cristo. Apesar do sacerdócio passar ao filho Eleazar, fica claro que essa era uma realidade temporária. O povo fica atônito com o findar de um sacerdócio que os acompanhou durante toda a caminhada desde o início. Assim como Moisés que representa a Lei, a Arão também não seria dado o direito de adentrar e conduzir o povo à plenitude. É preciso se entender aqui que essas “penalidades” que sofreram Miriã, Arão e posteriormente o próprio Moisés vão além dos erros por eles cometidos, mas é uma alusão à fragilidade da antiga aliança cujo objetivo era ser uma sombra das coisas vindouras.

     A igreja tem sido chamada pelo Senhor a subir o monte Santo. Por mais santos e especiais que homens possam ser, não há a intermediação dos mesmos no caminho em direção à plenitude. Vemos muitos hoje que agem como o povo agiu, lamentando a destituição desse sacerdócio antigo, que serviu até às margens da terra da promessa mas não tem capacidade de os fazer adentrar. É cômodo depender de um homem, e muito difícil, para muitos fazer essa transição de que a ajuda agora não virá de um homem mas do próprio Deus através de um relacionamento dedicado e pessoal.

     Arão precisou morrer para mostrar a falibilidade do seu sacerdócio. Não mais um homem sobe ao um monte, todos são chamados a subir. Aqui vale a ressalva de que não podemos confundir ministérios com sacerdócio, o que muitos, infelizmente o fazem. Ministérios são dons que o Senhor dá a igreja no intuito de ajudar no crescimento dos santos para que estes possam seguir o exercício do ministério e assim, os que amadurecem, passam a adiante, como “filhos mais maduros” ou na linguagem da junta de bois que carrega o jugo, os “bois mais velhos”. Exercer um falso sacerdócio sobre o povo na Nova Aliança, é furtar desse mesmo povo, o direito deles entrarem no Reino, afinal, não devemos esquecer que o Reino dos céus é um reino sacerdotal. Temos um Sumo-Sacerdote perfeito para sempre e ele quer que, como seus filhos, cada um de nós possa entender a clareza do Novo Pacto e subir à montanha em direção à plenitude de Cristo, como sacerdotes dessa Aliança Superior.

Pr Marcos Reis


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