Salmos (3º Livro 73 ao 89) - Salmo 74

Salmo 74 - Pleiteia a Tua própria causa

     Dos dezessete salmos escritos nesse terceiro livro, onze são de um levita, descendente de Gérson, chamado Asafe.

     Asafe, juntamente com Hemã (descendente de Coate) e Hetã (de Merari), autores também de salmos neste mesmo livro, foram nomeados por Davi para servirem diante do tabernáculo, na Tenda da Congregação, local que Davi preparou para que a arca de Deus, outrora levada de Siló, passasse a habitar, até que Salomão construiu o templo do Senhor em Jerusalém. Deveriam fazer ouvir suas vozes com alegria. “Disse Davi aos chefes dos levitas que encarregassem seus irmãos, cantores, para que, com instrumentos de música, com alaúdes, harpas e címbalos, se fizessem ouvir e levantassem a voz com alegria. Portanto, escolheram os levitas, Hemã, filho de Joel; dos seus irmãos, Asafe, filho de Berequias; e dos filhos de Merari, seus irmãos, Etã, filho de Cusaías” (I Cr 15:16-17).

     Estes homens tinham o seu propósito de vida ligado exclusivamente à presença de Deus, a servir a Deus no Seu Tabernáculo. Ver Davi vestido de linho fino, juntamente com todos os levitas assim também vestidos, trazendo a arca de Deus de volta ao Seu lugar, é, sem dúvida, uma figura profética das mais lindas a respeito da volta do Senhor juntamente com seus santos: “Davi ia vestido de um manto de linho fino, como também todos os levitas que levavam a arca, e os cantores…” (I Cr 15:27). Asafe, nomeado por Davi como o chefe dos levitas que ministravam diante da arca do Senhor, era também um intercessor diante do Deus de Israel (I Cr 16:4-5).

     Somente diante desse quadro da história de vida desses homens é que podemos analisar a angústia de Asafe nesse salmo. “Dirige os teus passos para as ruínas irreparáveis, toda a destruição que o inimigo tem feito no seu santuário” (74:3). Esse salmo é uma oração pela libertação do povo, cujo testemunho de Deus (o santuário), havia sido destruído. O santuário no AT, era o instrumento da manifestação da glória de Deus, sem ele, não havia motivo de cânticos de alegria. Ainda assim, havia o chamado à intercessão para que Deus restaurasse as ruínas que pareciam impossíveis de serem consertadas.

     Sob a ótica da Nova Aliança, nós somos o templo de Deus! O templo no AT perdeu sua função quando profetas, sacerdotes e o próprio povo deixaram de servir a Deus e passaram a servir a eles mesmos. Mesmo diante de inúmeras advertências dos profetas, o povo preferiu seguir seu próprio coração carnal. Então, Deus permitiu que a Babilônia (a vara de correção de Deus daquela época) sobrepujasse o povo de Deus que estava desalinhado

     Quando a função primordial da nossa vida e chamado é deixada de lado, nada se mantém de pé! Quando o sal perde o seu sabor, como Deus vai salgar o mundo? Para estes, nada mais serve, a não ser lançado fora e pisado pelos homens! A igreja verdadeira está de pé! Como os 300 estavam entre os 32.000 de Gideão! O que Deus está fazendo é abalando o que pode ser abalado para que o inabalável seja manifesto, e o nome de Deus seja exaltado entre as nações! A Babilônia ou Roma, da vez, são o sistema de governo deste mundo caído! São varas nas mãos do Deus que reina soberana e eternamente! Se formos obedientes, não devemos temer nada!

     Sigamos, como Asafe, na intercessão para que Deus restaure o Seu Testemunho e a Sua glória através do verdadeiro templo, que somos nós, aqueles que conservarem firmes a confiança e a glória da esperança até o fim (Hb 3:6).

Pr Marcos Reis


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