Novo Céu e Nova Terra- Estrangeiros e Peregrinos

NOVO CÉU E NOVA TERRA - ESTRANGEIROS E PEREGRINOS

     “E vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe” (Ap 21:1)

     A Palavra de Deus fala que somos, enquanto vivemos aqui nessa dimensão, “estrangeiros e peregrinos” em busca de uma pátria. Ser estrangeiro significa que nossa origem, nosso nascimento não é aqui; e peregrino, que estamos somente de passagem, nosso destino final também não é nessa terra. Entender de onde viemos e para onde estamos indo, é o sentido dessa vida. É como sabemos, em figura, o povo de Israel ter saído do Egito em direção à terra prometida, significar que fomos “libertos do império das trevas e transportados para o reino do Seu Amado Filho” (Cl 1:13). Entre uma realidade e outra, existe a transitoriedade do deserto. Esse deserto é a vida terrena. Somos guiados e sustentados com tantos sinais e maravilhas pelo próprio Deus que faz essa caminhada conosco na pessoa do Seu Espírito Santo; habitamos em tendas, sem construções definitivas, exatamente por vivermos essa transitoriedade. Nosso próprio corpo mortal é uma tenda ainda não definitiva.

     Este deserto, que comumente é retratado pelos crentes como lugar de luta, não deveria ter essa conotação pesada; afinal, Ele nos chamou para “celebrarmos uma festa no deserto” (Ex 5:1). Sendo assim, uma questão muito importante é: por que crentes têm sofrido tanto no deserto quando deveriam estar festejando essa grande libertação? A resposta é que perderam, ou nunca tiveram, a visão de que são peregrinos e estrangeiros. Vivem e tratam essa dimensão como sua origem e seu destino final. E como no deserto também existem percalços, perdem a fé diante de qualquer tribulação. Por isso, “se a nossa esperança em Cristo se limita somente a essa vida, somos os mais infelizes de todos os homens”(I Co 15:19). Os heróis da fé verdadeira entendem essa realidade: “Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria. E, se, na verdade, se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. Mas, agora, aspiram por uma pátria superior, isto é, a celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade” (Hb 11:13-16)

     Nossa origem é Sião! A verdadeira dimensão do nosso nascimento em Deus. “E com respeito a Sião se dirá: Este e aquele nasceram nela; e o próprio Altíssimo a estabelecerá. O Senhor, ao registrar os povos, dirá: Este nasceu lá! Todos os cantores, saltando de júbilo, entoarão: Todas as minhas origens estão em Sião” (Sl 87:5-7). No entanto, hoje estamos naquilo que a Palavra chama de “terra do esquecimento”: “Acaso, nas trevas se manifestam as aos maravilhas? E a tua justiça na terra do esquecimento?” (Sl 88:12). Como no texto acima de Hebreus, não nos lembramos da nossa origem (caso nos lembrássemos não precisaríamos da fé para voltar). Estamos voltando para Casa pela fé em nosso Senhor, Cristo Jesus. Tantos exemplos poderíamos dar de servos chamados para voltar para a sua origem sem nunca terem estado fisicamente nesse lugar. É o Espírito de Deus que nos tem alertado sobre voltarmos para Casa. O Espírito de Deus testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus, e que nenhuma tribulação desse deserto presente pode ser comparada com a glória a ser revelada em nós, sermos revestidos da nossa real habitação que é celestial!

     Rebeca foi visitada pelo Espírito que a despertou para voltar para sua origem! Zorobabel, cujo nome significa, “nascido na Babilônia” é despertado a voltar para Sião, “não por força nem violência, mas pelo Meu Espírito” (Zc 4:6). Abraão, que chamado a uma terra que haveria de receber como herança, "peregrinou em terra alheia, habitando em tendas, porque aguardava a cidade da qual Deus é o construtor" (Hb 11:8-10). É lindo começar o caminho de volta e à medida que vamos andando com o Espírito, nosso espírito vai sendo tomado por uma “saudade” de algo que nunca vivemos fisicamente, mas que sabemos que de alguma forma é real! Glórias a Deus por tanto amor!

     A palavra de Deus diz que, no espírito, já estamos em Sião (Hb 12:22-23); nosso espírito vive por causa da justiça de Cristo, através do seu sangue, mas o corpo ainda é morto por causa do pecado (Rm 8:10). Aqui há um grande mistério: Os que já dormem no Senhor, já foram totalmente livres da dimensão do esquecimento, da morte do corpo. Acreditem, eles estão mais vivos que nós nessa dimensão que a Palavra chama de paraíso, terceiro céu! “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” disse Jesus a um dos ladrões ao seu lado na cruz! Por isso há um gemido intenso do nosso espírito por essa redenção completa que se dará quando finalmente o Senhor voltar, ou nós partirmos para Ele.

     “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados. Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus.Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm 8:16-23)

     “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E por isso também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu; Se, todavia, estando vestidos, não formos achados nus. Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos carregados; não porque queremos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida.” (II Co 5:1-4)

     “Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também A SI TODAS AS COISAS” (Fp 3:20,21).

     Nossa caminhada de volta para Casa já começou. Novo céu e nova terra nos esperam!

Pr Marcos Reis


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