Jornadas até a plenitude de Cristo - ZALMONA 35/42

AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - ZALMONA 35/42

“E partiram do monte Hor, e acamparam-se em Zalmona” (Nm 33:41)

“Então os israelitas partiram do monte Hor pelo caminho do mar Vermelho, que vai até o golfo de Ácaba, para dar a volta em redor da região de Edom. Entretanto, durante a jornada o povo perdeu a paciência uma vez mais, e passou a murmurar contra Deus mediante suas reclamações a Moisés. E o povo se queixava exclamando: Por que nos fizestes subir do Egito para morrermos neste deserto? Pois não há nem pão, nem água! Estamos enfastiados deste alimento miserável! Então o Senhor enviou entre o povo serpentes abrasadoras, que mordiam o povo; e morreram muitos do povo de Israel” (Nm 21:4-6)

"Assentaram-se nas trevas e na sombra mortal, aflitos, acorrentados, pois se rebelaram contra as palavras de Deus e desprezaram os desígnios do Altíssimo. Por isso ele os sujeitou a trabalhos pesados; eles tropeçaram, e não houve quem os ajudasse" (SL 107:10)

     Arão acabara de morrer no monte Hor, e o povo seguiu sua caminhada em direção à terra prometida debaixo de um novo sacerdócio. Diante dessa nova realidade, mesmo já tendo experiência suficiente em virtude do tempo decorrido, desanimaram e experimentaram uma recaída terrível.

     Zalmona (que significa sombra da morte), junto com a próxima parada, Punom (que significa trevas), retratam o episódio narrado em Nm 21:4-6 e Nm 21:7-9, respectivamente: o povo murmurou chamando o maná, figura de Cristo, de “pão vil”; muitos morreram atacados por serpentes abrasadoras em Zalmona, e quando se arrependeram, em Punom, o Senhor falou a Moisés que uma serpente de bronze deveria ser pendurada numa haste para que aquele que olhasse para ela, ficasse curado.

     O apóstolo Paulo se refere a este momento na sua primeira carta aos Coríntios (I Co 10:9) como uma tentação a Cristo: “E não tentemos a Cristo, como alguns deles também tentaram, e pereceram pelas serpentes” . Aqui vale ressaltar o fato da palavra “tentar" significar "colocar à prova caráter e o poder de Deus”. Interessante Paulo se referir a "tentação a Cristo", o Messias, o alimento suficiente, diretamente ligado ao desprezo ao maná. Novamente caíram na tentação em sair da suficiência de Cristo e confiar na própria carne, sendo guiados pelos seus desejos. Não há maior momento de sombra de morte do que a negação do Filho e a confiança no braço.

     A carne é essencialmente má, capitaneada pelo próprio diabo que tem autoridade sobre a natureza caída. A neutralidade do homem simplesmente não existe; ou vivemos a realidade da Nova Aliança, no sacerdócio de Cristo e Sua vida em nós, ou tentaremos ao Senhor na primeira oportunidade que tivermos em saciar nossas necessidades, dando lugar ao diabo. Aqui o ponto principal é muito claro: Ao negarmos o Filho, a alma é refém de Satanás, na figura das serpentes. É a própria natureza humana aqui que precisava ser confrontada. Ao não confrontá-la, o homem fica refém dela mesmo.

     O Salmista fala que essa “sombra de morte” aflige, aprisiona, acorrenta, pois a “alma humana” naturalmente não tem prazer nos desígnios do Altíssimo. A alma humana não consegue se satisfazer com Cristo e sempre vai desejar a auto-realização em detrimento do propósito eterno de terminar a carreira guardando a fé até o fim.

     Na próxima parada, Punom, essa natureza humana, em forma de serpente, será levantada como a salvação do povo: Jesus, puro, mergulhou nas trevas do pecado para que pudéssemos ser livres ao olhar para o Filho do Homem levantado da terra.

Pr Marcos Reis


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