Salmos (3° Livro 73 ao 89) - Salmo 89

Salmo 89 -  Aliança Eterna pela Maravilhosa Graça

     Nada do que está sendo construído pelo Senhor em nós, pode ser feito sobre fundamentos  humanos. Reconhecer a total incapacidade de se salvar por méritos próprios e a nossa infinita necessidade Dele, é a chave para entender o poder dessa aliança eterna através da maravilhosa graça de Deus, em Cristo. Quanto mais ciente de Sua dependência maior a experiência com essa graça abundante e eterna.

     Sua Palavra, sua obra, não pode fazer sentido para um mundo caído, seria estranho se o fizesse. Um vaso velho jamais poderá ser capaz de suportar o poder do Vinho Novo. Ele é o Vinho Novo! Muita atenção nesse tempo para que possamos entender e suportar a Palavra que vai, naturalmente, totalmente de encontro ao desejo natural desse mundo. "Dar a outra face? Se te processam e tomam a capa, dê também a túnica? Amem seus inimigos e orem pelos que vos perseguem; ou ainda, não acumule tesouros na terra?" Você pode imaginar o impacto dessas palavras àqueles que vivem pela lógica humana? Uma contracultura que será impossível viver e entender, a não ser pelo Espírito. Não é de se espantar como quantos O rejeitaram e ainda o fazem. Não podemos ser tragados pela presente era. Precisamos compreender a Aliança Eterna.

     Assim se encerra o 3º Livro de Salmos: Enfatizando a Graça da redenção através da maravilhosa aliança de Deus com Ele mesmo (Sl 89:3-4), no Seu Filho. Inquebrável, não por nossa causa, mas por “sua própria causa que pleiteia” (Sl 74:22). A causa dele é que sejamos um com Ele em unidade. Essa é a plenitude que deve inundar nosso coração. A plenitude que habita no coletivo, no Corpo! A unidade perfeita que se dá quando um corpo está bem ligado com o auxilio de todas as juntas ao Cabeça (Ef 4:16). Não existe perfeição plena individual. Fomos feitos para depender de Deus acima de tudo e uns dos outros. O marido é o Salvador do Corpo. A graça opera em estarmos todos debaixo de um único sangue, ou de um único cordão escarlate NA CASA (Ex 12:13; Jz 6:17). O Senhor disse a Paulo que nenhuma vida se perderia do navio naquele naufrágio (At 27:22-24), no entanto, quando dois homens buscam “se salvar” pelos seus próprios esforços, são orientados que isso os levaria à morte. A confiança no mérito e esforço próprio anula a graça divina. Deus jamais dividirá sua glória com outrem!

     Se o sangue de Jesus, em seu sacrifício eterno, nos livrou da culpa, ele igualmente precisa nos livrar do mérito. A necessidade de atitudes que gerem recompensa através do merecimento tem afastado muitos de Deus. Quantos chegam diante de Deus dizendo: “O que tenho que fazer para herdar a vida eterna?”. Se realmente estamos livres da culpa, estamos livres no mérito. E tudo, absolutamente tudo o que fazemos, é um ato de adoração, de louvor, de resposta, ou seja, reações por termos recebido e não ações para que possamos receber. A exclusão da culpa e do mérito são dois gumes da mesma espada. Ao nos considerarmos necessitados de fazer algo para herdar a vida, aviltamos a graça, e ao ultraja-la, seguimos com a culpa. Esse é o real motivo de muitos de nós ainda não estarmos plenos em Cristo, e conhecermos o “som festivo” da caminhada nessa peregrinação (89:15).

     Ele jamais alterará o que saiu dos seus lábios. “Não mentirei a Davi” (89:35) é claramente uma alusão profética ao próprio Filho, "o primogênito da nova criação, o mais elevado dos reis da terra" (89:27). Este é o motivo. Não temos nenhuma condição de dar a Ele para que possamos receber de volta: “Ou quem lhe deu primeiro para que lhe seja recompensado” (Rm 11:35). É a graça maravilhosa dessa aliança eterna que nos convida a nos aproximarmos mais e mais do nosso Rei Eterno e, encerra esse maravilhoso terceiro livro dizendo: “Bendito seja o Senhor para sempre! Amém e amém” (89:52)

Pr Marcos Reis


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