Jornadas até a plenitude de Cristo - RISSA 18/42

AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - RISSA 18/42

“Partiram de Libna e acamparam-sem em Rissa”. (Nm 33:21)

“Que o meu ensinamento goteje como a chuva e as minhas palavras destilem como o brando orvalho, como chuva suave sobre a relva que viceja, como garoa revigorante para as plantas verdejantes” (Dt 32:2)

     Rissa é a nova parada do povo de Israel em toda a região chamada Cades. Já vimos que todo esse processo longo de trinta e oito anos vai tratar a santidade coletiva da nação. O contexto dessa parada está em Nm 15:32-41, onde vemos dois episódios distintos em um único lugar (recomendo ler a passagem). Na primeira, um homem é julgado por causa do não cumprimento do sábado; ele foi surpreendido por estar trabalhando no dia do descanso do Senhor. O Senhor instrui a Moisés que tal homem deveria ser morto, apedrejado fora do arraial. Logo a seguir, o Senhor diz a Moisés que o povo estabelecesse algo que o fizessem lembrar dos mandamentos, para que eles não fossem guiados pelos seus próprios desejos dos olhos. Estes episódios, embora pareçam desconectados, não estão: ambos tratam da obediência à Palavra do Senhor, suas bençãos e consequências.

     Eles já haviam vivenciado, nessa nova fase de um novo deserto, Cades, a incredulidade de Ritma; a soberba de Rimom-Perez e um novo caminho através da santificação, em Libna. Agora nessa nova parada, Rissa, eles entendem a ferramenta necessária para alcançar essa santificação: A forma com que eles se relacionariam com a Lei de Deus. Rissa é uma daquelas palavras no hebraico que possuem mais de um significado, e por vezes, isso acontece com antônimos. Rissa significa "ruína" e também “orvalho”. É realmente impressionante, pois vemos nesses dois episódios em Números esses dois antônimos muito claros de uma mesma palavra. A ruína da desobediência e a bênção da observância, através das franjas das vestes do cordão azul celeste. A lição dessa parada é que a Palavra de Deus pode operar tanto morte ou vida, dependendo da forma com que nos submetemos a ela; nos arruinar ou nos revigorar como o orvalho do céu azul!

     É muito claro que na Nova Aliança não seremos julgados pelo Sábado: “Portanto, ninguém tem o direito de vos julgar pelo que comeis ou bebeis, ou ainda por uma festa religiosa, celebração das luas novas ou dos dias de sábado. Esses rituais são apenas sombra do que haveria de vir; a realidade, porém, se encontra em Cristo” (Cl 2:16-17). Cristo é o nosso descanso, e a lição aqui é não abandonar esse descanso para produzir com o próprio braço o que deseja a nossa alma. Não é à toa que há entre nós muito doentes e não são poucos os que já dormem, pois, estão fora do arraial, desarraigados da comunhão que nos une, que é o amor e a submissão à Palavra do Senhor.

     No livro do resumo da Lei, Deuteronômio, o Senhor fala através do cântico de Moisés, que o seu ensinamento é como o brando orvalho, a chuva suave, revigorante. Somente através de um relacionamento profundo e de observância à Palavra de Deus, seremos revigorados para o progresso da carreira. O caminho da santificação sempre será a Palavra de Deus. “Santifica-os na Verdade, a Tua Palavra é a Verdade” (Jo 17:17). O maior problema hoje da caminhada coletiva é a negligência à Palavra de Deus. Homens têm substituído a real Palavra do Senhor por mandamentos de homens, e, é urgente entender que a santificação nunca virá por um processo de esforço ou doutrinas humanas. A Palavra vinda do Alto, como o orvalho do céu, é o único instrumento de Deus para nossa santificação. Rissa nos adverte como devemos nos relacionar com a Lei de Deus e as consequências desse relacionamento. Se desobedecemos, arruinados; se a recebermos como o orvalho do céu, seremos dia a dia, revigorados. Deus nos abençoe.

Pr Marcos Reis


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