RUTE REDENÇÃO E REINO – UM VENTRE QUE RESTAURA
“Obede gerou Jessé, e Jessé gerou Davi” (Rt 4:22)
Oh profundidade das riquezas e conhecimento! Através do mistério da igreja, ou seja, seu casamento com Cristo, a Esposa, Sua Cidade, irá manifestar a glória dele a todas as nações da terra. Um casamento maravilhoso, a união da Esposa com o Seu Remidor, fazendo com que ela começasse a gerar o reino dentro de si, que em breve, irá se manifestar. Israel, que já nos deu e ainda dá, tantas coisas relativas à aliança, recebe agora da igreja, o que ela está gerando. Sim! É através do relacionamento da igreja com Cristo, que Israel será restaurado completamente. Ainda é um mistério, que estamos prestes a ver com os nossos olhos, mas já sentimos mexer dentro de nós.
Depois de fartar-se, Rute vai até Noemi e compartilha o alimento: “Levou-o para a cidade, e viu a sua sogra o que havia apanhado. Também Rute tirou e deu-lhe o que lhe sobrara, depois de fartar-se” (Rt 2:18). Assim cremos que a igreja santa e madura, aquela que entende Israel como parte integrante do Reino, é direcionada a manifestar através do seu ventre, a vida de Cristo. Paulo diz que Israel será atraído pelo “ciúme” causado pela igreja (Rm 11:11). Se recebemos a revelação do tempo do Messias por Israel, e todas as bênçãos relativas à aliança, devolvemos a eles, através do nosso relacionamento com Cristo, o alimento. A igreja não ficará farta em si mesmo. Logo em seguida, Noemi pergunta a Rute, com quem ela havia se encontrado, e onde havia colhido; então, finalmente, Rute revela o Nome Glorioso dele: “O nome do homem com quem hoje trabalhei é Boaz” (Rt 2:19). Rute carrega em si mesmo o nome do Seu Remidor.
O que a igreja madura, que atravessou o Jordão, está gerando em intimidade com o Esposo vai se manifestar, entretanto, hoje, somente pelo relacionamento, já podemos sim, revelar o Nome Dele. É pela igreja, e ninguém mais, que a revelação será dada a Israel! O mistério pelo qual todas as coisas serão restauradas. É maravilhoso observarmos que quando Obede, o filho gerado por essa união nasce, vai para o colo de Noemi, e esta, é exaltada por todas as mulheres a sua volta: “Então Noemi pegou o menino no colo e cuidou dele” (Rt 4:16). Assim também, todas as nações reconhecerão a primazia de Israel, na condução de todos os povos na busca ao Senhor! É a igreja que está gerando isso! Não é à toa, que o dragão, a serpente, o inimigo, quer matar o que a mulher está gerando (Ap 12:4). Mas a promessa é que de Belém Efrata (que glorioso, a mesma cidade de Boaz e Rute), sairia o Salvador, o Rei dos Reis, do ventre de uma mulher! “Tu, porém, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti sairá aquele que há de reinar em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. Portanto os entregará, até o tempo em que a que está de parto tiver dado à luz; então, o restante dos seus irmãos voltará com os filhos de Israel” (Mq 5:2-3). O trabalhar de Deus misterioso é o mesmo: Uma virgem cheia do Espírito Santo concebeu a primeira vinda e conceberá igualmente a segunda! Israel só foi “deixado” até o tempo em que igreja der à luz. Glórias a Deus!
Uma outra figura interessante é o fato de que a primeira a ter a revelação do Cristo ressurreto e glorificado foi uma mulher, Maria Madalena, mesmo tendo Pedro e João, chegado no sepulcro primeiro. E é dado, por Jesus, a esta mulher, a incumbência de levar a notícia aos discípulos judeus: “Vai e avisa aos meus irmãos que eu volto para o meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” (Jo 20:17). A igreja do Senhor, a improvável mulher da qual saíram sete demônios (Mc 16:9), é quem anuncia a Israel a realidade gloriosa do Messias ressurreto e glorificado. Um remanescente de Israel já tem o visto e recebido do seu Espírito, assim como aqueles discípulos que estavam com as portas trancadas, entretanto, está chegando a hora em que Israel, assim como Tomé, verá as feridas nas mãos do nosso Rei, e reconhecerá, como uma nação inteira, o Messias, de uma só vez: “Olharão para mim, a quem trespassaram, e prantearão como quem pranteia por seu filho único, e chorarão amargamente, por ele, como se chora pelo primogênito” (Zc 12:10), ou ainda, “Se alguém lhe perguntar: Que feridas são estas nas suas mãos? Responderá ele: São as feridas com que fui ferido na casa dos meus amigos” (Zc 13:6). Tomé é a representação da nação de Israel que não foi esquecida. Eles se prostrarão e glorificarão o nome do Messias: “Disse Tomé, Senhor meu e Deus meu” (Jo 20:28).
“Não quero irmãos que ignoreis este segredo (para que não se tornem presunçosos), que o endurecimento veio em parte a Israel, até que a plenitude dos gentios tenha chegado. E assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades” (Rm 11:26).
Rute e Boaz, geram, respectivamente: Obede (que quer dizer servir); Jessé (que significa YAWEH existe) e finalmente Davi (Amado). Existe uma ordem gloriosa no reino que a igreja está gerando. Não é algo que aparece imediatamente. É uma gravidez de fato, em que o reino, como o Senhor nos disse, é gerado de dentro para fora. O reino está dentro de vós! O que é em parte será perfeito!
A primeira expressão desse reino é servir. Para nos tornarmos grande, precisamos ser servos, foi a resposta de Jesus aos discípulos quando a mãe de dois deles pediu para que estivessem ao seu lado no reino. Essa foi também a primeira unção de Davi (I Sm 16:13), uma unção para servir sua família e seu inimigo, Saul. Depois que entendemos que atravessar o Jordão é passar por “aquele que desce”, ou seja, passar pelo quebrantamento, humildade, entendemos que somente assim, somos parte disso tudo, pois o nosso Rei é um rei humilde. Obede foi gerado para nos ensinar isso. Após Obede, vem Jessé: O nome de Deus é glorificado através da nossa humilhação. É somente o nome dele que precisa aparecer e de mais ninguém. Tudo é dele, por Ele e para Ele; é assim que Paulo termina a seção de Romanos 9 a 11, explicando o mistério de Israel e a igreja. A Ele glória ETERNAMENTE. Diante de todos, o nome do Senhor, e não da Esposa, precisa ser exaltado. Esta também foi a segunda unção de Davi (II Sm 2:4), uma unção em Hebrom que ainda não deveria ser manifestada a todo Israel, pois reinava em parte ainda. A terceira e última unção é tremenda e depende das outras duas (II Sm 5:3). Esta sim, passada pelo teste das duas primeiras, é manifestada diante de todo o Israel. Imediatamente, essa unção leva Davi a partir para conquistar Jerusalém! Aleluia! Nossa pátria celestial, a Nova Jerusalém, é esta terceira unção, é este terceiro descendente.
O que estamos gerando começa no privado, na família, no servir. Estamos a cada dia sendo levados a humildade e quebrantamento, para que, através disso, o nome de Deus, somente este, seja glorificado. Só, então, acredite, a plenitude vem! É isso que o nosso ventre está gerando. O ventre da Igreja é, definitivamente, o ventre que restaura. Eis-nos aqui Senhor!
Pr Marcos Reis