ABRAÃO - A CAMINHADA DA FÉ - OS 4 ALTARES
“Passando dali para o monte ao oriente de Betel, armou sua tenda, ficando Betel ao ocidente e Ai ao oriente; ali edificou um altar ao Senhor e invocou o nome do Senhor” (Gn 12:8)
O primeiro altar, no carvalho de Moré em Siquém, que aprendemos anteriormente, fala de como o SENHOR ensinou Abraão a baixar os seus ombros à carga no início de sua caminhada de fé. Essa foi a primeira lição: Um homem de altar é um homem de sacrifícios e tem prazer nisso. Enquanto homens comuns fazem o que querem, a hora que querem; um homem de altar não tem mais vontade, precisa seguir a direção do Senhor de forma irrestrita e absoluta. Moré significa “professor”; Siquém, “ombros”. Jesus disse: “Tomai sobre vós o meu jugo suave e meu fardo leve, e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”.
Chegamos no segundo altar: um lugar desconhecido “entre Betel e Ai”. Interessante a Palavra dar mais ênfase aos lugares que cercavam esse monte do que a ele em si. A lição aqui é que era um lugar passageiro, indefinido, onde haveria um teste para que a caminhada prosseguisse até o destino a ser alcançado. Betel, ao ocidente, “Casa De Deus”; ou Ai, ao oriente, “montão de ruínas”. Há uma particularidade nesse altar que o difere dos outros três: em todos os outros, Deus tomou a iniciativa de falar com ele, dando a Abraão uma palavra; somente neste, Abraão invocou o nome do Senhor, antes de Deus o procurar. Não há menção de uma resposta de Deus para Abraão e, mesmo assim ele seguiu descendo, primeiro em direção ao Neguebe, onde enfrentou a fome e depois continuando, até chegar ao Egito. No Egito enriqueceu muitíssimo, mas se dobrou a uma mentira que quase lhe custa tudo, inclusive a esposa. Por uma intervenção de Deus, pôde refazer o caminho, subindo novamente, até voltar ao mesmo monte de onde saíra anteriormente: “Saiu pois Abraão do Egito para o Neguebe, ele e sua mulher e tudo o que tinha, e Ló com ele. Era Abraão muito rico, possuía gado, prata e ouro. Fez as suas jornadas do Neguebe até Betel, até o lugar onde primeiro estava sua tenda, entre Betel e Ai, até o lugar do altar, que outrora tinha feito, e ali invocou o nome do Senhor” (Gn 13:1-4). Ele precisou voltar porque havia algo pendente que Deus precisava resolver nesse lugar.
“E Ló com ele” é uma expressão recorrente que aparece em Gn 12:4 e 13:5. Ló significa “véu”. Abraão ainda caminhava com o véu que o impedia de ver o que o SENHOR queria. Deus traz de volta Abraão e Ló com ele, para esse lugar e, então, acontece a dolorosa separação dele e do sobrinho. Ló já não era o órfão lá do início da caminhada, era rico, e a terra já não comportava a riqueza dos dois irmãos. Ló "escolheu para si” e, partiu para o oriente (entre Betel e Ai, ele foi na direção de Ai) até a cidade de Sodoma (Gn 13:11). Esse era o lugar da escolha. Ló escolheu para si, Abraão, por ser um homem de altar, já tinha perdido o seu poder de escolha. Não cometeria o mesmo erro duas vezes. Invocou o nome do SENHOR e ficou esperando a resposta dele e, ela veio: “Disse o SENHOR a Abraão, depois que Ló se separou dele: Ergue os teus olhos e vê” (Gn 13:18). A visão veio quando o véu foi removido.
São várias as lições desse importantíssimo altar e vale à pena ressaltar duas, uma na vida de Abraão e outra na vida de Ló: Em lugares de indefinições, um homem de altar precisa se mover somente depois de uma palavra clara de Deus para prosseguir. Se invocamos e Deus não responde, é porque ainda há trabalho a ser feito. Prosseguir sem a certeza fará colocar em risco tudo o que Deus nos prometeu. Graças a Deus Abraão teve oportunidade de voltar do lugar onde não deveria ter saído naquele momento. Errou no tempo e no modo, não foi sábio. A segunda é que não podemos escolher nada para si. Já não mais se trata de nós, nossos gostos e opiniões. Se assim o fizermos, nos afastaremos do propósito. Ló caminhou para o Oriente, passando por Ai, que quer dizer “montão de ruínas” e não à toa mais a frente vermos escrito: “Ao tempo que destruía as cidades da campina, lembrou-se Deus de Abraão e tirou Ló DO MEIO DAS RUÍNAS, quando subverteu as cidades em que Ló habitara” (Gn 19:29).
Que o SENHOR remova o véu dos nossos olhos para que todos possamos ver claramente e prosseguir o caminho à CASA DE DEUS. São tempos difíceis, tempos de definição. Não podemos errar!
Pr Marcos Reis