PATERNIDADE – O GOVERNO NO MODELO DO CÉU
“Então o levou para fora e disse: Olha agora para o céu, e conta as estrelas, se as pode contar; e acrescentou-lhe: Assim será a tua descendência” (Gn 15:5)
Quando se fala de paternidade, há uma figura bíblica que é associada quase que automaticamente: Abraão. Ele recebeu um chamado para herdar a promessa do Senhor, saiu da sua zona de conforto, enfrentou desafios, fez escolhas, e herdou, não só a promessa. Herdou filhos, foi um pai de multidões. Nós hoje, somos alcançados pela promessa, porque um dia, um homem disse sim ao chamado que recebeu. Mesmo com muitas vozes o tempo todo falando aos seus ouvidos, Abraão ouviu a voz de Deus. Ouvir a voz de Deus não custou muito; custou tudo: sua história, sua cultura, amigos, família, segurança financeira, emocional. Ele trocou tudo isso pelo cumprimento do seu destino profético. A visão do seu chamado o fez vencer o medo, a ansiedade, a insegurança. Herdou o novo porque abriu mão do velho. Somente um homem que cumpre seu destino profético pode ser um gerador de destinos proféticos para seus filhos.
O governo do reino é estabelecido através da paternidade! Pais precisam cumprir seus destinos para que possam ser geradores de destino para seus filhos. Filhos precisam se submeter aos pais para que possam alcançar a promessa. É um processo automático! Deus estabeleceu esse princípio: governar através da paternidade. Muitos têm perdido as bênçãos advindas do Pai, por se colocarem numa posição orgulhosa de autossuficiência. Dizem que são submissos a Deus, que se comunicam diretamente com Deus, que não precisam de homens, que ouvem de Deus, mas não conseguem se submeter a absolutamente ninguém, não interagem. Esses nunca serão pais de multidões, porque não entendem o princípio de família, preferem viver sós. Nós precisamos uns dos outros SIM! Dependemos absolutamente de Deus e precisamos uns dos outros. Deus sempre usará o expediente onde possamos suportar-nos, ou seja, servir de suporte em amor, para que outros sejam abençoados. A flecha depende do arco, e o arco não é nada sem a flecha, mas ambos sabem que quem atinge o alvo é o arqueiro! Não há espaço para individualidades no reino dos céus. Estabelecer a sua paternidade através de homens aos quais Ele chama e lhe são obedientes é o modelo do céu. Homens de reino que entendem o propósito, sabem que, se necessário, devem abrir mão da segurança, do conforto, em favor dos filhos. Pessoas sensíveis que ouvem a voz de Deus, mesmo em meio a tanto barulho, podem ser pais de multidões, porque poderão revelar o coração de Deus.
Ser levado para fora e, então poder atender ao chamado de olhar para o céu, esta é a ordem. As estruturas engessadas pela religiosidade, os conceitos psicológicos e as ciências humanas têm se tornado graves impedimentos para o cumprimento do propósito e de nada servem, senão para modelos terrenos, não podem herdar a promessa ou gerar ambientes que permitirão os filhos seguirem. Essas coisas podem até ser boas na sua intenção, mas são ineficientes para a comunicação no espírito, o máximo que podem tocar é a alma. Sair para fora vai permitir ter a visão celestial, olhar para o alto e responder aquilo que o céu está dizendo. Edificar segundo o modelo do céu e não da terra. Alguém que olha para o terreno nunca será pai de multidões, pois estará, no máximo, multiplicando coisas terrenas e não celestiais. O modelo de Deus no seu reino é trabalhar em nós, e a partir daí, através de nós! Abraão percorreu um longo caminho até poder ser a expressão do próprio Pai. Foi pai de multidões porque Deus pôde expressar através da sua vida o modelo da paternidade do céu. Abraão é um homem singular na Palavra porque foi aprovado para ser a imagem do próprio Deus em sua maravilhosa e completa obra de redenção e de reino. Foi em Abraão que Deus estabeleceu, em figura, o Pai, que não só sacrifica o seu filho inocente, mas também ordena a busca de uma esposa para Ele. Em Abraão podemos ver finalmente o Deus que salva e que nos convida a participar do seu reino. O governo e o modelo do céu expressado na terra através da paternidade. Deus nos abençoe.
Pr Marcos Reis