AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - QUEELATA 19/42
“Partiram de Rissa acamparam-se em Queelata”. (Nm 33:22)
“Ninguém vos engane com palavras tolas, pois e por causa destas coisas que a ira de Deus vem sobre os que vivem na desobediência” (Ef 5:6)
É importante entender que muitos dos nomes desses lugares das paradas do acampamento de Israel foram dados depois da experiência vivida no lugar, o que reflete o aprendizado da lição que a nação absorveu na determinada estação. Alguns lugares passaram a ser denominados com esses nomes exatamente para que fosse deixado um memorial da lição adquirida. Prosseguindo a caminhada em direção à plenitude, Israel chega a Queelata. E o aprendizado segue. A palavra Queelata significa “assembleia” ou “reunião" e tem ênfase em algo efetuado para um mau desígnio.
O episódio ocorrido nesse lugar é um dos mais tristes da nação de Israel: a rebelião de Coré, Data e Abirão, que se encontra em Nm 16, onde a terra literalmente abriu a sua boca e engoliu vivos aqueles que se rebelaram novamente contra a autoridade espiritual constituída, desta vez contra o sacerdócio de Arão. No final, não somente estas famílias foram engolidas mas, 250 homens respeitados (Nm 16:2) e 14.700 pessoas foram “mortos por causa de Coré” (Nm 16:49). Uma tristeza estar escrito que uma enorme quantidade de pessoas foi morta por causa de um homem. O que começou como uma insatisfação individual se transformou numa assembleia de insatisfeitos que usaram a bênção de congregar, não para edificação mútua, mas para um mal propósito.
Arão e seus filhos haviam sido escolhidos por Deus para o serviço do sacerdócio. Coré e sua família, apesar de também serem da tribo de Levi, não eram dos filhos de Arão, e por isso, tinham somente a responsabilidade de cuidar do tabernáculo como levitas. Quiseram mais, e, pior, incitaram muitos a questionar a escolha de Deus sobre a vida de Arão. "Porventura pouco é para vós que o Deus de Israel vos tenha separado da comunidade de Israel para vos fazer chegar a si, a fim de fazerdes o serviço do tabernáculo do Senhor e estar diante da comunidade para servi-la? Ele te fez chegar a si, Corá e todos os seus irmãos, os filhos de Levi, contigo, e também procurais o sacerdócio? Pelo que tu e todos os teus seguidores estais congregados contra o Senhor. Quem é Arão para que murmureis contra ele?" (Nm 16:9-11). Não devemos confundir as coisas. Na Nova Aliança, todos são chamados ao sacerdócio. O fato aqui é novamente questionar a escolha de Deus. Questionamento este que o próprio Arão e Miriã, há pouco tempo, haviam feito em relação a Moisés.
Devemos concordar que hoje em dia há alguns fatos parecidos na nossa caminhada cristã, não necessariamente ligados ao assunto sacerdócio (pois quem dera que todos os crentes desejassem se entregar ao sacerdócio) mas fundamentalmente a se questionar as escolhas do Senhor na condução do povo ao propósito. E muitos o fazem, não sozinhos, mas incitando o povo a fazer o mesmo. Triste, pois muitos podem estar se perdendo por entrarem nessa assembleia sem que saibam de fato quais os seus reais intentos. Não foram somente pessoas ingênuas que embarcaram nesse empreendimento; duzentos e cinquenta homens respeitados, decidiram se “congregar contra o Senhor”.
Vivemos hoje num cenário onde definitivamente precisamos avaliar os reais motivos de cada assembleia para que não estejamos contra o propósito do Pai. Não precisamos ir muito longe para saber que muitas reuniões não têm, de fato, o propósito de edificação do Corpo, da manifestação da gloria do Filho, mas unicamente em buscar os próprios interesses e sabemos que isso não agrada ao Senhor.
Naquele grande dia não será dada a nós a desculpa de que não sabíamos ou fomos enganados por líderes que nos incitaram a nos reunir com maus desígnios. Todo um povo morreu por causa de um homem, é verdade, mas isso não fez do povo inocente. Eles tinham a palavra, pois na estação anterior, Rissa, aprenderam sobre o resultado de se opor a ela e a bênção de segui-la. Poderiam e deveriam se opor a todo o tipo de engano, mas foram enganados por palavras tolas, como Paulo fala aos Efésios, vivendo uma vida de desobediência e atraindo a ira de Deus sobre eles. Definitivamente aqui é uma lição muito forte para que possamos entender o real motivo de nos reunirmos. Queridos, muitos hoje têm perdido o interesse em se reunir exatamente por verem assembleias que não carregam a sinceridade do propósito, mas isso não é o correto. O que devemos é avaliar sempre o propósito da nossa assembleia e seguir em fidelidade aos mandamentos do nosso Senhor. Se o sacerdócio é universal, e isso é uma benção, a responsabilidade também o é. Não sejamos enganados! Deus nos abençoe.
Pr Marcos Reis