As Jornadas até a plenitude de Cristo - Introdução

AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO

“Estas são as jornadas dos filhos de Israel que saíram do Egito, segundo os seus exércitos, sob as ordens de Moisés e Arão. Escreveu Moisés as suas saídas, caminhada após caminhada, conforme o mandado do Senhor; e estas são as suas caminhadas segundo as suas saídas” (Nm 33:1-2)

“De sorte que todas as gerações de Abraão até Davi, são catorze; desde Davi até o exílio da Babilônia, catorze; e desde o exílio da Babilônia até Cristo, catorze” (Mt 1:17)

     Sabemos que a trajetória do povo de Israel até a entrada em Canaã, a terra prometida, é uma figura da nossa trajetória até a plenitude de Cristo! O Egito, sistema opressor, é o mundo que nos aprisionava, mas graças a Deus, por Cristo, o Cordeiro Santo, seu sangue nos umbrais das nossas portas e sua carne que nos alimenta, fomos livres do mundo, seu império e seus males! Fomos salvos, justificados pelo sangue de Cristo. Agora, uma caminhada inteira nos aguarda até que Cristo seja plenamente formado em nós (Gl 4:19). O deserto vai ser a transição de aprendizado, de conhecimento de Deus, de transformação de mente; etapa em etapa, os justos agora estão sendo santificados pelo Senhor; nossa velha natureza está sendo transformada de glória em glória até ser dia perfeito: o caminho do justo é como a luz da aurora que brilha cada vez mais até ser dia perfeito" (Pv 4:18). Guiados pela nuvem, o povo de Israel, habitou em tendas, parando em 42 estações, sempre avançando ao propósito, à medida que o Espírito Santo dirigia; cada uma das jornadas trouxe um aprendizado necessário para o crescimento e finalmente vitória final. Não poderiam "pular etapas”, pois cada uma das estações era absolutamente necessária para a vida deles. Não se tratava de somente sair do Egito, mas de uma total mudança de mentalidade para que estivessem prontos para entrar e conquistar a terra prometida. Que triste saber que muitos dos que começaram a caminhada não entraram na terra. Assim como adverte o autor de hebreus, e o próprio apóstolo Paulo, devemos temer, entendendo que essas coisas nos aconteceram por figura e aviso: “Temamos, portanto, que sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de Deus, suceda parecer que algum de vós tenha falhado. Porque também a nós foram anunciadas as boas novas, assim como a eles, mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram (Hb 4:1-2); ou ainda, “Todos eles comeram de um só manjar espiritual, e beberam da mesma fonte espiritual, porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia, E a pedra era Cristo. Entretanto, Deus não se agradou da maioria deles, razão pela qual ficaram prostrados no deserto. Ora, estas coisas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram” (II Co 10:3-6).

     Do Egito até Canaã, 42 estações; uma linda caminhada desde a justificação à glorificação, de escravos do mundo à exata semelhança de Cristo. De Abraão a Cristo, uma maravilhosa genealogia desde a promessa até e plenitude do seu cumprimento, 42 gerações. Seis estações ou gerações, que fazem alusão ao número do homem, repetidas sete vezes! A caminhada até a estatura de HOMEM PERFEITO, a exata imagem de Cristo. “Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4:13)  Vamos esquadrinhar cada uma dessas etapas, tão importantes na nossa vida. O verdadeiro evangelho nunca foi sobre somente sermos bem sucedidos nessa terra de peregrinações; contudo, de jornada em jornada, nos movendo conforme a nuvem se move, o alvo é ser semelhante a Cristo, atingir esse glorioso alvo. Cristo é nossa Canaã celeste! Ele é a nossa plenitude.

     Não pulemos etapas, não sejamos desobedientes, nos movendo conforme nosso querer! Não somos nós, não são nossos sonhos nem a nossa vontade, mas o Espírito é quem sabe, onde e quando parar, nos ensinar, e então prosseguir. Que ao ouvir a voz do Espírito Santo, não endureçamos o nosso coração; que com entendimento, tenhamos a real dimensão desse evangelho da Glória e que não sejamos espalhados no deserto, mas cheguemos ao destino final. Deus os abençoe. 

Pr Marcos Reis


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