ABRÃAO - A CAMINHADA DA FÉ - O JURAMENTO
“Então do céu bradou pela segunda vez o Anjo do SENHOR a Abraão e disse: Jurei, por mim mesmo, diz o SENHOR, porquanto fizeste isso e não me negaste o teu único filho” (Gn 22:15-16)
“Porque os homens juram pelo que lhes é superior, e o juramento, servindo de garantia, para eles é o fim de toda a contenda. Por isso, Deus, quando quis mostrar mais fortemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu propósito, se interpôs com juramento, para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta” (Hb 6:16-18)
Temos visto que a caminhada da fé de Abraão, e consequentemente a nossa, é estabelecida em três estágios ascensionais: promessa, aliança e juramento. A promessa é como o noivado, que precisa, com o tempo virar aliança, casamento. Na aliança, temos a cerimônia da união definitiva, EM CRISTO, onde os noivos fazem os votos, como juramento, destacando, e dando suas vidas como fiança, que somente a morte tem poder de os separar. Não sei se todos têm noção da profundidade de uma cerimônia de casamento realizada sob o governo de Cristo! Deveriam. Há um detalhe importante aqui: Em Abraão, como também na nossa caminhada da fé, o juramento não é feito por nós; é feito pelo próprio Deus se colocando como garantia de que seu propósito conosco jamais mudará. A certeza de que já alcançamos, nas palavras de hebreus, nos revigora, nos entusiasma, nos encoraja. Deus jurou por Ele mesmo, e é impossível que minta! Não devemos ter dúvidas porque Ele mesmo se deu como garantia da nossa herança. Manifestaremos uma fé verdadeira se vivermos de maneira que realmente expresse em todos os aspectos da nossa vida, essa certeza! Quando não cremos, ou vacilamos, estamos “diminuindo” o nosso Deus, como se não fosse suficiente o Seu juramento, por isso a falta de fé não é somente a impossibilidade de alcançar algo; é pecado perante o SENHOR! Somente se “Deus morresse” essa aliança seria desfeita e, isso sabemos, é impossível; igualmente, em Cristo, temos a vida eterna, e a morte não tem mais domínio sobre nós, portanto, nossa Aliança com o juramento do Senhor é irrevogável! Estamos seguros nele: “A qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra além do véu” (Hb 6:19). Vivamos em paz e alegria por já termos alcançado tão grande salvação!
Após o juramento, pela primeira vez aparecem juntos estrelas do céu e pó da terra/areia do mar: “a tua descendência será como as estrelas do céu e como a areia do mar” (Gn 22:17). Repare: na promessa era o pó da terra (Gn 13:16); na aliança foram as estrelas do céu (Gn 15:5); mas depois do juramento, a promessa é a convergência das duas realidades numa só. Céus e terra juntos em uma única realidade! Essa é a plenitude da carreira da fé!
A verdadeira fé já vê pronto antes de acontecer, porque confia no juramento de Deus. Ela é a ponte entre promessa e aliança, e precisa ser mais que obediência, precisa ser sobrenatural. Deus disse: “Abraão, Sara. Tenham um filho!”. A pergunta é: Como? Por mais que quisessem obedecer, era impossível, pois eram estéreis. Somente se unindo a Deus, poderiam realizar, pois estava acima das capacidades naturais. As impossibilidades não são outra coisa senão a porta de entrada da manifestação da fé e da aliança verdadeira. Todo chamado de Deus será impossível aos olhos humanos e jamais poderá ser realizado somente na “obediência natural". Todo servo é obrigado a obedecer, mas o amigo obedece porque está unido à vontade do Senhor (Jo 15:15). Abraão foi o primeiro a ser chamado de amigo porque sua obediência não estava condicionada ao natural. Não existe amizade verdadeira que não seja consequência de uma aliança verdadeira. Amigo sempre sabe o que o outro está fazendo (Gn 18:17). No entanto, lembremos: Se por um lado o juramento da aliança traz amizade com Deus, ele igualmente trará a inimizade do mundo (Jo 15:17-19). “Abraão, eu sou o teu escudo” (Gn 15:1). Sigamos firmes, cada vez mais amigos de Deus e igualmente mais inimigos desse mundo.
Pr Marcos Reis