PATERNIDADE – RESTAURAÇÃO
“Quanto a mim, é esta a minha aliança contigo: Serás pai de muitas nações. Não te chamarás mais Abrão, mas Abraão será o teu nome, pois por pai de muitas nações te tenho posto” (Gn 17:4-5)
O Brasil é um país que, desde a sua colonização, tem vivido uma triste realidade: a geração de filhos sem pai. Atualmente, os índices de gravidez na idade adulta têm diminuído, ao passo que, a geração de filhos entre adolescentes de 12 e 14 anos vem aumentando; infelizmente, em sua imensa maioria, lares com a ausência de pai têm se multiplicado. Sem dúvida, a falta de paternidade tem sido um dos grandes problemas da nossa geração. Nossos filhos precisam de cuidado. Estamos sendo chamados para o exercício da paternidade no reino.
As últimas palavras de Moisés antes de morrer não foram proferidas para os líderes religiosos, mas para os pais. Pais estão sendo estabelecidos para dar destino aos filhos: “disse-lhes: Guardem no vosso coração todas as palavras que hoje vos proclamo e ensinai-as aos vossos filhos para que tenham cuidado de cumprir todas as palavras dessa lei. Ela não é para vós uma palavra vã; antes é a vossa vida, cumprindo-a, prolongareis os dias na terra que, passando o Jordão, ides a possuir” (Dt 32:46-47). Os pais são os responsáveis por incutir nas mentes dos filhos a direção vinda de Deus. Quando faltar paternidade, automaticamente, faltará direção. Sem direção, uma geração inteira pode se perder.
Abraão tinha 99 anos quando o Senhor mudou o seu nome de Abrão (Pai Exaltado) para Abraão (Pai de multidões). Um ano depois, aos 100 anos, Sara, sua esposa, deu à luz a Isaque, o filho pelo qual a sua descendência foi estabelecida. A aliança do Senhor com Abraão era uma aliança de paternidade. Através da paternidade, destinos seriam estabelecidos e propósitos cumpridos. O pai exaltado, que vivia para si, passa a ser chamado para dar a sua vida a fim de que as gerações posteriores pudessem ser estabelecidas sob o propósito do reino. “Eu te farei frutificar sobremaneira; de ti farei nações e reis sairão de ti” (Gn 17:6). A descendência dele possuiria a terra prometida, que é a exata figura das riquezas insondáveis de Cristo, a plenitude do reino. Abraão é levantado para estabelecer filhos para o reino de Deus! Filhos que viveriam na plenitude do conhecimento da glória de Deus.
Nosso propósito em Cristo é conhecer o coração do Pai, é ter a total intimidade com Ele. Conhecer intimamente o Senhor Deus como o nosso pai de amor! Há muitas razões do porquê muitos entenderem o amor de Deus como Pai, e a principal delas, é a falta de referência da paternidade terrena. Outrossim, muitos pais não têm conseguido exercer paternidade aos filhos porque, quando filhos, foram marcados pela ausência, pela falta de amor ou abandono. Esse é o quadro de gerações inteiras que têm nascido, crescido, com imensas dificuldades de relacionamento com Deus Pai e com o próximo, exatamente pela falta da referência da paternidade. É aí que entra a aliança de Deus para a restauração da paternidade. Do fruto dessa aliança uma descendência inteira e curada é estabelecida. "Em Isaque, será chamada a sua descendência" .
Deus tem chamado a sua Igreja, o seu povo, tem chamado aquele que tem recebido um novo nome, para que exerça sobre a vida de muitos órfãos, sejam de pais vivos ou mortos, a paternidade sob o modelo do reino dos céus. Abraão era um homem extremamente experimentado, e conseguiu entender o propósito dessa restauração, porque ao sair de Ur dos caldeus, levou um órfão consigo, seu sobrinho Ló. Um homem de Deus jamais poderia ficar inerte à necessidade de um órfão ao seu lado. Somos chamados para alimentar os órfãos, criar um ambiente de paternidade na vida daqueles que estão marcados pela falta dela. O profeta Malaquias diz que essa seria a marca da geração de Elias, dos últimos dias: “pais convertidos aos filhos e filhos aos pais” (Ml 4:6). Uma geração de reino se estabelece pelo exercício da paternidade.
Corações de pais convertidos aos filhos e corações de filhos convertidos aos pais. Esse é o modelo do Senhor para os nossos dias. Pais e mães serão confrontados para que se posicionem no exercício do sacerdócio, que entendam que são geradores de destino; filhos serão curados e poderão gerar uma descendência curada que entende a plenitude de Deus; e a igreja entenderá o seu chamado na restauração do exercício da paternidade através dos ministérios. Deus nos abençoe.
Pr Marcos Reis