AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - MAR VERMELHO 7/42
“Partindo de Elim acamparam-se junto ao Mar Vermelho” (Nm 33:10)
“Aquele que separou em duas partes o mar Vermelho, por que sua misericórdia dura para sempre; e por entre elas fez passar a Israel, porque a sua misericórdia dura para sempre; mas precipitou no mar Vermelho a Faraó e ao seu exército, porque a sua misericórdia dura para sempre” (Sl 136:13-15)
É bem impressionante a forma didática do Senhor nos ensinar lições que na maioria das vezes passariam desapercebidas aos olhos naturais. Essa estação é algo muito enigmático porque não há, em nenhum outro lugar da Bíblia, menção a esta parada; não há absolutamente nada descrito que os israelitas fizeram ali. É uma estação de silêncio total. Por que o Espírito de Deus levaria o seu povo a parar neste lugar? Qual a lição que podemos aprender ali que ajuda a fazer parte da formação do caráter de Cristo em cada um de nós?
Não fazia muito tempo que o povo se viu em frente ao mar, do outro lado, em Pi-Hairote. Naquela ocasião, os ânimos eram bem diferentes; eles estavam apavorados, encurralados, choraram por se encontrarem num “beco sem saída”. Em frente ao mar, eles viram o poder de Deus se manifestar, sua misericórdia suplantar todos os limites imagináveis. Parar novamente no mar, desta vez do outro lado, somente para contemplar o silêncio, é uma lição das mais importantes que o Senhor quer nos ensinar. O Salmista relata a passagem pelo mar e a vitória de Deus sobre Faraó, como um ato da misericórdia infinita do nosso Pai. Esta parada vai através do silêncio de Deus, na ausência de qualquer obra ou milagre, gritar aos nossos ouvidos, o quão grande é a sua misericórdia. Deus nos dizendo: Lembre-se do que eu já fui capaz de fazer e continuem a caminhada sabendo que a minha misericórdia dura para sempre! O silêncio vai nos fazer refletir que não foram nossos atributos, nossas obras, nosso braço, que nos trouxe até aqui, mas unicamente a misericórdia do Senhor.
“As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque sua misericórdia não tem fim, renovam-se toda manhã. Grande é a tua fidelidade” (Lm 3:22-23). Aprender sobre a misericórdia de Deus é tremendo porque nos faz lembrar que não somos melhores nem maiores que ninguém. Isso fortalece a nossa fé, exalta a pessoa do nosso Senhor, e, muito importante, vai nos ensinar também a sermos misericordiosos com o nosso próximo. “Portanto sejam misericordiosos, assim como o vosso Pai também é misericordioso” (Lc 6:36). Não devemos seguir na caminhada sem ter essa experiência em reconhecer a misericórdia de Deus em nos salvar, nos livrar. Jamais devemos nos achar merecedores! A graça de Deus nos dá o que não merecemos e a misericórdia do Senhor não nos deu o que merecíamos.
Como é triste ver aqueles que foram perdoados por Deus, não perdoarem seu próximo! Eles dizem: Eles não merecem meu perdão! Mas e nós? Nós merecíamos? Essa contemplação aparentemente simples no mar vermelho vai nos lembrar para sempre que não, não merecíamos o livramento; Ele o fez, por causa Dele mesmo e não por nós. Pessoas que não perdoam, que colocam o juízo em um patamar maior que a misericórdia, com certeza não viveram essa estação e nunca terão o caráter de Cristo se não voltarem a ela e entenderem a sua lição. Ao parar no mar Vermelho e contemplar aquelas mesmas águas, nosso coração se enche de alegria e de gratidão Aquele que nos guia, não por nosso merecimento, mas por causa do Seu infinito amor. Deus nos abençoe.
Pr Marcos Reis