Jornadas até a plenitude de Cristo-BENE-JAACÃ28/42

AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - BENE-JAACÃ 28/42

“E partiram de Moserote, e acamparam-se em Bene-Jaacã”. Nm 33:31)

“Olharam para ele, e foram iluminados; e os seus rostos não ficaram confundidos” (Sl 34:5)

“Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta,2. Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus” (Hb 12:1-2)

     A trajetória no deserto de Parã, também chamado Cades, é o quarto estágio de deserto experimentado pelo povo (já haviam passado pelos desertos do Mar Vermelho, Sim e Sinai onde já abordamos cada tratamento específico de cada deserto). Sabemos que este é o maior período de deserto, com o maior número de paradas que o povo passou; foram 38 anos, de uma volta completa, partindo de - e voltando para - Cades. O propósito desse deserto foi o amadurecimento coletivo do povo através da santificação. O maior nível de maturidade a ser atingido pela igreja de Cristo é a santificação coletiva. Somos uma só Casa que costumo chamar de “transgeracional”. Começou a ser construída com os primeiros heróis da fé, como vemos em Hebreus 11, que apesar de não alcançarem a promessa, aguardam a completude através da nossa admissão. Estes são a grande nuvem de testemunhas que nos cercam aguardando que completemos essa construção maravilhosa que transcende gerações: A Casa de Deus, seus filhos.

     Seguindo a caminhada, o povo é direcionado por Deus a um lugar chamado Bene-Jaacã. Ben significa “filhos” e Jaacã, com suas variantes, pode ser traduzido por “deixe-os oprimidos” ou “distorção” ou ainda “olhar penetrante”. Aqui há uma lição muito poderosa: Deus nos alerta, como filhos, sobre o perigo de sermos oprimidos pela distorção, a confusão, o engano; mas ao mesmo tempo, fala sobre a necessidade de “olhar firmemente para Ele”, sabendo que é Ele quem começa e quem consuma sua obra: trazer muitos filhos à glória (Hb 2:10). Nas palavras do salmista, jamais seremos confundidos, se estivermos com os olhos fixos Nele. Somos iluminados quando decidimos retribuir a Ele, esse olhar penetrante que Ele tem por nós.

     Desertos sempre serão ambientes inóspitos, difíceis de atravessar, porém provisórios. Precisam ser entendidos como a nossa trajetória temporária nessa era de aprendizados e percalços. A beleza, doçura, abundância da caminhada, como vimos nas paradas anteriores, não se dá pela facilidade ou tranquilidade do deserto, mas pelo entendimento do propósito e pelo relacionamento com aquele que está nos guiando. A firme convicção em cumprir a carreira que nos está proposta e o deleite no relacionamento com Cristo durante esse longo processo é que nos enriquece e nos dá convicção em prosseguir. A lição aqui é clara: não fixe os olhos no deserto, pois podemos cair em enganos e sermos oprimidos; deixemos nossos olhos penetrarem e serem penetrados pela glória do eterno propósito em Cristo, a quem temos como a âncora da nossa fé. Deus nos abençoe.

Pr Marcos Reis


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