COMUNHÃO DO ESPÍRITO - II
O objetivo final do Espírito é o retorno à comunhão da unidade com o nosso Pai: “Por meio Dele ambos temos acesso ao Pai, em UM ESPÍRITO” (Ef 2:18). O Espírito Santo nos faz entender que somos um Corpo; não somos um ajuntamento de seres individuais: “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois, em UM SÓ ESPÍRITO, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito” (I Co 12:12-13). Não há comunhão verdadeira que não seja fundamentada na doutrina única a qual devemos perseverar: CRISTO, pois Ele, através do Seu Espírito, é o meio pelo qual retornamos ao Pai. Jesus não é só o Caminho para Deus, é o Caminho para o Pai: “Ninguém vem ao Pai a não ser por mim”. Todos um dia estarão diante de Deus, somente os de Cristo estarão diante Dele como filhos. Por isso comunhão não é uma reunião de interesses, performances individuais, não é um grupo que cultua a uma divindade evidenciando sinais ou poder sem o conhecimento da vontade do Pai. É sobre ser FAMÍLIA.
Qualquer relação que não seja fundamentada em Cristo, que não busque a glória de Cristo e, igualmente, não trabalhe para o propósito de Cristo, que é a nossa união com o Pai, não pode ser chamada de comunhão. No máximo terá sido somente mais expressões de tantas que já vemos, “as mesas de comércio”; onde no ajuntamento não se tem nenhuma intenção de repartir. Nunca será comunhão aquilo que só perdura enquanto há satisfação dos interesses. É sobre ser Casa do Pai: Para isso o amor de Deus se manifestou, através da graça de Seu Filho, Jesus Cristo, com o objetivo de, juntos, voltarmos à comunhão com Ele: “O amor de Deus, a graça de Jesus Cristo e a comunhão do Espírito sejam com todos vós” (II Co 13:13).
Sinais são importantíssimos, ainda mais enquanto se estiver longe do destino. Quanto mais perto de Cristo, menos sinais, embora bem-vindos, serão necessários. São como placas de trânsito que sinalizam um destino e que não têm mais razão de ser quando esse destino é finalmente alcançado, no entanto, permanecem ali no caminho, a fim de sinalizar aos que ainda estão na estrada. O maior dentre os nascidos de mulher nunca realizou um único sinal milagroso. “E muitos iam ter com ele e diziam: João não fez nenhum sinal, porém tudo o que disse a respeito deste era verdade. E muitos, ali creram nele” (Jo 10:41-42). A igreja de Corinto era uma comunidade completa em dons (I Co 1:7), porém lhes faltava a sabedoria do Espírito; eram carnais, divididos, soberbos, conviviam naturalmente com promiscuidade, dentre uma série de outras coisas. E assim realizavam cultos separados por “facções" que eles mesmos dividiram entre Paulo, Apolo, Cefas e até Cristo. Muito disso, infelizmente, ainda se vê hoje em dia.
O que você acha que um Pai gostaria de ver na sua comunidade de filhos? Um culto cheio de poder e êxtase ou uma família que se ama e sabe conviver com as diferenças em busca do cumprimento da Sua Vontade? Os dons são dados no início da caminhada para servir ao propósito do Pai. É como um pai que dá um recurso ao filho para sair e realizar uma tarefa para a CASA. Muitos filhos estão gastando o recurso com eles mesmos e não com a Casa, não à toa, muitos desses filhos estão sendo chamados de volta à Casa pelo Pai . Não são poucos os que por não discernir a comunhão do Corpo de Cristo, estão doentes e até já dormem no Senhor.
O Espírito Santo não é o agente que opera poder para que tenhamos um bom culto. Não é culto que o Pai procura; é família. Judeus amavam cultos religiosos, ritos e sinais; rejeitaram Cristo porque foram “decepcionados” quando o propósito da natureza divina foi anunciado. “Vocês não são meros homens, são participantes da natureza divina” (Jo 10:33-34). Comunhão não pode ser confundida com um "alegre ajuntamento", é muito mais que isso, é sermos em Cristo, juntos, o que Cristo é. A verdadeira comunhão jamais será movida por interesse. Fujam das mesas de mercadores! A comunhão nunca busca o atender dos próprios desejos, NUNCA! Quem tem intenção de criar personagens performáticos com glória individual é o diabo, é assim que ele age desde o Éden. É sobre amar uns aos outros, nas nossas diferenças que nos complementam; sobre ter sido alcançado pela entrega de Cristo e agora, não preservando a nossa própria vida, a darmos em favor dos nossos irmãos na edificação do Corpo de Cristo (I Jo 3:16). Quem ama o Pai, quem ama a Cristo, igualmente ama o Seu Corpo, Sua Igreja e trabalha por ela.
Deus abençoe
Pr Marcos Reis
