LEGADO - FILHOS NATURAIS E FILHOS NA FÉ
“Ouvindo Abrão que seu sobrinho estava preso, fez sair trezentos e dezoito homens, nascidos e treinados em casa, e os perseguiu até Dã" (Gn 14:14)
“A Timóteo, verdadeiro filho na fé …” (I Tm 1:2)
O legado é a transmissão de valores entre gerações que não necessariamente se limita ao sangue natural. Aprendemos que em Cristo, somos transportados para uma nova genealogia, um novo sangue, eterno, uma nova genética celestial. Pais passam para os seus filhos , estes, gerados naturalmente ou “na fé”, os valores de Cristo, do Reino de Deus. Um filho natural será um filho na fé mas nem todos filhos na fé terão sido filhos naturais. Isso faz com que nossa família real seja muito maior que a família da carne.
Abraão, ainda chamado de Abrão, não tinha filhos naturais, pois sua esposa Sara era estéril, porém já tinha servos que nasceram e foram treinados na sua casa. Podemos dizer que ele não tinha ainda filhos naturais, mas já os tinha “na fé”. O próprio sobrinho, órfão do seu pai natural, sai de Ur com Abraão como um filho na fé, porém infelizmente para ele, decide seguir seu próprio caminho, guiado pelos seus próprios olhos. Isso reforça, na questão o legado, a importância, como falamos anteriormente, de, assim como pais buscarem transmitir aos filhos, naturais ou não, os valores de Cristo; filhos serem humildes e obedientes para desejarem receber estes valores. Paulo chama Timóteo de meu verdadeiro filho, mesmo não tendo sido o seu pai natural. Um filho gerado na fé.
Assim que recebeu a promessa, Abraão começou a treinar aqueles filhos que não foram nascidos diretamente dele, mas de Deus, tornando-os parte da sua casa. É assim que devemos ver a geração de crianças, jovens, que muitas das vezes são órfãos de fato, e, pior ainda, “de pais vivos”, que não foram gerados por nós, mas que o Senhor tem nos dado para exercermos a paternidade Dele transmitindo-lhes, os valores do Senhor, do Seu Reino, o Legado! A paternidade cristã não se limita ao sangue natural; os pais não são somente os que já geraram filhos naturais; os filhos são muito mais numerosos do que os que são gerados na carne. “Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne, e se antes conhecemos Cristo segundo a carne, já agora não o conhecemos deste modo.” (II Co 5:16).
Este texto específico de Gn 14, a guerra de quatro reis contra cinco, é um arquétipo maravilhoso da grande guerra do fim, o que a bíblia chama de Armagedom. Abraão é a tipologia do próprio Cristo que sai com seus “filhos na fé”, a igreja verdadeira, servos nascidos e treinados em casa, para salvar Ló, cujo nome significa véu, capturado em meio a guerra. Ló pode significar os judeus que precisarão passar pela prova para reconhecerem Jesus, Aquele a quem eles mesmos transpassaram, finalmente como o Cristo De Deus.
Sigamos firmes na missão de transmitir para a próxima geração esse legado que transcende o sangue natural, que é fundamentalmente da fé em Cristo Jesus. Nossa responsabilidade é estabelecer um modelo que dê aos filhos que Deus tem nos dado, uma plataforma para receber esse legado da fé! Essa é a geração que estará com Cristo no fim, vencendo com Ele. Pais e filhos, numa família celestial.
Pr Marcos Reis