OS SINAIS DO REINO – OS GRANDES
“Então Jesus chamou-os a si e disse: Bem sabeis que os governadores dos gentios os dominam, e que os grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós. Pelo contrário, todo aquele que entre vós quiser tornar-se grande seja vosso servo”. (Mt 20:25-26)
No reino dos céus, ao contrário do sistema do mundo, grandes são pequenos; últimos são primeiros; fracos são fortes. Tudo isso tem por objetivo nos ensinar uma grande verdade das Escrituras: Tudo o que temos ou somos, não é nosso, mas do Cristo que habita em nós. Sem Ele, somos absolutamente nada. Quanto menor formos, mais o poder de Cristo poderá se manifestar através de nossas vidas. Jejuamos, oramos, buscamos a face de Deus, por incrível que pareça, não para nos tornarmos fortes, ao contrário, mas para enfraquecermos as nossas forças naturais e, então, experimentarmos o poder de Deus agindo em nós através da vida do Seu glorioso Filho Jesus Cristo. À exata medida do nosso esvaziamento, a glória de Deus se manifesta. Não se trata de nós, mas de Cristo e seu propósito. Jesus abriu o caminho, “se esvaziou e assumiu a forma de servo” (Fl 2:7), por isso Deus o exaltou soberanamente e deu-lhe um Nome acima de todos os nomes, ao qual todo joelho, dos que estão no céu e na terra, se dobram diante dele. Esse é o caminho que devemos seguir: “que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus” (Fl 2:5).
Na Bíblia King James em inglês, a palavra usada para servos, no texto de Mateus citado acima, é ministro. Ministros não são chefes, não tem proeminência, não tem espaço especial na congregação. Ministros são servos. Ministros são servos dos outros. Nosso ministério só terá sentido se for exercido em benefício de outros. Não tem nada a ver com a nossa capacidade, ou o nosso dom especial: tudo se refere ao serviço que, no reino dos céus, exerceremos na vida de outros.
Deus não leva em conta a nossa justiça própria, a nossa força humana, ou os nossos talentos. O que necessitamos é compaixão e disponibilidade. A compaixão é a marca de um cristão cheio do Espírito Santo. Olhar para um enfermo; ou um endemoninhado e se compadecer dele. Sentir a dor no coração pelos perdidos. Um cidadão do reino dos céus nunca fará a obra de Deus pela obrigação; mas pela compaixão. Um outro ponto importante é a disponibilidade. Um dos grandes problemas da atualidade é a quantidade de coisas nas quais estamos envolvidos. São muitas obrigações; nossa agenda está literalmente cheia de compromissos, que, muitas das vezes, impedem o cumprimento do propósito. O apóstolo Paulo adverte a Timóteo, que este “não se embaraçasse com negócios dessa vida, a fim de agradar aquele que o havia alistado para a guerra”, pois somos “soldados em serviço” (II Tm 2:4). Precisamos ser compassivos e disponíveis nesse tempo em que Deus está manifestando através dos seus filhos a sua glória nesse mundo perdido. Vidas estão se perdendo; enfermidades estão matando pessoas; demônios estão afligindo vidas, e nós, filhos de Deus, não poucas vezes, estamos deixando essas coisas acontecer, por falta de tempo e também compaixão. Um cristão cheio de compaixão sabe definir muito bem suas prioridades.
Nós fomos chamados para manifestar as obras de Senhor, o seu poder! Lutar contra os principados e potestades que operam nas regiões celestiais, aprisionando vidas. Todo o lugar onde a planta do nosso pé, como um filho de Deus pisar, o Senhor nos tem dado. Esta deveria ser a ocupação da igreja de Cristo. Estamos gastando muito tempo convencendo a igreja de quem ela é; quando deveríamos estar lutando contra as fortalezas do inimigo. O que semeamos será exatamente o que vamos colher. Não devemos esperar “estarmos prontos” para manifestar o reino de Deus. À medida que formos, o Senhor vai nos abençoando e nos dando condições de distribuir e servir os outros, e então, seremos grandes. Os grandes são ministros; ministros são servos. Não deixemos de ministrar ainda que em nossa própria vida tenhamos problemas, muitas das vezes até semelhantes aos que estamos ministrando. Semeemos cura e receberemos cura; semeemos serviço e receberemos o cuidado de Deus na nossa vida de uma forma maravilhosa. Não semear e esperar colher é algo que não deveria fazer parte da nossa vida.
Estamos unidos a Cristo. Nenhum homem nos evangelhos, enquanto Jesus ministrava, até mesmo os apóstolos, tinham a vida de Cristo dentro deles. Somente tiveram a vida de Deus dentro deles e puderam se converter, com a morte e ressurreição de Cristo. Sem a morte de Cristo, seu sangue derramado, e a fé na ressurreição, não há conversão. Todos eles operaram debaixo de uma autoridade; nós, no entanto, operamos, ou seja, servimos, através da vida de Cristo dentro de nós! “O que Deus uniu, não separe o homem”: Deus uniu nossa vida à vida do Seu Filho; e a vida do Seu Filho a nossa. Somos, como filhos de Deus, um com Cristo; Ele em nós e nós nele! Não deveríamos olhar para Jesus como um ser “fora de nós”; ao contrário, Ele está em nós. Tomemos posse dessa verdade e sirvamos aqueles que ainda não conhecem ao nosso Deus Eterno e a Seu Filho glorioso. Se quer ser grande, Jesus não te recrimina por isso, mas saiba, que no reino dos céus, os grandes são os que servem. Deus nos abençoe!
Pr Marcos Reis