AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - MOSEROTE 27/42
“Partindo de Hasmona acamparam-se em Moserote” (Nm 33:30)
“Jesus subiu a um monte e chamou os que ele quis, os quais vieram a ele. Nomeou doze para que estivessem com ele e os enviasse a pregar” (Mc 3:13-14)
"Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição." (Cl 3:12-14)
É muito lindo o mover do Senhor em cada estação à medida que o tempo do fim vai se aproximando. Entramos na estação de Moserote, a 27ª parada da caminhada; seu significado é “vínculos”, dando a ideia de daquela peça de madeira que une os bois a carroça ou arado comumente chamada jugo. Numa definição mais específica significa caminhar juntos, através dos relacionamentos. É exatamente isso que o Senhor Jesus faz: Ele chamou os discípulos, essencialmente para que caminhassem com Ele; o desejo fundamental de Jesus era o relacionamento da caminhada, ainda que essa caminhada os levassem ao serviço da pregação.
O jugo unia, na dupla de bois, a experiência com a vitalidade, um mais velho que cadenciava a caminhada com sua experiência e um mais novo que, com sua força, avançaria com perseverança mesmo em meio ao cansaço, mas ambos estavam cientes de que, apesar da forma com que fossem usados, o objetivo era o mesmo, aprender com o relacionamento e realizar a sua obra. A expressão de Paulo sobre não entrar em “jugo desigual” quando se refere ao casamento, reflete a advertência de não se envolver em relacionamento cujo objetivo não seja o mesmo, a saber, Cristo. Quantos relacionamentos, conjugais ou não, são movidos somente por paixões e sentimentos e por isso têm tido tão pouco êxito e alegria na caminhada. Sem dúvida, a Palavra não nos deixa dúvidas quanto a isso.
Ainda que sejamos diferentes uns dos outros, se entendermos a necessidade de aprender uns com os outros; sermos humildes para saber que os relacionamentos podem curar, aquilo que chamamos de obra de Deus, será muito mais prazeroso e abundante: “O meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. Nas palavras de Jesus, claramente não há peso na caminhada, porque claramente o prazer está no relacionamento. Como igreja devemos aprender isso de uma forma muito clara. A verdadeira obra de Deus, como vimos nas paradas anteriores, não deve nos sobrecarregar e entristecer; ao contrário, nos faz viver o prazer de se vincular a Cristo e aos irmãos na comunhão do dia a dia, jornada após jornada. Assim como o relacionamento com o Pai cura, os relacionamentos entre nós também curam. Não existe relacionamento com o Pai que não seja traduzido por relacionamentos humanos. A benignidade, as entranhas de misericórdia, a humildade, mansidão, o desejo de ser suporte para o outro, como falado nas palavras de Paulo, e sobretudo o AMOR, esse vínculo, esse jugo da perfeição é o que nos une, como a peça de madeira que nos liga para que continuemos a caminhada, sempre juntos.
A maior benção de toda a jornada, além da esperança do alvo final, é fazer isso com alegria, crescendo e aproveitando a beleza dos vínculos, do jugo suave, do relacionamento. Se Cristo é a plenitude esperada em Canaã, Ele também é o nosso Pão Diário e a Pedra que nos segue no dia a dia. Jesus nunca quis somente servos, mas amigos. “Já não vos chamarei servos, mas amigos”. As verdadeiras amizades sempre serão construídas através dos relacionamentos. Não sejamos focados somente nas obras e nos ministérios, nos serviços e na carga que está sobre nós. Olhando para o alvo a nossa frente, vemos igualmente ao nosso lado, alguém que está levando a carga conosco. “Levai as cargas uns dos outros”. Que possamos entender a beleza dos vínculos. Ninguém foi feito para viver sozinho, precisamos que nosso relacionamento com o Senhor, mas também com os nossos irmãos sejam um grande incentivo para continuarmos firmes caminhando em direção ao propósito eterno. Sem isso, a caminhada seria muito triste e quem sabe, inútil. Deus nos abençoe.
Pr Marcos Reis