Jornadas até a plenitude de Cristo - CADES 33/42

AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - CADES 33/42

“E partiram de Ezion-Geber, e acamparam-se no deserto de Zim, que é Cades” (Nm 33:36)

“São necessários onze dias de jornada do Horebe a Cades-Barnéia, pelo caminho da montanha de Seir.” (Dt 1:2)

     Os israelitas já haviam rodeado muito tempo a montanha de Seir. Um caminho feito em apenas onze dias de jornada do Sinai a Cades que os levaram a 15ª estação, Ritma, na primeira vez que estiveram em Cades. Ali eles foram reprovados por causa da incredulidade e rebeldia, e por isso, rodearam a montanha por trinta e oito anos dando uma volta completa para chegar ao mesmo lugar. Cades significa “santo”, e esse longo período tem a finalidade da santificação coletiva do povo, o preparando para entrar na promessa. O saldo dessa volta completa, infelizmente, é a reprovação de uma geração inteira; ainda havia aqui, um teste final, antes de se findar o período de deserto e se iniciar a subida às montanhas. Aqui o povo seria provado uma última vez.

     É nessa ocasião, relatado em Nm 20:1-20; que Miriã morre e também o povo se levanta novamente contra Moisés e Arão por ali não haver água para beber: “Toda a comunidade dos filhos de Israel chegou ao deserto de Sim, no primeiro mês, e o povo ficou em Cades. Ali morreu Miriã, e ali, foi sepultada. Como não havia água para a comunidade, o povo se ajuntou contra Moisés e Arão. Contendeu o povo com Moisés, dizendo: Quem dera tivéssemos expirado quando expiraram nossos irmãos perante o Senhor!” (Nm 20:1-3). É impressionante que mesmo depois de terem vivido toda essa experiência e estarem tão próximos de subir às montanhas, o povo ainda vacila e contende contra o Senhor. Era o teste final para habilitar aqueles que entrariam ou não na terra.

     Aqui há uma lição importantíssima para nossos dias, principalmente para aqueles que têm recebido o chamado para a liderança: Ter atenção para que cuidando de muitos não sejamos nós mesmos reprovados. Deus dá uma ordem clara a Moisés para que FALASSE à Rocha e Ela, o ouvindo, lhes daria água para beber. A Rocha que um dia foi ferida, não deveria ser ferida novamente, mas agora o ministério era para que falassem a Ela. Fica muito claro aqui, transportando essa realidade para a Nova Aliança, que, não devemos mais tomar para nós o “crucificar novamente a Cristo”, o sacrifício já foi feito e a obra, agora, é do Espírito Santo, a quem nos cabe ouvir e obedecer. O grande erro hoje pode ser tentarmos, pela força e violência, discipular aquele que ainda não nasceu de novo. Não mais por força e violência, mas pelo Espirito do Senhor! A quem se FALA é subentendido que ouvirá. A Rocha só precisava ouvir que daria água, nos dando a lição de que não devemos desprezar a voz daquele que nos fala: “Se hoje ouvirdes a sua voz, não endureçais o coração, como em Meribá, como no dia da tentação no deserto, quando vossos pais me tentaram, me provaram e viram a minha obra. Durante quarenta anos estive irritado com aquela geração e disse: É um povo ingrato de coração e não conheceu os meus caminhos, por isso jurei na minha ira, jamais entrarão no meu descanso” (Sl 95:7-11).

     Se finda então na ultima estação desse deserto (porque a misericórdia do Senhor sempre nos cerca até o último momento) uma geração inteira. A sentença que havia sido dada lá no início de Cades se concretiza no mesmo lugar, provando que eles não conseguiram vencer e completar o processo da santidade.

     Para nós, resta-nos a esperança que nos é dada no livro de Hebreus: "Visto que restam entrar alguns ainda e que, por causa da desobediência, não entraram aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas-novas. Determina outra vez certo dia, chamando-o Hoje, dizendo por meio de Davi, segundo antes fora dito: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração. Ora, se Josué lhes houvesse dado descanso, não teria falado depois disso de outro dia. Resta ainda, portanto, portanto um repouso para o povo de Deus" (Hb 4:6-9).

     É esse “dia” que Abraão pode ver e assim ter toda a sua vida resignificada: “Vosso pai Abraão exultou por ver o meu dia, viu-o e alegrou-se” (Jo 8:56). É com a esperança nesse “dia”, nesse “Hoje”, que é o próprio Cristo, que nos movemos.

Pr Marcos Reis


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