ABRAÃO - A CAMINHADA DA FÉ - OS 4 ALTARES
“E Abraão, mudando suas tendas, foi habitar nos carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom, e ali levantou um altar ao SENHOR” (Gn 13:18).
Um homem peregrino de coração, com os ombros totalmente dobrados à carga, caminhando com os olhos finalmente desvendados em direção a Cidade de Deus. Este é Abraão depois das lições dos dois primeiros altares. Chegamos, então, ao terceiro altar: Hebrom, nos carvalhais de Manre. Manre significa “força”, Hebrom é “comunhão”. Fortes sendo um com Deus e Seu propósito. Esse é o altar da associação de Deus com Abraão. É o altar onde o homem e a causa se fundem!
Depois que Ló se apartou dele, Deus trouxe algo novo a Abraão, a visão esclarecida. Agora era o momento de acrescer experiência, à visão recebida. Tudo é inválido se for estabelecido sobre uma visão equivocada. No entanto, precisamos saber que se a visão define, a experiência valida. A ordem para percorrer a terra em todo o seu comprimento e largura era o adquirir experiência. Um homem de altar precisa ser um homem de visão e de experiência. A visão é validada pela experiência. É o Verbo entranhando em nós através dos cortes da vida. Já não é uma verdade comunicada, mas revelada! Um homem pode receber uma visão num instante, mas a experiência virá com o percorrer da caminhada. Quando nos tornamos mais velhos, aprendemos, depois de muitos erros, tantas coisas importantes com o simples passar da idade.
Deus queria mostrar a Abraão com essa dualidade de, ao mesmo tempo, “habitar em tendas” e “percorrer a terra” que havia uma obra sendo feita em sua vida que necessitava do percorrer físico na terra, mas que o coração precisava ser guardado como um coração do céu. Jesus disse a mesma coisa: “Vocês estão no mundo, mas não são do mundo”. Por que o Senhor nos mantém no mundo, mesmo nós não sendo daqui? Para nos experimentar, nos amadurecer, enquanto cumprimos nosso propósito recebido por uma visão celestial. A experiência servirá para levar Abraão da promessa para a aliança. No final, o único pedaço de terra em nome de Abraão, foi uma sepultura para sua esposa Sara que, posteriormente, seria para todos os patriarcas. Não era o resultado que importava, mas o quanto Abraão seria transformado à medida que andasse com Deus.
Não é coincidência que a experiência imediata após esse altar foi provar Abraão para ver se este seria capaz de dar a Ló, que o havia desonrado, um tratamento de amor e compaixão. O SENHOR luta até o fim por nós mesmo quando não merecemos. O que define o caráter de Cristo é a capacidade de dar a quem não merece receber. Isso é a graça em estado puro! Não é sobre quem recebe, nem sobre o que fazemos, é sobre o quanto nós estamos sendo transformados à imagem do Senhor enquanto fazemos. Salvar Ló é ser um com o Deus que não nos paga conforme nossas obras. O amor de um homem de altar sempre será por pessoas, nunca pela tarefa. Ao vencer essa lição Abraão conhece o sacerdócio verdadeiro de Cristo, prefigurado em Melquisedeque. Na visão, o véu foi rasgado e pôde ver de longe; na experiência, entrou até o interior, chegou perto, na intimidade da mesa, do pão e vinho!
Nunca será por resultados, pois, mesmo salvo, Ló continuou onde estava. Valeu então à pena salvá-lo? Claro que sim! Quando ele não se move mais por resultados, Deus nos ensina, através de Abraão, que não é sobre outra coisa senão ter o próprio Deus como recompensa. Ao provar que o seu coração estava puro e desprovido de qualquer sentimento de justiça pessoal, Abraão é finalmente aprovado nesse altar, e será introduzido na aliança de Deus. “Depois destes acontecimentos” (Gn 15:1). Fica claro aqui que Deus viu tudo o que foi feito e que agora pode se dar como recompensa a um homem que não amou as recompensas desse mundo. Nenhuma riqueza desse mundo caído pode enriquecer um homem de altar. “Eu sou o teu escudo e o teu galardão”. Se caminharmos com Deus, percorrendo e lutando as guerras físicas por pessoas, estaremos prontos para representarmos o SENHOR nessa terra. Esse será o assunto do próximo e último altar: Deus se mostrar quem é através de Abraão.
Pr Marcos Reis