EDIFICANDO A CASA DO PAI - III
"Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o mantimento sólido é para os maduros, os quais, em razão da prática, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal" (Hb 5:12-14)
Edificação é o passo seguinte ao novo nascimento. Quando cremos em Cristo, se inicia em nós o processo da salvação, nossos pecados são perdoados, pelo sangue do Cordeiro Perfeito. Cristo é GERADO em nós; justificados, passamos a ter paz com Deus. A dívida do pecado que carregávamos no nosso DNA, é paga, e então, continuamos caminhando, através agora da santificação, pela água, pela Palavra, para que esse processo seja plenamente completado. Cristo, gerado, agora precisa ser plenamente FORMADO em nós a fim de que, naquele grande Dia, participemos plenamente da natureza divina! “Filhinhos pelos quais sinto dores de parto até que Cristo seja plenamente formado em vós” (Gl 4:19). O “crescer” para o SENHOR, portanto, não significa conquistar coisas, ou ser bem sucedido, mas ter a cada dia em si mesmo, uma medida maior de Cristo. Há muito entendimento equivocado na igreja a respeito do significado do verdadeiro crescimento bíblico, não podemos nos deixar enganar. "Cristo em nós é a esperança da glória" (Cl 1:27).
Mas como esse crescimento acontece? Hebreus vai nos dar o caminho: pela prática! Por exemplo: Quando começamos a praticar exercícios físicos, temos muita dificuldade. Nosso corpo não está acostumado, cansamos rápido, e se não formos muito diligentes, desistimos. Mas, à medida que continuamos, vamos aumentando a carga dia após dia e o nosso corpo começa a se familiarizar; o que antes era impossível, passa a ser tranquilo e prazeroso. Assim também é o crescimento da vida cristã: precisamos praticar. Ter uma vida diária de exame das Escrituras, oração, comunhão com os santos. Ainda que no começo tenhamos dificuldades, não podemos desistir e, aos poucos, vamos aumentando a carga, até que estejamos acostumados, e nessa hora, vamos experimentar o prazer desse modelo de vida. Alguém que tem o costume do exercício físico, e por algum motivo não consegue praticar por um tempo, sente como se o corpo estivesse pedindo para treinar. Assim também é o nosso espírito, uma vez que praticamos, nos impulsiona a viver esse costume maravilhoso. Quantos de nós podemos hoje testemunhar que simplesmente não conseguimos ficar um dia sem ler a Palavra ou orar, estar nas reuniões dos santos. De tão acostumados que estamos, temos a sensação que falta algo a ser preenchido, quando não praticamos. Há, infelizmente, por outro lado, aqueles que ficam dias sem ler a Palavra, orar, ou ter comunhão com os irmãos e mesmo assim não sentem a mínima falta. É um sintoma claro de quem não está praticando, e logo, essa talvez seja a razão de uma vida ainda imatura e tanta dificuldade de crescimento.
No Brasil, graças a Deus, temos tido ao longo dos anos, um número muito grande de pessoas conhecendo o Senhor. O evangelho se firmou no Brasil por volta de 1900, e, até 1960 havia poucos locais de reuniões abertos, algo em torno de 60. Hoje são mais de 70.000! Louvamos a Deus pelo novo nascimento, pela expansão territorial, mas temos que admitir que ainda somos uma igreja com "idade adolescente”. Um adolescente tem uma característica muito peculiar: não quer mais ser chamado de criança, mas, ao mesmo tempo, tem dificuldades de assumir responsabilidades de adultos. Talvez esta seja a idade mais desafiadora na criação de filhos. Esse é o nosso desafio. Precisamos crescer, nos tornar maduros, e assim estaremos aptos a receber mantimento sólido do SENHOR, revelações poderosas, segredos, que nos farão ter nossos sentidos exercitados para sermos quem o SENHOR quer que sejamos nesse mundo. Pratiquemos!
Pr Marcos Reis