AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - RAMESSÉS 1/42
“Partiram de Ramessés no décimo quinto dia do primeiro mês. No dia seguinte à Páscoa os filhos de Israel saíram triunfantes aos olhos de todos os egípcios” (Nm 33:3)
“E que nos tirou do império das trevas e nos transportou para o reino do seu Filho amado” (Cl 1:13 )
No dia seguinte à Pascoa, os filhos de Israel começaram a sua caminhada na obediência do mover da nuvem! Partiram em direção à promessa. O primeiro dia de uma nova vida de caminhada pela fé; do Egito, o império das trevas, para Canaã, a figura do Reino dos céus, nosso alvo. Nas 42 estações, das quais Ramessés é a primeira, eles terão experiências tremendas que formarão o seu caráter, todo um processo necessário de transformação , que não pode ser negligenciado, irá os capacitar a possuir a terra. Que lindo é saber que o que chamamos de salvação não é somente o fato de termos gloriosa e poderosamente saído do Egito, mas igualmente, a perseverança na carreira, até o dia final.
Os salvos, nascidos de novo, agora precisam trilhar a carreira gloriosa em direção ao propósito eterno, tudo isso sob a direção do Espírito Santo. Ele é o penhor que nos garante o cumprimento da carreira, desde que nos submetamos a sua direção. Não são poucas as vezes que a Palavra de Deus nos adverte: “Se ouvirdes a voz do Senhor, não endurece o seu coração”. Uma vida submissa à liderança do Espírito, é a nossa certeza de chegarmos até o destino final: “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo pelo prêmio da soberana vocação celestial de Deus em Cristo Jesus” (Fl 3:13-14).
Ramessés é ainda no Egito. É o início da caminhada, quando recebemos o Senhor, como nosso Salvador, a fé no Cristo prometido, que vence o pecado e a morte. Um povo justificado pela graça mediante a fé, que não vem de nós, é dom de Deus. “O Deus de Israel nos encontrou” (Ex 5:3). Ele é a nossa Páscoa! Não merecemos a salvação, não somos dignos de recebê-la. Somos, todos, em nossa natureza, caídos, até Ele nos encontrar. Essa é a maior lição de todas: toda essa glória não nos foi dada por merecimento; não há distinção entre os homens, "todos pecaram e destituídos estão da graça de Deus" (Rm 3:23).
O nosso pecado (singular) não é “o que fazemos”, e sim “o que somos”. Tudo o que fazemos, é consequência de quem somos. Ramessés nos remete a esta lição importante: Todo homem precisa reconhecer primeiro quem é, e de posse dessa realidade, entender a glória de Deus ter enviado Seu Filho para morrer em nosso lugar. Acaso haveria necessidade dEle morrer por inocentes? Definitivamente não! Éramos culpados, e Ele tomou nosso lugar, para que pudéssemos ser libertos do império que nos aprisionava. Aceitar a Cristo não é um convite (como nas pregações modernas) de uma vida melhor, de mais sucesso, ou o saciar de alguma determinada necessidade temporal; aceitar a Cristo, é crer que, sem Ele, jamais sairíamos desse lugar de trevas e escravidão. Todas as outras estações e jornadas estarão de certa forma, sendo postas, sobre esse fundamento: Cristo!
A primeira de muitas experiências até a plenitude de Cristo, precisa ser o reconhecimento total da miserabilidade do homem, da falência da velha natureza e da graça maravilhosa de Deus! Ter recebido o Senhor, não como aquele que promete nos assistir em determinada necessidade pessoal, mas entender unicamente: SEM ELE ESTAMOS MORTOS. Fico pensando quantos de nós “convertidos evangélicos” têm essa consciência entranhada em si e o recebeu com o entendimento correto… Não é por acaso termos tantos, no meio daquilo que chamamos de igreja, com imensas dificuldades na caminhada, no crescimento espiritual. Esse é o primeiro ensino; é daqui que a nuvem parte, até chegarmos em outra parada para que, de glória em glória, possamos ir contemplando o Senhor e sermos transformados até o dia perfeito. Deus os abençoe.
Pr Marcos Reis