Discipulado de Cristo - Intimidade e Revelação

O DISCIPULADO DE CRISTO – INTIMIDADE E REVELAÇÃO

“Então, tendo Jesus despedido a multidão, foi para casa, e chegaram ao pé dele, os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo” (Mt 13:36).

     Há uma diferença clara entre ser discípulo e ser multidão. Jesus amava e ama a todos, cuida de todos, serviu a todos, mas só se revelava aqueles que eram seus discípulos, aqueles que se achegavam aos seus pés, que gozavam da sua total intimidade. Ser discípulo de Cristo é segui-lo, aonde Ele for. É mais que usufruir das suas dádivas; é estar aos seus pés, no lugar onde Ele está, na intimidade da casa.

     A bíblia diz que Jesus “saiu de casa” e assentou-se a beira-mar, onde ajuntaram-se grandes multidões ao seu redor, as quais ele falou muitas coisas por meio de parábolas (Mt 13:1-2). Ali para a multidão, falou três parábolas: Semeador; joio e trigo e do grão de mostarda. Depois de proferir as três parábolas, despediu a multidão, e voltou para casa. Na casa, somente os discípulos o acompanharam. Na intimidade da casa, o ambiente era de revelação. A Casa do Pai é um ambiente de revelação que só pode ser acessada por aqueles que querem ser seus discípulos. A multidão não tem acesso ao ambiente íntimo de revelação da Casa do Pai. Quando Jesus falou aos seus discípulos que a Casa do Pai tinha muitas moradas, ele estava falando exatamente disso: muito mais que um espaço geográfico, é uma dimensão espiritual de intimidade e revelação. “Eu vou preparar-vos lugar e virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estou, vós estejais também” (Jo 14:3). Ele levou os seus discípulos para casa, onde ali, pode, enfim, se revelar para eles de uma forma mais intensa. Trouxe um nível de revelação que a multidão não tinha a respeito do joio do campo e lhes contou mais três parábolas: Do tesouro escondido, da pérola de grande valor e da rede lançada ao mar. Assim também, ele ainda leva os que querem intimidade com Ele, para Sua casa, para se revelar! 

     Já entendemos que é somente no ambiente íntimo da casa, que podemos ter a revelação dos seus mistérios, mas qual seria então a diferença entre as parábolas? Porque três foram contadas à multidão e três aos discípulos em casa? Se olharmos bem, as três primeiras parábolas falam de coisas externas e as três últimas, de coisas internas, escondidas. O tesouro estava escondido; a pérola de grande valor foi achada; e a rede atinge as profundezas do mar. Nunca teremos acesso às profundidades de Deus, ou seja, aquilo que não está acessível aos olhos naturais, se não formos seus discípulos. Segui-lo até sua casa. Não se trata de entender através do intelecto humano ou força do braço; esta unção não se compra; nenhum homem pode dar. “As coisas que o olho não viu e o ouvido não ouviu, e nem penetrou ao coração de homem algum, são as que Deus tem reservado aqueles que o amam” (I Co 2:9). Discipulado de Cristo é entender o chamado para a intimidade. Transparência total em ambos os sentidos: Dele para nós e de nós para Ele! A Esposa de Cristo, que é chamada para a intimidade, vive em total transparência com Ele; esse é o ambiente da casa. Quando Ele leva os discípulos para casa, e estes, se colocam aos seus pés, seus corações estão acessíveis para Cristo, e o coração de Cristo, acessível para eles. Como pode alguém querer a transparência de Cristo se não se apresenta transparente para Ele? 

     No tocante as coisas externas e naturais, não deve ser difícil ser multidão. Às multidões, nada é exigido, porém, também, muito pouco é revelado. É verdade que as multidões, se sentem livres, pois não têm os compromissos que um discípulo tem; podem ir aonde querem, a hora que querem; não tem problema em serem abençoadas por Jesus, mas o segui-lo é algo que não está nos seus planos. Querem liberdade. Mas o que é a verdadeira liberdade? Nas palavras do apóstolo Paulo, a verdadeira liberdade é ter o véu retirado dos nossos olhos; é conhecer as revelações da Casa do Pai; é exatamente ser discipulado pelo Senhor. “Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu é retirado. Ora o Senhor é o Espírito, e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade. E todos nós, com o rosto descoberto, refletindo a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (II Co 3:16-18)

     Que possamos, juntos, entender e responder ao chamado do discipulado. Um ambiente de intimidade, de revelações, da verdadeira liberdade, que é crescer de glória em glória, através da intimidade com o Espírito do Senhor! Discipulado, definitivamente não é algo que multidões vão entender. E o que somos? Multidão ou discípulos?

Pr Marcos Reis


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