O Sacerdócio Da Aliança Eterna Em Cristo - IV

IGREJA - O SACERDÓCIO DA ALIANÇA ETERNA EM CRISTO - IV

“Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar os justos, e sim os pecadores” (Mc 2:17)

 

Experimentar a perfeita vontade de Deus passa pelo sacrifício do nosso modelo de pensamento humano caído por natureza. Só a mente nova pode experimentar isso! Se a vontade de Deus, celestial e eterna, não confrontar a mente humana, terrena e temporal, há algo errado! Existe uma grande chance de não estarmos ouvindo, de fato, a Verdade. O quanto estivermos dispostos a sacrificar nosso modelo de pensamento natural nos fará viver essa plenitude.

Somos uma sociedade que confunde o que somos, com o que fazemos. Natural, ao ser perguntado quem somos, nós respondermos qual a nossa ocupação. A realidade é que se um relacionamento é baseado em obras, ele não é real, tem prazo de validade. Chegará um momento em que um pai não terá mais condições de “fazer coisas” pelos seus filhos, seja por sua incapacidade física ou pelo próprio crescimento e independência destes filhos. E então? Perderemos a comunhão por não sermos mais úteis? A mesa será desfeita porque já saciamos nossa fome? Ou manteremos a comunhão porque o que nos uniu é verdadeiro e baseado em amor? Vale uma boa reflexão sobre isso, no que diz respeito aos nossos relacionamentos uns com os outros e até mesmo com o nosso Pai Celestial.

Não foi por obras ou sinais, mas por revelar quem Ele era, que Jesus foi rejeitado pela maioria daquela geração. Todos amavam os sinais: Fariseus, Saduceus, a multidão e até mesmo Herodes. Todos amam o que Jesus pode fazer, poucos amam quem ELE É! Os sinais sempre foram feitos para evidenciar a Sua natureza divina: "Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome" (Jo 20:30- 31).

O evangelho, CRISTO, é a revelação de quem somos. Nossa origem! Nosso propósito nessa terra é espalhar essa mensagem, com sinais, que evidenciam a natureza do Senhor e consequentemente a nossa. Conhecendo nossa origem, entendemos nosso propósito nessa terra, até voltarmos para a Casa! A Casa do Pai! Ser como Jesus é, ter a Sua natureza, é amar quem Ele ama, se importar com quem Ele se importa, ter compaixão com quem Ele tem compaixão. Cristo está com os doentes, porque os sãos não necessitam de médico. Se queremos estar com Ele, deveríamos entender que devemos, ao contrário da lógica humana desse mundo, sentar à mesa com aqueles que aparentemente não tem nada a nos oferecer. Por que filhos abandonam seus pais? Por que cônjuges se separam quando não há mais satisfação? Amizades, igreja, tudo. Porque feitos geram admiração temporária, quando o alimento acaba, se revela que nunca houve comunhão verdadeira! A escassez serve para provar a qualidade do relacionamento. Quem desce sobre a Casa? Rios, chuvas, ventos; é o próprio Deus que abala o que pode ser abalado, que prova a veracidade do amor!

A individualidade anda de mãos dadas com a soberba. Uma vez “curados" não podemos nos sentir superiores. Nunca foi por mérito. Se tivemos a graça de termos sido chamados antes, não podemos achar que merecemos mais de um denário porque o outro só entrou na última hora! Na mesa do SENHOR todos são iguais. Se fomos os “primeiros”, tenhamos o coração de “últimos”. Essa é a essência da natureza de Cristo! Na mesa de Cristo não pode haver discussões sobre quem é o maior (Lc 22:24-30 leiam).

A igreja não é ainda perfeita, está em construção, e isso não deveria nos incomodar, a não ser que estejamos focados somente na satisfação das nossas necessidades e realizações. Se temos a essência de Cristo, entendemos que Deus tem nos colocado no meio das "imperfeições" para que possamos ser como Cristo é! Precisamos ter alegria em servir como instrumentos de benção aos que necessitam, como um dia o fizeram conosco! Crises não são motivos de reclamações, desistências, mas oportunidades de manifestação da glória e da verdadeira obra de Deus. Somos Cristo nesse mundo, servindo com alegria, às imperfeições à nossa volta.

Cristo é sacrificial. Anticristo é tudo o que promete proteger o homem de ser um sacrifício, o incentivando a “salvar-se a si mesmo”. Como Pedro, cheio de “boas intenções" dizendo para Cristo que ele não merecia a cruz! “Para trás de mim Satanás!” (Mt 16:23). Uma vida na essência do sacerdócio é uma vida que serve, não mais a si mesmo, mas aos irmãos, principalmente os que julgamos imperfeitos, os que precisam voltar para a Casa do Pai.



Pr Marcos Reis


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