AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - PUNOM 36/42
“Partiram de Zalmona e acamparam-se em Punom” (Nm 33:42)
“Veio o povo a Moisés e disse: Havemos pecado, porque temos falado contra Senhor e contra ti; ora ao Senhor que tire de nós as serpentes. Então, Moisés orou pelo povo. Disse o Senhor a Moisés: Faça uma serpente abrasadora, põe-na sobre uma haste, e será que todo mordido que a mirar viverá. Fez Moisés uma serpente de bronze e a pôs sobre uma haste; sendo alguém mordido por alguma serpente, se olhava para a de bronze, sarava. Então partiram os filhos de Israel para Obote” (Nm 21:7-10)
“Então na sua angústia, clamaram ao Senhor, e ele os livrou das suas tribulações. Tirou-os das trevas e das sombras da morte lhes despedaçou as cadeias.” (SL 107:13-14)
A estação de Zalmona trouxe a recaída de um povo que desanimou; viu no maná, figura de Cristo, um alimento insuficiente. Ainda que já tivessem percorrido quarenta anos no deserto e houvesse tempo suficiente para serem maduros, caíram mais uma vez. Ao negaram a suficiência de Cristo, adentraram em regiões de sombra da morte. A lição anterior nos fala sobre as serpentes, que nada mais são do que as ações do diabo usando nossa própria natureza humana caída. A carne sempre será a porta de entrada para que o inimigo tenha ocasião de atacar. Punom, cujo significado é “trevas" é a estação seguinte a esse erro, onde o povo se arrepende e vê em Moisés, o seu intercessor. igualmente, temos um Sumo Sacerdote que intercede por nós e essa é a nossa esperança.
A resposta do Senhor é muito clara: A cura está no fato da serpente ser crucificada e na nossa identificação a essa realidade. Jesus, puro, mergulhou nas trevas do pecado para que pudéssemos ser livres, das sombras da morte para a vida, ao olhar para o Filho do Homem levantado da terra. A lição em Punom é que a esperança reside em termos essa natureza humana igualmente crucificada e assim eliminar a totalmente a ação do inimigo.
Estas duas paradas estão ligadas a um período de trevas e sombra de morte e, sabemos, que seu contexto é mais uma queda e restauração de um povo, não sem que alguns infelizmente morressem e perdessem a oportunidade de chegar até o fim na carreira. O apóstolo Paulo explica na sua primeira carta aos Coríntios (I Co 10:9) o fato de muitos terem sido mortos pelas serpentes, num ato de tentação ao Senhor. E tudo isso, serve de exemplo para nós: “Todas essas coisas lhes aconteceram como exemplos e foram escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos” (I Co 10:11). Quanto mais a carreira está se findando, mais vigilância devemos ter em nos apegar a Cristo e a sua suficiência. Ele continua dizendo que “Aquele que pensa estar em pé, cuida para que não caia” (I Co 10:12) nos mostrando exatamente isso: que mesmo no final da caminhada, corremos o risco de cair em tentação como eles o fizeram. Lembremos que essas coisas não aconteceram a um povo novo e imaturo, mas a um povo que já havia cumprido os quarenta anos de deserto e estava na reta final de sua caminhada.
A carne é um inimigo a quem não podemos dar trégua. Não podemos nos achar espirituais e impenetráveis às tentações humanas. “Não veio sobre vós tentação senão humana” (I Co 10:13). O maná só cessará quando o povo entrar na terra prometida. Até lá, não podemos desanimar, mas seguir em frente, dia a dia, nos alimentando de Cristo. Isso fará com que a natureza humana seja enfraquecida mais e mais e não nos derrote. Não há dúvidas que nessas duas estações é demostrado com riquezas de detalhes quem é nosso real inimigo: nós mesmos.
No novo estágio de subida aos montes de Deus para tomar posse da herança, sempre há espaço para nos lembrarmos que ainda estamos em peregrinação e que jamais devemos deixar de vigiar.
Pr Marcos Reis