ABRAÃO - A CAMINHADA DA FÉ - OS 4 ALTARES
Abraão foi um pioneiro, um homem escolhido por Deus para trazer mais luz à Aliança de Deus com a humanidade. Através de Abraão, especificamente do Filho gerado nas suas entranhas, que sabemos ser Cristo (Gl 3:16 - leia), Deus prometeu alcançar todas as nações da terra. Pioneiros são homens chamados em algum momento para trazer uma nova realidade ou reacender uma realidade esquecida numa geração. Um homem assim precisa ser um homem de altar, um homem de sacrifício. Em todas as gerações, Deus sempre achou homens dispostos a darem suas vidas, até que se cumprisse em Cristo, no maior altar de todos, o sacrifício perfeito. Cristo é o princípio de tudo, a fonte pela qual todo homem de altar vai beber. Homens de altar são homens que, ao mesmo tempo em que são instrumentos, também são ofertas a Deus. Cristo não foi só o instrumento para a nossa salvação, Ele foi, igualmente a oferta para que pudéssemos alcançá-la. Deus recebe a oferta e o ofertante como um só: “Atentou Deus para Abel e sua oferta” (Gn 4:4). Um homem de altar não é o que somente entrega uma oferta para Deus, sua vida, com extrema alegria, precisa ser uma oferta complementar à oferta principal que é Cristo: “Mas, se porventura, também eu, derramado em oferta e sacrifício de fé, com os vossos sacrifícios e ministério, me alegrarei e me regozijarei convosco” (Fl 2:17). Um pai na fé precisa ser um homem de sacrifícios. Não é somente sobre queimar, é queimar se entregando totalmente, é queimar e verdadeiramente morrer para si mesmo!
A vida de Abraão e o que ele representa não poderia ser marcada por outra coisa senão por uma vida de altares. Foram quatro levantados ao SENHOR, em toda a sua jornada. O primeiro em Siquém, no Carvalho de Moré (Gn 12:7); o segundo num lugar desconhecido descrito como "um monte entre Betel e Ai" (Gn 12:8); o terceiro nos carvalhais de Manre, em Hebron (Gn 13:18) e o quarto, o último e maior de todos, o altar da aprovação final, no monte Moriá, cujo nome significa Jeová aprova (Gn 22:9). Vamos falar dos quatro altares ao longo da série, pois eles são representação de uma carreira de fé, que é manifestada de glória em glória. Todos nós passaremos por estes altares em nossa caminhada de fé. Como foi com Abraão, assim também é nas nossas vidas, se realmente temos como alvo a aprovação final.
A palavra altar sempre significa sacrifício, morte. Quando noivos vão ao altar, eles estão dizendo que estão morrendo como indivíduos para que um novo ser, dois sendo uma só carne, nasça! Um altar sem morte é um altar falso. Toda vez que um altar é levantado para Deus, algo precisa morrer. Foi Deus quem buscou Abraão para ser um pioneiro no seu tempo e não o contrário. Deus busca homens dispostos a primeiro se sacrificarem, para, então, estarem aptos a sacrificar.
Vamos começar falando sobre o primeiro altar: SIQUÉM, cujo significado é "ombros" no sentido de baixar os ombros à carga como servo e, ter prazer nisso. MORÉ significa "professor". O primeiro altar é a primeira lição de um pai na fé: "Você está disposto a baixar os seus ombros em humildade e alegria à carga que EU, o Senhor, tenho para você? Isso custará a sua vida! Ela é pesada para a maioria dos homens, mas EU escolhi você para levá-la. Está disposto a humildemente, aprender comigo?”. Uma caminhada de fé não começa sob os holofotes, mas numa vida de obediência, humildade e sacrifício. Esta é a lição que o mestre nos ensina. O chamado não custará somente nosso tempo, disposição e dinheiro, custará a nossa vida. Não vivemos mais para nós mesmos, nossos anseios pessoais já não são relevantes. Homens de altares são homens resistentes que não cansam com qualquer coisa, não se desculpam a todo momento, sabem o que têm que fazer, conhecem as dificuldades, e se alegram profundamente pela graça de terem sido escolhidos para cumprir. Baixam os ombros à carga e vão. Experimentam, ao contrário de homens frágeis que vêem dificuldade em tudo, suavidade no jugo e leveza no fardo, pois servem com prazer não como obrigação, pois ouviram a voz do mestre dizer: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração” (Mt 11:29). Um homem de altar é reconhecido pela alegria em servir: “Servi ao Senhor com alegria” (Sl 100:2). Servir por obrigação é pesado, é infantil e inútil.
De tempos em tempos, em toda geração, uma porta no céu se abre, para que por ela entrem homens de altares. Estes terão profunda alegria pela oportunidade de terem sido chamados a sacrificar todos os seus anseios, suas vidas pela causa do SENHOR.
Pr Marcos Reis