AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - REFIDIM 11/42
“Partiram de Alus, acamparam-se em Refidim, porém não havia ali água para beber”. (Nm 33:14)
“Se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais o coração como em Meribá, como no dia da tentação no deserto, quando vossos pais me tentaram, me provaram e viram a minha obra. Durante quarenta anos estive irritado com aquela geração e disse: É um povo ingrato de coração, e não conheceu os meus caminhos. Por isso jurei na minha ira: jamais entrarão no meu descanso”. (Sl 95:7-11)
“determina outra vez certo dia, chamando-o Hoje, dizendo por meio de Davi, muito tempo depois, segundo antes fora dito; Hoje se ouvirdes a sua voz, não endureçais o fosse coração”. (Hb 4:7)
O povo de Israel seguia em direção ao propósito de Deus, a terra de Canaã. Na realidade do novo pacto, sabemos que Cristo é esse Caminho, Ele é todo o processo e também é cada parada. Cada etapa cumprida é um aspecto de Cristo que precisa ser por nós entendido e também em nós entranhado. Quando mais andamos, mais Cristo, não somente A nós, mas fundamentalmente EM nós, é revelado. “O caminho do justo é como a luz da aurora que brilha cada vez mais até ser dia perfeito” (Pv 4:18). Entendendo o caminho, experimentaremos o DIA perfeito. Cristo é esse Caminho maravilhoso e finalmente será, gloriosamente em nós, este DIA PERFEITO. Ele é este “Hoje” maiúsculo da carta aos hebreus. Porque Dele, por intermédio Dele e para Ele vivemos e caminhamos. Se alguém não entende o evangelho como a boa nova da revelação, que é CRISTO, que precisa ser formado em nós totalmente, é fato, que ainda não entendeu o que é o evangelho.
Refidim, que significa “lugar de descanso”, é a estação onde o povo novamente murmura contra Deus, novamente, por falta de água. O povo já havia murmurado por causa da sede em Mara, e da fome, no deserto de Sim; Deus já lhes tinha dado água a beber e o pão dos céus para os saciar. Ainda não tinha sido suficiente para os seus desejos desenfreados e corações ingratos. Fizeram de um lugar de descanso, um lugar de contenda e tentação, Refidim se torna “Massá e Meribá” (Ex 17:7). Definitivamente, não é o lugar que nos define, somos nós quem definimos o lugar. Aqui nós aprendemos, que na Nova Aliança a operação não depende do lugar, mas da medida que Cristo está presente dentro de nós. Podemos transformar benção em maldição e também maldição em benção, dependendo da forma como nos relacionamos com o Senhor. Mudar de lugar é paliativo, nós somos o “lugar que precisa ser mudado”. “Está o Senhor em nós ou não?” Foi a pergunta que eles fizeram a si mesmo.
Nossos corações não podem permanecer duros em Refidim, depois do Senhor já ter nos quebrantado e quebrado em Sim e Dofca e amassado em Alus. Persistir na dureza já não é mais falta de entendimento, como antes, mas tentação ao Senhor, e isso definitivamente não nos trará a aprovação. Errar com o conhecimento adquirido é muito mais grave do que errar por ignorância. Em Massá, Deus vê a ingratidão de um povo que já deveria ter aprendido, e essa ingratidão, foi o motivo deles não entrarem no descanso. Não podemos deixar de valorizar o que o Senhor tem falado. Cada uma de suas palavras e ações conosco precisam ser entendidas e não negligenciadas. As pérolas do Pai não podem ser tratadas pelo povo como algo sem valor. Este é o maior erro que não podemos cometer: não conhecer os seus caminhos. A palavra “caminhos" dita por Davi, também é traduzida por jornadas.
A consequência desse erro foi a perseguição dos amalequitas (Ex 17:8-16), onde sabemos , que embora a batalha tenha sido vencida no coletivo, muitos fracos e doentes foram mortos individualmente. Os amalequitas são a nossa maior guerra, é a nossa própria carne, que só pode ser vencida nas regiões celestiais por um sacerdócio maduro. Todos os que não compreendem a verdade de Cristo, estarão fracos, suscetíveis aos ataques espirituais. O papel da igreja madura é prosseguir na intercessão a fim de que a guerra seja vencida no coletivo; o papel de cada um de nós, individualmente, é não estarmos fracos para que não sejamos destruídos. Que a gratidão seja a maior arma da nossa guerra! Deus nos abençoe.
Pr Marcos Reis