AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - RIMOM-PEREZ 16/42
“Partiram de Ritma e acamparam-se em Rimom-Perez”. (Nm 33:19)
“Falou Moisés essas palavras a todos os filhos de Israel, e o povo se contristou muito. Levantaram-se de madrugada e subiram ao cume do monte, dizendo: Eis-nos aqui e subiremos ao lugar que o Senhor tem prometido, porquanto havemos pecado. Porém Moisés respondeu: Por que transgredis o mandado do Senhor? Pois isso não prosperará. Não subais, pois o Senhor não estará no meio de vós, para que não sejais feridos diante dos vossos inimigos. Porque os amalequitas e os cananeus ali estão diante de vós, e vós caireis à espada, pois uma vez que vos desviastes do Senhor, o Senhor não será convosco. Contudo, temerariamente, tentaram subir ao cume do monte, mas a Arca da Aliança do Senhor e Moisés não se apartaram do meio do arraial”. (Nm 14:39-44)
Na parada anterior, em Ritma, havia-se passado pouco menos de dois anos que o povo saíra do Egito, os espias, que espionaram a terra por quarenta dias, voltaram a Moisés e Arão e a toda a congregação dos filhos de Israel no deserto de Parã, a Cades, dando-lhes conta e mostrando os frutos da terra, porém, como sabemos, desanimaram o povo a prosseguir em direção à terra prometida, mesmo diante dos relatos de Josué e Calebe (Nm 13:25-33). Por não entender a visitação do Senhor, o povo caminharia dando voltas nas próximas estações, por mais trinta e oito anos, até literalmente chegar no mesmo lugar. O período total de peregrinação, portanto, seria de quarenta anos; exatamente um ano para cada dia em que haviam espiado a terra. Contando com Ritma, foram dezoito estações até chegarem ao deserto de Zim, que é exatamente a outra extremidade da região chamada Cades (Nm 20:1). Cades, ou Qadesh, significa santo, separado. O Senhor separou o tempo restante para ensinar aquele povo que eram uma nação santa, separada das outras nações da terra.
Rimom-Perez vai nos falar a respeito de entendermos o tempo da visitação do Senhor e não nos movermos fora dessa fenda de tempo. Perez significa “brecha” e aquele povo não havia aproveitado a oportunidade de se mover na direção do Espírito Santo quando Este os autorizou a conquistar a terra. Depois do Senhor ter matado os dez espias infiéis, e do próprio povo ter pecado contra o Senhor; surge um suposto arrependimento, totalmente carnal. O povo levanta de madrugada e, por si só, decidem subir ao cume do monte, para fazer o que deveriam ter feito antes. Mesmo avisados de que não deveriam ir, "temerariamente" foram. Não podemos nos mover debaixo de um simples “remorso” como Judas, mas de um genuíno arrependimento que sempre terá como evidência, a aprovação de Deus. Muito interessante esta palavra grifada, do hebraico “aphal”, pois é a mesma que aparece somente uma única vez mais no AT: “Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o justo viverá pela sua fé” (Hc 2:4). Aqui se entende que não se tratava de arrependimento, mas de um orgulho soberbo de fazer as coisas aparentemente certas no tempo errado. Subiram sem a Arca de Deus, sem a Sua presença, e por isso, a autoridade espiritual do arraial, Moisés, também não estava presente. O resultado desta ação não poderia ter dado certo. Perderam a “brecha” que o Senhor os abriu para que entrassem; e quiseram entrar quando a mesma já tinha se fechado. Como Jerusalém nos tempos de Jesus, perderam o tempo da visitação: “Quantas vezes eu quis, mas tu não quisestes”. Nunca é quando queremos, mas quando Ele quer.
Rimom significa “romã”, um dos sete frutos da terra prometida. Com suas 613 sementes, assim como são os 613 mitsvot (mandamentos) da Torá, simboliza a obediência, integridade e humildade. Concluímos que existe a brecha que entramos pela obediência e humildade e o atalho da soberba, capitaneada até mesmo pelo nosso bom senso, que sempre nos levará à queda. Esta é uma parada que nos ensina definitivamente o perigo de não discernirmos os tempos e nos movermos fora da direção que Deus determina. Que não percamos o tempo da sua visitação. “Fazei desta maneira, discernindo o tempo em que vivemos. Pois já é hora de despertardes do sono; porque agora nossa salvação está mais próxima do que quando cremos. A noite vai passando e chegando o seu final; o dia logo alvorecerá. Portanto, abandonemos as obras das trevas e revistamo-nos da armadura da luz”. (Rm 13:11-12). Deus nos abençoe.
Pr Marcos Reis