Jornadas até a plenitude de Cristo - SIM 8/42

AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - DESERTO DE SIM 8/42

“Partindo do Mar Vermelho, acamparam-se no deserto de Sim” (Nm 33:11)

“Partiram de Elim e toda a congregação dos filhos de Israel veio ao deserto de Sim, que está entre Elim e Sinai, aos quinze dias do segundo mês, depois que saíram da terra do Egito. Toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão no deserto. Disseram-lhe os filhos de Israel: Quem nos dera tivéssemos morrido pelas mãos do Senhor na terra do Egito quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos a fartar! Tu nos trouxestes a este deserto, para matardes de fome toda essa multidão. Então disse o Senhor, eu vos farei chover pão dos céus. O povo sairá e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu o prove se anda em minha lei ou não” (Ex 16:1-4)

“Fez chover sobre eles o maná para comerem, lhes deu cereal do céu. Cada um comeu o pão dos anjos; mandou-lhes comida com abundância” (Sl 78:24-25)

     Apenas um mês desde a saída do Egito, sete estações com lições maravilhosas já tinham sido superadas, sempre sob a condução da nuvem, a figura do Espírito Santo. Confiados na misericórdia que dura para sempre, deixando o Mar Vermelho para trás, é hora de prosseguir viagem. Em Êxodo não se faz alusão à parada no Mar Vermelho, como em Números, porém temos o relato imprescindível do que aconteceu em Sim, que estava "entre Elim e Sinai”. Entre o oásis no meio do deserto (Elim) e o “lugar espinhoso” (significado de Sinai) estavam o Mar vermelho e Sim.

     Sim significa "barro" ou “espinho”. Sim era uma fortaleza do Egito que receberá o furor do Senhor, nas palavras de Ezequiel: “Derramarei do meu furor sobre Sim, a fortaleza do Egito…” (Ez 30:15). A nossa natureza humana é uma verdadeira fortaleza e o trabalho para transformá-la é espinhoso. Para ser moldado, o barro duro (nós) precisa receber a água (Palavra) para que possa ser moldado como o Senhor quer. Estamos nessa constante olaria de Deus, caso aceitemos descer, na humildade, para níveis mais profundos em Cristo. Nas sete primeiras estações foram abordadas a natureza gloriosa da obra de Cristo. A partir da oitava estação inaugura-se o processo da realização dessa obra no homem. Cristo em nós é a nossa esperança da glória, e a partir daqui, teremos riquezas maravilhosas dessa realidade tão poderosa. O reino de Deus está dentro de nós.

     Não podemos nos iludir: o processo pode ser espinhoso pois trazemos do Egito muitas coisas que o Senhor não permitirá que permaneça em nós. Não estamos prontos, por isso a necessidade de se prosseguir entendendo cada uma das lições que o Espírito quer nos ensinar para que Cristo seja formado em nós. Não há como fugir da verdade: Não haverá crescimento sem que sejamos barros, humildes, maleáveis nas mãos do oleiro. “Palavra do Senhor que veio a Jeremias: Dispõe-te e desce à casa do oleiro, e lá ouvirás as minhas palavras” (Jr 18:1). Um ensinamento lindo aqui é que podemos ver que a palavra traduzida para oleiro nesse texto é “yatsar”, ou seja, a mesma palavra “formou” no texto: “Formou o Senhor Deus o homem do pó da terra" (Gn 2:7). Esta é definitivamente uma estação onde o Senhor nos leva a entender que o processo de formação do Seu Filho em nós está apenas começando e deveremos estar preparados para que, uma vez que já nos tirou do Egito, agora tire todas as influências do Egito de dentro de nós.

     A caminhada até Canaã tem por objetivo fortalecer a nossa vida através da fé. Uma vida fácil não formará o caráter de Cristo em nós. O oásis no deserto foi maravilhoso, mas ainda não era Canaã! Dentro em pouco tempo eles teriam uma das maiores manifestações da glória de Deus no Sinai, mas precisavam continuar a vencer os desafios do dia a dia, agora fortalecidos pela visão celestial eterna e confiados na certeza de que a bondade e a misericórdia os seguiriam todos os dias das suas vidas (Sl 23:6). Chegaram então ao deserto de Sim, onde mais uma vez murmuraram, desta vez não por causa da sede, mas por causa da fome. Lembraram da comida do Egito e ali, o Senhor iria os levar a entender que a verdadeira comida vem do céu. Mais uma vez murmuram por achar que foi Moisés quem os trouxera até ali e não o Senhor. O processo é espinhoso? Sim. Causa desconforto? Claramente. Mas não murmuremos, aceitemos o propósito daquele que nos ama e quer nos levar ao nosso destino! A murmuração não agrada o Senhor, vai nos atrasar e impedir que muitos entrem no reino. Não podemos continuar comendo a comida do Egito; não devemos ter saudades da escravidão. Nós somos o que comemos e nossa dieta precisa ser mudada. Ele quer, através de Cristo (o pão dos anjos) nos alimentar, nos sustentar. Deus nos abençoe.

Pr Marcos Reis


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