COMUNHÃO DO ESPÍRITO IV

COMUNHÃO DO ESPÍRITO  IV

“Porque pela graça que nos foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes pense com humildade, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um… Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, reparta com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos” (Rm 12:3,16)

A comunhão dos santos uns para com os outros, os tornando UM em Cristo é o trabalho do Espírito Santo. É o Corpo de Cristo ser UM que manifesta ao mundo caído que Jesus é o enviado de Deus, o Filho de Deus! Através da comunhão verdadeira da igreja, um mundo incrédulo verá Cristo. A igreja é Cristo na Terra! Não compreender isso é uma tristeza porque nos leva a “fazer cultos para nós mesmos”, como se a igreja fosse, na sua essência, chamada a servir a si própria, por isso há tanta frustração. Sem uma mudança de mente e uma entrega de si mesmo (este é o culto racional) jamais podemos experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus! Somos alcançados para que através de nós, o mundo conheça Cristo. Se fosse sobre culto, reunião solene, êxtase de poder e devoção, o Antigo Testamento serviria e Jesus não precisaria ter vindo. Não é sobre revelar somente Deus, mas Deus como Pai e então sermos uma família de irmãos, sem protagonistas, sem celebridades, sem mesas de comércio que se juntam por interesses satisfeitos. O Espírito Santo nunca foi o poder que trabalha para atender nossas demandas, desejos e vontades, ao contrário, seu ministério é justamente alinhar a nossa vontade à vontade de Deus. O "Venha o Teu Reino" é imediatamente seguido por “Seja feita a Tua vontade”.

Nossa oração é que todos possam entender o que é comunhão. Muitos, infelizmente, se frustram porque pensam comunhão como reunião onde os seus interesses precisam ser satisfeitos, pensam de si mesmo além do que convém. Sem Cristo no centro, sem o egocentrismo eliminado, jamais poderá haver comunhão do Espírito, porque para sermos um em Cristo, obrigatoriamente devemos sacrificar o nosso ‘Eu' pessoal, e assim daremos a Deus o verdadeiro culto. O motivo pelo qual Deus detesta algumas “reuniões solenes” é que elas não passam de um “ajuntamento de eus”, em busca de satisfação própria. Se a expectativa não for alinhada à Palavra jamais vão compreender comunhão: “Não posso suportar iniquidade associada ao ajuntamento solene…já me são pesadas, estou cansado de as sofrer” (Is 1:13-14). Não podemos ser orgulhosos, devemos repartir o que temos recebido, principalmente com os menos capazes que o Senhor envia. A mesa de Cristo jamais é exclusiva de alguns, sempre está aberta a todos! A sabedoria de Deus se manifesta aos olhos dos outros; de nada vale ser sábio aos seus próprios olhos!

Há um clamor dos aflitos e necessitados que Deus ouviu. A estes, Ele diz: “Eu não os desampararei” (Is 41:17). Somos a planta perfeita do Pai, experimentada na comunhão do Espírito, que caminha como Um Só Homem, plantados como solução nos desertos e ermos da vida, que Ele tem como instrumento de manifestação da Sua glória! "E então todos verão, saberão, considerarão e juntamente entenderão que a mão do Senhor é que fez isso" (Is 41:20). Tudo é para a glória de Deus! A comunhão verdadeira mata a ansiedade de ventres insaciáveis que nunca experimentam a plenitude, sempre vendo no outro, a solução para sua satisfação. Como conciliar isso ao evangelho de Cristo? Somente dando a resposta correta à medida da fé que recebemos.

Não somos aquele que encheu um celeiro e vive para encher outros e outros, em busca de segurança pessoal. Não podemos pensar em si e de si mesmos mais do que convém, isso não é comunhão. O Espírito Santo nos ensina a repartir! Assim como começou a igreja de Atos, cheia do Espírito Santo! Jesus diz àquele que quer construir mais celeiros para guardar para sua própria segurança: "Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” (Lc 12:20). Meus queridos irmãos, oremos para que possamos viver a verdadeira comunhão do Pai, livres do orgulho, como família de Deus.

 

Deus abençoe

Pr Marcos Reis


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