NOVO CÉU E NOVA TERRA - SIÃO, O TABERNÁCULO CELESTIAL
“Ponho as minhas palavras na tua boca e te protejo com a sombra da minha mão, para que eu estenda novos céus e funde nova terra e diga a Sião: Tu és o meu povo” (Is 51:16)
Sião, o Jardim do Senhor, a Jerusalém de cima é não só a nossa origem mas também nosso destino, por isso somos chamados de estrangeiros e peregrinos nessa terra. Estamos voltando para a Casa. Isso precisa ser entendido de uma forma um pouco mais abrangente: não é somente um lugar, mas uma dimensão de ser onde já estão os santos do Senhor que dormem em Cristo. Cristo está, a cada geração, desde o início, resgatando vidas que se unem totalmente a Ele. O número dos salvos resgatados ainda não se completou, e quando isso acontecer, a Cidade Santa estará totalmente edificada e não poderá mais ficar escondida. “Vós sois a luz do mundo, não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte” (Mt 5:14). Todos estes irmãos que vivem com Cristo no Paraíso, nesse jardim (a palavra paraíso no grego significa jardim) descansam no Senhor, e clamam, aos pés do trono de Deus, debaixo do altar, a respeito da completude dessa gloriosa obra: “Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam. Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam sendo mortos como eles igualmente foram” (Ap 6:9-11). Sempre dizemos que o Senhor vem buscar a Sua igreja, mas a verdade é que a maioria dos componentes desse Corpo coletivo glorioso já está com o Senhor, são as pedras que o Senhor já recolheu da pedreira para edificação da Casa nessa dimensão celestial. Nós somos estas últimas pedras que estão sendo recolhidas para que o Seu Tabernáculo finalmente seja manifestado. “Edificava-se a casa com pedras já preparadas nas pedreiras, de maneira que nem martelo, nem machado, nem instrumento algum de ferro se ouviu na casa quando a edificavam” (I R 6:7). Somos, coletivamente, esse santuário, sem nenhum instrumento humano, “o verdadeiro Tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem” (Hb 8:2). Por isso o Senhor nos conclama: “Ouvi-me vós, os que procurais a justiça, os que buscais o Senhor; olhai para a rocha de que fostes cortados e para a caverna do poço de que fostes cavados. Olhai para Abraão, vosso pai, e para Sara, que vos deu à luz; porque era ele único, quando eu o chamei, o abençoei e o multipliquei. Porque o Senhor tem piedade de Sião; terá piedade de todos os lugares assolados dela, e fará o seu deserto como o Éden, e a sua solidão, como o jardim do Senhor; regozijo e alegria se acharão nela, ações de graças e som de música”. (Is 51:1-3). Sempre foi sobre entender a provisoriedade dessa dimensão terrena e o gozo eterno do reino de Cristo, mediante a promessa de sermos sua gloriosa descendência, sermos como Ele é. “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo. Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é.” (I Jo 3:1-2). Esse mundo jamais vai nos conhecer. Olhar para esse mundo, e entender que nada daqui pode ser comparado com a glória a ser revelada como herdeiros da promessa feita a Abraão e de Sara, que representa a Jerusalém de cima, “a mãe de todos nós” (Gl 4:26). A carreira de Rebeca pelo longo deserto, guiada pelo Espírito, se completa em se casar com Isaque, exatamente na tenda de Sara (Gn 24:67). Assim também é a Esposa com Cristo!
João viu o novo céu e a nova terra que o Senhor, nas palavras do profeta Isaías, fundou. Ele viu a Cidade Santa finalmente edificada e completa, descendo, se manifestando, uma vez que já não podia mais ser escondida sobre o monte! A Esposa do Cordeiro, o verdadeiro tabernáculo de Deus, sobre o Monte Sião: “Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo. Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles.” (Ap 21:1-3). Essa dimensão, esse mundo em que vivemos é a pedreira a qual estávamos, como pedras, estamos sendo resgatados a fim de sermos unidos a essa edificação eterna. Dessa terra do esquecimento, desse mundo que está sepultado no maligno, estamos sendo resgatados. O Seu amor é maior do que o nosso pecado, por isso ele deixou o céu para buscar-nos. Como sabemos, nosso espírito vive e já reina com Cristo nesse Dia Glorioso, nesse descanso; então gememos para sermos libertos também no corpo, desse cativeiro e exílio: “O exilado cativo depressa será libertado, LÁ não morrerá, LÁ não descerá à sepultura e seu pão não lhe faltará” (Is 51:14).
Se no 5º selo há o clamor dos santos debaixo do altar, a resposta é rápida, já no 6º selo do Livro selado, vemos a volta do nosso Rei. “Vi quando o Cordeiro abriu o sexto selo, e sobreveio grande terremoto. O sol se tornou negro como saco de crina, a lua toda, como sangue, as estrelas do céu caíram pela terra, como a figueira, quando abalada por vento forte, deixa cair os seus figos verdes, e o céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola. Então, todos os montes e ilhas foram movidos do seu lugar. Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?" (Ap 6:12-17). O céu que agora existe será recolhido como um pergaminho, e só sobrarão para os ímpios, as cavernas e os rochedos. Como é precioso saber que dessas cavernas e rochedos, nós já fomos resgatados! O céu e terra que agora existem estão destinados ao fogo e a perdição dos homens ímpios (II Pe 3:7). Atravessaremos as águas de cima, o mar com os pés enxutos, como foi na saída do Egito, em direção ao novo céu e terra! “Perto está a minha justiça, aparece a minha salvação, e os meus braços dominarão os povos; as terras do mar me aguardam e no meu braço esperam. Levantai os olhos para os céus e olhai para a terra embaixo, porque os céus desaparecerão como a fumaça, e a terra envelhecerá como um vestido, e os seus moradores morrerão como mosquitos, mas a minha salvação durará para sempre, e a minha justiça não será anulada”. (Is 51:5-6). Vamos subir, já aconteceu o que está por vir!
Pr Marcos Reis