AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - ELIM 6/42
“Partindo de Mara vieram a Elim. Em Elim, havia doze fontes de águas e setenta palmeiras, e se acamparam ali.” (Nm 33:9)
“O Senhor é o Meu Pastor, de nada tenho falta. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas, refrigera a minha alma, guia-me pelas veredas da justiça por amor do teu nome” (Sl 23:1-3)
Há pelo menos dois significados para Elim: o primeiro é a palavra ramos, o outro é uma variante da palavra força, ajuda, descanso. O povo saiu da estação de Mara, onde aprendeu a necessidade de conviver com a experiência das águas amargas e chegou num cenário radicalmente oposto: Um verdadeiro oásis no meio do deserto, um lugar de descanso com doze fontes e setenta palmeiras. Uma alegria chegar a esse lugar de refrigério em meio ao deserto. Ainda no início da caminhada o povo já experimenta os poderes da plenitude de Cristo. Como diz o Salmo 23, uma experiência com o Senhor que nos enche da sua plenitude a ponto de, ainda que não tenhamos chegado ao final da caminhada, já experimentemos essa suficiência em Cristo, nessa era, nessa vida; é Ele nos guiando às águas tranquilas, refrigerando nossa alma. O reino de Cristo é maravilhoso pois, ao mesmo tempo em que ansiamos a sua manifestação poderosa vindoura, já podemos experimentar dentro de nós, esses poderes da eternidade. Como diz o Esposo para a Esposa: “Favos de mel manam dos teus lábios, noiva minha! Mel e leite estão debaixo da tua língua” (Ct 4:11). Ao mesmo tempo em que a promessa final é a “terra que mana leite e mel”; o Senhor já nos aponta para o experimentar dessa realidade em nós, já agora. Elim não é Canaã, mas nos ensina que o Reino do Cristo em nós é uma realidade poderosa que nos sustenta e nos sacia completamente. Cristo é plenamente suficiente, Ele é o nosso Pastor por isso não temos falta de absolutamente mais nada. Só será na eternidade se já o é em realidade hoje.
A figura das doze fontes e setenta palmeiras nos ensina uma lição das mais lindas no que tange a experimentar esse descanso, onde podemos provar os poderes do reino dos céus: “Quando o Altíssimo distribuia as heranças às nações, quando separava os filhos dos homens, fixou os limites dos povos, segundo o numero dos filhos de Israel” (Dt 32:8). Sabemos que o número das nações são setenta quando lemos em Gn 10, o Senhor distribuindo a herança entre os filhos de Noé: a chamada tábuas das nações. E sabemos que esse número setenta é ligado, conforme o texto acima diz, diretamente ao número dos filhos de Israel: “Todas as pessoas que descenderam de Jacó foram setenta; José já estava no Egito” (Ex 1:5). Portanto, por ai se explica a relação entre o número de nações e Israel. Israel restaurado (os antigos gentios, a igreja de Cristo enxertada à comunidade de Israel - Ef 2:12) será a nação sacerdotal para todas as outras nações da terra, e isso será uma realidade tremenda quando o nosso Senhor voltar e manifestar o Seu Reino. Não haveria vida nas palmeiras se estas não estivessem recebendo água através das doze fontes, uma alusão a todo o Israel de Deus.
Elim é um lugar de descanso, e um oásis no deserto, porque é a expressão clara do Reino a manifestar-se. É a experiência de uma vida em Cristo preenchida pela glória de Deus e pelo conhecimento do Seu propósito em nós. A visão do mundo vindouro e nossa herança em Cristo: Reinar saciando todas as nações da terra através da vida de Cristo em nós! Entender nosso propósito eterno em Cristo, e experimentar esse poder em nós, vai nos preencher e nos dar ainda mais forças para prosseguir na caminhada. Achamos a pérola de grande valor e agora estamos mais fortalecidos para continuar a jornada renunciando o que precisa ser renunciado. Na sexta estação o nível subiu, já não somos mais um povo sendo livre de uma opressão somente; mais que isso, somos um povo escolhido para um grande propósito que envolve toda a Terra. Um povo sem a visão do Reino nunca conseguirá caminhar. Sem entender Elim, as outras estações a frente serão impossíveis de vencer. Já estamos assentados com Ele nos lugares celestiais! Se não entendermos essa lição, quão triste e inconstante será nossa caminhada, e quanto perigo corremos de não chegar até o final. O descanso final depende da compreensão de uma vida de descanso no meio do deserto. Ele é a Videira e nós os ramos que recebemos Sua vida, para nós isso nos basta. Agora é saciar todas as nações da terra com o Seu Vinho Novo! Deus nos abençoe.
Pr Marcos Reis