AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - DESERTO DO SINAI 12/42
“Partiram de Refidim, acamparam-se no deserto do Sinai”. (Nm 33:15)
“No terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, neste mesmo dia, chegaram ao deserto do Sinai. Tendo partido de Refidim, chegaram ao deserto do Sinai, e Israel se acampou ali no deserto em frente ao monte. Subiu Moisés a Deus, e o Senhor o chamou do monte, dizendo: Assim falarás à casa de Jacó e anunciarás aos filhos de Israel: Vistes o que fiz aos egípicios, como vos levei sobre asas de águias e vos trouxe a mim. Agora, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança sereis minha propriedade peculiar entre todos os povos. Embora toda a terra seja minha, vós me sereis reino sacerdotal e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel.”(Ex 19:1-6)
“Eu vos levarei ao deserto dos povos e ali, face a face vos julgarei. Como julguei vossos pais, no deserto da terra do Egito, assim entrarei em juízo convosco, diz o Senhor Deus. Eu vos farei passar debaixo da vara e vos farei entrar no vínculo da aliança. Separarei dentre vós os rebeldes e os que transgrediram contra mim. Das terras das suas peregrinações os tirarei, mas à terra de Israel não voltarão. Então sabereis que eu sou o Senhor” (Ez 20:35-38)
Após apenas noventa dias da saída do Egito, um povo liderado por Moisés, descendentes de Jacó, denominado Israel, já havia cumprido onze estações, e, então, chegam a 12ª estação: O deserto do Sinai, no pé no monte Sinai. Ali permaneceriam um ano inteiro (Nm 10:11). Apesar de ser tratado como “povo de Israel” nas estações anteriores, o fato é que, somente no Sinai, este povo recebe a Lei e a promessa de que seriam uma nação sacerdotal. Aqui, claramente é a estação onde o Senhor faz a transição de vários indivíduos em uma nação; o deserto tem esse papel importante de transformar escravos em soldados; a soma de indivíduos em uma nação coletiva. A promessa é que, apesar de toda a Terra ser do Senhor, essa nação coletiva, seria luz , sacerdócio, para todas as outras nações da Terra.
Se o Sinai reflete efetivamente o início de uma Aliança, também há, claramente, uma mudança da forma que o Senhor trataria o pecado a partir de então: “Pela Lei vem o conhecimento do pecado” (Rm 3:20). Não haveria mais inocentes, dado o conhecimento recebido e a Aliança estabelecida. Moisés recebe do Senhor a determinação clara: “Santificai-vos hoje e amanhã, e estejam prontos para o terceiro dia” (Ex 19:10-11); o que acabou realmente acontecendo, na madrugada do terceiro dia, o Senhor veio, a vista de todos (Ex 19:16). A partir da Lei, a santificação já não era um ato somente dos sacerdotes, mas de toda a nação.
Podemos dizer que esta estação poderia ter sido a última antes da entrada na terra prometida. Dali para a terra prometida, seria uma caminhada de apenas alguns dias. Foi exatamente daqui que foram enviados os 12 espias para inspecionar a terra e trazer as notícias ao povo. Por 40 dias eles espiaram a terra, e quando voltaram, sabemos, que somente Josué e Calebe, relataram conforme a promessa recebida do Senhor, todos os outros desanimaram o povo. Por causa disso, cada um dia que espiaram, se transformaram em um ano em que ficariam no deserto. Ali toda uma nação foi julgada e determinado pelo Senhor que uma geração inteira morreria no deserto.
A realidade que precisamos entender é que toda aliança traz necessariamente com ela, um juízo. Como o Senhor nos diz em Ezequiel, o deserto é o lugar onde Deus se revela face à face através do seu juízo. Não se entra no vínculo da Aliança sem que o juízo seja estabelecido. Não mais indivíduos sem lei, mas uma nação única, com uma missão clara em relação a toda a terra. É exatamente aqui, nesta 12ª estação, que definitivamente é estabelecido quem dos que saíram do Egito, entrariam na terra. Muitos foram julgados e condenados ali. Como somos hoje advertidos, devemos entender que a forma com que nos relacionamos com a Nova Aliança (muito maior que a primeira) nos fará a receber por herança o Reino sacerdotal que é prometido a todos os santos. Não são poucos lugares que nos advertem a respeito desse temor que deve existir em nós. “Temamos, portanto, que tendo sido nos deixada a promessa de entrar no seu descanso, suceda parecer que algum de vós tenha falhado” (Hb 4:1); ou ainda, “Deus porém não se agradou da maior parte deles, razão porque seus corpos foram espalhados no deserto. Ora, estas coisas aconteceram como exemplos, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram” (I Co 10:5-6). Santificai-vos hoje e amanhã, e que todos estejamos prontos para o terceiro dia, pois Ele, como prometeu, virá! Deus nos abençoe.
Pr Marcos Reis