A VITÓRIA SOBRE O EU: ALMA VIVENTE E ESPÍRITO VIVIFICANTE
“Assim também está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente; o último Adão, espírito vivificante. Não veio primeiro o espiritual, mas o natural, depois o espiritual. O primeiro homem, sendo da terra, é terreno, o segundo homem é do céu (I Co 15:45-47)
A alma é a sede das nossas emoções, vontades e intelecto. Adão, quando criado, foi feito “alma vivente”. Um ser humano dotado de vontades, emoções, poder de decisão. Uma ordem foi dada a ele: Não comer da árvore da ciência do bem e do mal. De todas as outras árvores ele poderia comer, até mesmo da Árvore da Vida. Adão foi criado tremendamente perfeito, mas, por incrível que possa parecer, ainda não estava pleno. Ainda era alma vivente. Se comesse da Árvore da Vida, que é a vida de Cristo, viveria eternamente. Adão foi criado terreno; se comesse da Árvore da Vida, seria celestial. Deus havia soprado nele o seu fôlego de vida. Comer da Árvore da Vida ao invés da árvore do conhecimento do bem e do mal, era escolher a dependência ao invés da independência, e iria fazer com que o espírito que ele recebeu de Deus pudesse governar a alma com suas emoções e vontades... Não há problema em ter emoções, vontades e intelecto; o problema é ser governado por isso.
A vida da alma (psychê) é substituída pela vida eterna (zoe). Vida eterna, celestial, não é a melhora da vida da alma, mas uma vida totalmente nova. “Não se põe vinho novo em odre velho”. Um homem não pode ter as “duas vidas” em si mesmo. Se quiser salvar a vida da alma, perderá a vida eterna. “Quem quiser salvar a sua alma, a perderá, mas quem perder a sua alma, por amor de mim, a achará” (Mt 16:25). A alma vivente precisa dar lugar ao espírito vivificante. O natural dar lugar ao celestial. Adão não tinha o corpo de glória. Foi criado para se alimentar de Cristo e ao invés disso, escolheu o caminho da independência. Essa é a herança de Adão que recebemos desde que nascemos: o governo da alma sobre todo o nosso ser. Assim, então, precisamos nos alimentar de Cristo, rejeitar o governo da nossa alma, entregá-la à morte mediante o trabalho diário da cruz. A vida da alma, a vontade da carne, o terreno, dando lugar ao celestial.
A vida eterna (zoe) é uma nova vida. Recuperada através da ressurreição. Entregamos a vida da alma ao trabalhar da cruz, e assim, temos em nós, a vida eterna, a vida do céu. Pode ser chocante afirmar, mas o evangelho nunca prometeu melhorar a nossa vida da alma, mas, ao contrário, o verdadeiro evangelho, ensina a entregar à morte para que o Senhor possa nos ressuscitar para a vida eterna!
“Portanto, se fostes ressuscitados com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, não nas que são da terra. Pois morrestes, e a vossa vida está oculta com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória. Fazei pois morrer a vossa natureza terrena...” (Cl 3:1-5a).
Nosso destino não é o Éden onde Adão estava. Nosso destino não é recuperar o que Adão perdeu. Nosso propósito é ter a natureza divina do Pai. Cristo não é o "plano B" devido à falha de Adão. A centralidade sempre foi Cristo partilhar a vida de Deus de maneira plena na obra prima da criação do Pai, que somos nós. Recebemos de Adão uma alma vivente; recebemos de Cristo, um espírito vivificante. O primeiro natural, o último celestial. O que temos que fazer? rejeitar o poder da alma, que nos leva para o caminho da independência, entregando a morte diária na nossa cruz, para que o Espírito Santo traga a vida de Cristo plenamente em nós. Deus abençoe sua vida.
Pr Marcos Reis