AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - ETÃ 3/42
“Partindo de Sucote, acamparam-se em Etã, que está na extremidade do deserto” (Nm 33:6). “Assim partiram de Sucote, e acamparam-se em Etã, à entrada do deserto”(Ex 13:20)
“Seja vossa vida isenta da ganância, contentando-vos com o que tendes; porque ele mesmo disse: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei”(Hb 13:5)
“Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração ” (Hb 4:12)
Chegamos em Etã, a entrada do deserto, a terceira etapa da caminhada do povo de Israel desde o Egito à terra da promessa. Cada etapa é muito importante em nos ensinar algo. O caráter de maturidade (Cristo) em cada um de nós é formado com o adquirir da experiência em cada jornada específica da nossa vida em que o Espírito Santo nos dirige. Caminhando, parando, prosseguindo e acima de tudo, aprendendo. É muito interessante a Nuvem (figura do Espírito Santo que nos guia) parar nessa estação Etã, cujo significado pode ser entendido como “com eles” ou "a relha do arado deles”.
Depois da lição da provisoriedade da caminhada e da nossa natureza celestial, em Sucote, imediatamente, o Senhor nos encoraja que estará conosco em todo o percurso! Nossa caminhada não será à própria sorte; o Pai “com eles” é o nosso penhor e esperança da vitória. Relha de arado é a parte do arado que corta a terra, lâminas afiadas como grandes facas que penetram a terra a fim de que a semente alcance a profundidade. Aqui entendemos a benção do cuidado de Deus e o trabalhar dele em nós para que tenhamos a sua Verdade cravada de maneira profunda em nós. Uma caminhada com superficialidade não nos levará muito longe. É preciso que o VERBO se encarne, entranhe em nós, como tão maravilhosamente o evangelista João traduz no início do seu evangelho.
Um dos grandes desafios que muitos de nós temos em viver uma vida de provisoriedade, reconhecendo que não temos nada nesse mundo, e que nossa pátria é celestial, são os cuidados dessa vida. Nos versículos imediatamente seguintes ao acampar em Etã, o Espírito Santo nos adverte na Palavra algo que será a máxima em toda a caminhada: “Durante o dia o Senhor ia adiante deles, numa coluna de nuvem, para guiá-los no caminho, e de noite, numa coluna de fogo, para iluminá-los, e assim podiam caminhar de dia e de noite. A coluna de nuvem não se afastava do povo de dia, nem a coluna de fogo, de noite” (Ex 13:21-22). Ele NUNCA se afasta de nós, embora sejamos tentados a pensar o contrário. Não precisamos nos preocupar porque Ele tem cuidado de nós em toda essa era de peregrinação.
Jesus, na parábola do semeador, nos ensina algo muito maravilhoso sobre os cuidados dessa vida; a palavra que caiu entre os espinhos, que crescendo, e a sufocaram: “E o que foi semeado entre espinhos, este é o que ouve a palavra; mas os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e ela fica infrutífera” (Mt 13:22). Como então evitar que os cuidados da vida sufoquem a Palavra? A jornada em Etã nos explica magistralmente: A Palavra do Reino precisa ir fundo, dentro da terra do nosso coração como uma lâmina penetrante, como uma relha do arado, para que não fique na superfície e seja sufocada com os espinhos, os cuidados dessa vida.
Confiar sempre no cuidado do nosso Pai e deixar que Ele aprofunde a Sua Palavra em nós para que não nos voltemos aos desejos desenfreados das coisas dessa vida, é a lição extraordinária de Etã para cada um de nós. Deus nos abençoe
Pr Marcos Reis