Jornadas até a plenitude de Cristo -QUIBROTE 13/42

AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - QUIBROTE-HATAAVÁ 13/42

“Partiram do deserto de Sinai, acamparam-se em Quibrote-Hataavá”. (Nm 33:16)

“Os estrangeiros que estavam no meio deles desejaram muito outro alimento, e os filhos de Israel tornaram a chorar, dizendo: Quem nos dará carne a comer? … Então soprou um vento do Senhor e trouxe codornizes do mar, e as espalhou pelo arraial quase caminho de um dia, de um lado e de outro lado, ao redor do arraial; quase dois côvados sobre a terra.Então o povo se levantou todo aquele dia e toda aquela noite, e todo o dia seguinte, e colheram as codornizes; o que menos tinha, colhera dez ômeres; e as estenderam para si ao redor do arraial. Quando a carne estava entre os seus dentes, antes que fosse mastigada, se acendeu a ira do Senhor contra o povo, e feriu o Senhor o povo com uma praga mui grande. Por isso o nome daquele lugar se chamou Quibrote-Hataavá, porquanto ali enterraram o povo que teve o desejo.” (Nm 11:4,31-34)

     Depois de um ano inteiro no Sinai, os filhos de Israel seguem a sua jornada, não mais como simplesmente um povo, mas como um exército coletivo, uma nação santa e sacerdotal aliançada com Deus através da Sua Lei. O tabernáculo edificado estava ali, e com ele, a glória do Senhor presente. Nessa caminhada ainda havia estrangeiros no meio do povo, e estes, desejaram muito outro alimento. Os filhos de Israel se deixaram contaminar com esse desejo mal. Estrangeiros no meio do povo sempre falará a respeito daqueles que estão no meio da igreja mas que nunca tiveram uma real experiência de novo nascimento, nunca experimentaram Cristo, por isso desejam, constantemente, outro alimento. Nunca um povo alcançado com o Senhor deveria chorar e se deixar corromper desse jeito. Isso nos retrata o perigo das más conversações e companhias na caminhada cristã. Paulo nos adverte para que tenhamos cuidado em nos associar com esses estrangeiros no meio do povo: ”Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais” (I Co 5:11).

     Cristo não é suficiente? Este é o grande problema da nossa caminhada. Parece que precisamos sempre de algo a mais. Isso definitivamente pode até ser entendido quando ainda somos serres individuais em busca dos desejos da nossa alma, mas, uma vez que somos uma nação sacerdotal, santa; um povo eleito por Deus para reinar com Cristo e O conhecer na Sua plenitude, JAMAIS deveria haver qualquer desejo de outro alimento. Cristo é a suficiência e centralidade da vida do Seu povo. Desejar carne, tendo o Pão da Vida como alimento, é desprezar da forma mais infame a glória de Deus e de Cristo na nossa jornada. Desejavam algo a mais para serem felizes e saciados, e o pior de tudo, foi Deus conceder o seu desejo. “Cedo porém se esqueceram das suas obras e não esperaram o seu conselho. Deixaram-se levar pela cobiça no deserto; tentaram a Deus na região árida. De sorte que lhes satisfez o desejo, mas fez definhar as suas almas” (Sl 106:13-15). A pior coisa que pode acontecer para um povo chamado para o coletivo, é ter seus pedidos individuais atendidos. O lugar se chamou Quibrote-Hataavá, que significa “túmulos da cobiça” e ali morreu uma grande quantidade de pessoas. Antes que a carne fosse mastigada, quando ainda estava nos dentes, foram castigados e morreram para o propósito para o qual foram chamados.

     Esta estação nos ensina muitas coisas: Somos um povo coletivo e devemos nos mover pelas necessidades coletivas e não pelos desejos individuais da nossa alma; também nos ensina que sempre haverá perto de nós aqueles que não entendem o chamado e, se não tivermos cuidado, sofreremos influências que podem nos tirar do nosso destino. Mas o maior dos ensinamentos aqui, sem dúvida é, entender que, tendo Cristo, não temos necessidade de mais nenhum alimento; nada do Egito pode mais nos saciar, e por isso, não sentimos mais falta nem desejamos esse alimento. Mas e se este desejo por outro alimento ainda persiste em nós, o que fazer? A resposta é pensar realmente em primeiro lugar se somos nascidos de novo, ou seja, se de fato, somos povo de Deus ou estrangeiros no meio do povo. Convictos que somos povo de Deus, perguntar a si mesmo: O quanto eu tenho me alimentado de Cristo a ponto de ainda cobiçar outras coisas? Deus nos abençoe.

Pr Marcos Reis


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