Jornadas até a plenitude de Cristo - RITMA 15/42

AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - RITMA 15/42

“Partiram de Hazerote acamparam-se em Ritma”. (Nm 33:18)

“Depois disso, o povo saiu de Hazarote e se acampou no deserto de Parã” (Nm 12:16)

     As muitas paradas do povo de Israel têm um significado poderoso para que entendamos a nossa carreira cristã, desde a justificação até a plenitude de Cristo, nossa glorificação que tanto almejamos com a volta do nosso Senhor. É importante também entender que cada grupo de paradas significa uma área que o Senhor quer tratar em nós, seja individualmente ou de maneira coletiva. Esses "grupos de paradas" são os diferentes desertos que o povo de Israel atravessou ao longo dos quarenta anos de peregrinação.

     No “deserto perto do Mar Vermelho” (Ex 13:18), o primeiro deserto, temos as sete primeiras paradas, de Ramessés até o outro lado do Mar Vermelho. Ali vimos desde a revelação da nossa natureza caída em Ramessés até a contemplação das misericórdias diante do Mar Vermelho, já do outro lado, com o inimigo vencido, passando pela experiência da provisoriedade dessa vida terrena e o cuidado de Deus em todo esse processo. Riquíssimo o entendimento deste “primeiro” deserto porque vai falar do processo da nossa justificação. Atravessar o Mar Vermelho é passar pelo sangue de Cristo, termos nossos pecados perdoados e começar, então, nossa carreira, nos submetendo, a partir daí ao processo de santificação, até a plena salvação que há de ser revelada no último tempo (I Pe 1:5).

      Após vencer este deserto, o povo entra em uma segunda etapa, o deserto de Sim, que contemplaria as quatro próximas estações, todas elas com o foco no quebrantamento que nos leva a entender que a nossa identidade é maior do que nossa condição. O processo de santificação necessariamente começa com uma experiência individual. Aqui definitivamente nesse deserto o entendimento o quanto o indivíduo deve se deixar quebrar, amassar para que a vontade de Deus suplante a sua. Só foram necessários três meses para que se cumprissem essas onze primeiras estações e fossem vencidos esses dois desertos.

     Entraram na terceira fase, agora o deserto do Sinai. Aqui seriam mais três paradas. O início de uma transição de mente. O crescimento em santificação e maturidade sempre passa pela transição do individual para o coletivo. Cientes da revelação do Pai quanto à grandeza da Sua obra; à visão celestial, e ao quebrantamento individual necessário para irem adiante, no Sinai, eles começam vivenciar a transformação de um montante de indivíduos em uma nação sacerdotal; entraram ali como homens, mulheres e crianças, e saíram, depois de um ano, como um exército poderoso ordenado para a guerra, com o Deus Todo Poderoso alcançado e "tabernaculando" no meio deles. Através de uma dura lição, onde muitos morreram vencidos e sepultados em sua própria cobiça, aprenderam que um povo coletivo e aliançado, não pode mais errar como antes. Aliança e juízo andam juntos. Para que não caíssem mais nesse erro, uma última lição deveria ser aprendida: o principio da autoridade espiritual. Deus usa homens para cumprir seu propósito, e, se rebelar contra esses homens, é se rebelar contra o próprio Deus.

     Finalmente chegamos na 15ª estação, Ritma, que na verdade é o início de um novo ciclo, a primeira de dezoito paradas em um novo deserto: o deserto de Parã; um foco: a Santificação da nação. “Vós me sereis reino sacerdotal e uma NAÇAO SANTA”. O nível de santificação aumenta quando passamos a falar do processo do Corpo, e não somente de indivíduos. Não entraremos na plenitude de Cristo como indivíduos, mas como Corpo. “Porque Cristo é o Cabeça da igreja, o marido é o Salvador do Corpo” (EF 5:23). É exatamente desse lugar que o Senhor manda Moisés enviar os doze espias, um de cada tribo para espiar a terra, e sabemos qual foi o resultado, somente Josué e Calebe, das tribos de Efraim e Judá (há um mistério lindo aqui a respeito da Casa de Israel e da Casa de Judá - o povo do Altíssimo - para estudarmos mais a frente), trouxeram um relatório baseado na fé em um Deus que pode todas as coisas, até mesmo as impossíveis; todos os demais, fracassaram, não crendo e desanimando a nação. Por quarenta dias espiaram a terra, e cada dia, significou um ano no deserto, por causa desse pecado.

     Se estivéssemos falando de indivíduos, a decisão seria simples: os dez infiéis perderiam e herança e os dois seguiriam para a bênção. Mas quando se fala da santificação de uma nação, o pecado de um interfere em todo o Corpo. A duríssima lição de ser repreendido mesmo tendo crido; de atrasar a sua caminhada, “por causa de outros” seria aprendida. Nunca mais falariam o clichê de muitos crentes atuais: “A salvação é individual”. Definitivamente não! O Corpo todo sentiu o pecado dos membros infiéis. Ali eles desejaram voltar para o Egito, intentando “levantar outro capitão” para essa tarefa (Nm 14:4) e o povo que rejeitava o Senhor só não foi dizimado definitivamente por causa da intercessão do mesmo Moisés (Nm 14:19-20). Por dez vezes eles tentaram ao Senhor, e desta vez, a sentença foi estabelecida: nenhum deles entraria na terra prometida (Nm 14:23) e ali mesmo morreram os dez homens incrédulos que fizeram o povo inteiro perecer (Nm 14:37).

     Fica-nos aqui a lição desse início do processo de Parã (lugar de cavernas) mais demorado que o povo enfrentou nos quarenta anos do deserto: A santificação coletiva. Se um membro pecar, todo o povo peca junto. Por isso a necessidade de cuidarmos e nos deixarmos ser cuidados uns pelos outros a fim de que cheguemos juntos até o destino final. Vamos seguindo! Deus nos abençoe.

Pr Marcos Reis


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