Jornadas até a plenitude de Cristo - DOFCA 9/42

AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - DOFCA 9/42

“Partindo do deserto de Sim, acamparam-se em Dofca” (Nm 33:12)

“Desci à casa do oleiro, e vi que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas. O vaso que ele fazia de barro, se quebrou na sua mão, pelo que o oleiro começou a fazer dele outro vaso, conforme bem lhe pareceu” (Jr 18:3-4)

“Crescia Jesus em sabedoria, em estatura, e em graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2:52)

     O povo continua sua jornada em direção à Canaã, para nós, a plenitude de Cristo. Chegaram a nona estação: Dofca, que que significa literalmente “batendo”, ou ainda numa variação, “conduzir rapidamente”. Como falamos, nas sete primeiras estações, a natureza da obra de Deus é revelada, e a partir de Sim, há uma nova etapa se iniciando: o trabalhar do Espírito no tocante à plena formação da natureza de Cristo em nós. Em Sim, aprendemos a respeito desse espinhoso trabalho pois a nossa natureza humana é como uma fortaleza que precisa ser tomada por dentro.

     Dofca, vai nos ensinar o crescimento da vida de Deus em nós de uma forma muito tremenda. Para isso, quero fazer alusão ao crescimento em estatura de Jesus. Ao contrario de LC 2:40, que fala “E o menino crescia e se fortalecia, tornando-se pleno em sabedoria; e a graça de Deus permanecia sobre Ele”, onde a palavra crescia usada aqui é o grego “auxano”, que aponta para um crescimento natural; o crescimento em estatura (Lc 2:52), que em algumas versões bíblicas, são traduzidas por desenvolvimento, não é usada a mesma palavra, mas, “prokopto”, que literalmente significa: Ultrapassar, estirar pelo martelar como um ferreiro forja metais, ir adiante, avançar. Não devemos nos enganar, mas o nosso crescimento espiritual, ou seja, a formação de Cristo em nós, passa por um processo de pressão, onde o ferreiro vai forjar o metal conforme ele quer.

     O vaso que “se quebrou” nas mãos do oleiro”, o YATSAR, o Edificador, somos nós. Quebrar-se diante de Deus é o que precisamos e assim sermos refeitos, “como bem lhes parecer”. Por que precisamos não ser quebrados por Deus, mas “nos quebrarmos nas mãos Dele”? Há uma diferença entre ser quebrado e deixar-se ser quebrado. Não temos dúvida que, mesmo sabendo que os dois processos se darão com o “bater”, se entregar a esse propósito é muito menos doloroso. Em momentos necessários de pressão, entendendo o Seu glorioso propósito, não lutaremos contra o Oleiro, não hesitaremos em nos quebrar nas suas mãos. Dofca é o lugar onde se aprende que as batidas do Senhor não são mais do que a oportunidade de nos entregar a esse oleiro maravilhoso. Assim como aprendemos a deixar a impenetrabilidade da nossa natureza não atrapalhar e estatura plena; da mesma forma também não somos inquebráveis. Suas mãos é o melhor lugar para sermos desconstruídos e restaurados não conforme nossa vontade, mas conforme Ele quer. Ele é o Edificador, o Oleiro, nós o vaso. Se quebrar, não é uma opção.

     Existe aquilo que cresce naturalmente, e também o crescimento que necessariamente acontece com as pressões, do forjar pelo fogo e as vezes pelas batidas. Crescer à medida da estatura de Cristo, implicará muitas vezes se deixar pressionar, porque em muitos momentos, isso não acontecerá naturalmente, dada a inclinação da nossa natureza. Nadar contra o curso natural muitas das vezes não é uma tarefa fácil. O Oleiro precisa que o vaso se quebre em suas mãos. Confiemos e sigamos até à maturidade de Cristo. Deus nos abençoe.

Pr Marcos Reis


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