DO MUNDO A JESUS, DE JESUS AO CRISTO II
“Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?” (Mt 16:15)
Só há salvação em um nome: Jesus Cristo, o Nazareno (At 4:10-12). Jesus não pode ser conhecido pela expressão do nosso desejo mas como ele realmente é! A pergunta acima de Jesus para os seus discípulos é muito importante e pode perfeitamente ser repetida hoje para cada um dos crentes que participam de uma igreja: “Quem é Jesus para você?”
Quando ouvimos alguém falar sobre Jesus, precisamos ter a certeza de que estamos sendo ensinados a respeito de Jesus, o Cristo, o único que é Salvação. Sabemos que nos últimos dias, muitos vêm no nome de Jesus, dizendo que são o Cristo, e mentindo, enganam a muitos (Mt 24:5). E por que enganam? Porque pregam a “agradável" mensagem sobre alguém que é uma expressão da necessidade e desejo humano e não sobre o verdadeiro Cristo. É perfeitamente possível que muito do que se ouve hoje a respeito de Jesus, não é de fato a pregação de Jesus Cristo, e por isso, tem sido totalmente ineficaz para a salvação! Se atentar para o perigo da mensagem de alguém que vem em Seu Nome sem ser Ele, é a advertência que o próprio Jesus nos fez, dizendo: “Vede que ninguém vos engane” (Mt 24:4). Naquele Dia, muitos dirão: “Em teu Nome fizemos…” e ouvirão: “Nunca vos conheci”. E se a fé de muitos estiver em um Jesus que não é o Cristo? Naquele Grande Dia serão estes salvos? Por isso vemos a importância da pergunta de Jesus aos seus discípulos e a nós hoje.
É normal não termos logo no inicio da nossa caminhada a percepção clara de quem é Cristo, e ainda vê-lo de maneira equivocada. A maioria de nós foi alcançada através da satisfação de uma necessidade. Não tem problema! Mas como diz o profeta Oséias: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR” (Os 6:3). Não podemos parar na satisfação das nossas demandas. Se assim o fizermos, não conhecemos Cristo verdadeiramente. Os discípulos mais íntimos, como falamos, antes de serem esclarecidos, ainda achavam que tinham direito aos melhores lugares (Mc 10:37); que seriam reconhecidos como os maiores (Lc 9:46); que teriam poder para destruir os opositores (Lc 9:54). É claro que ainda não estavam salvos porque não conheciam o SENHOR como Ele é! Reflitamos: Podemos dizer que existem percepções semelhantes a estas na igreja atual?
Jesus então diz aos discípulos, o que é ser Cristo: O Filho do Homem será repartido e derramado, ao terceiro dia ressuscitará! Se somos Seu Corpo, assim igualmente, repartidos e derramados seremos (Mt 16:21,24-25). É esse entendimento que Jesus queria que tivessem sobre a pergunta “quem sou eu para vocês”. É no repartir e no derramar que o Cristo verdadeiro é reconhecido! Não se deixe enganar pelos muitos que vêm em Seu Nome! Foi no partir do pão que os discípulos no caminho de Emaús o reconheceram e imediatamente voltaram para o propósito em Jerusalém (Lc 24:30-33). Foi o discurso do comungar no partir do pão e no derramar do sangue que fez muitos discípulos de Jesus o abandonarem pois não aceitaram a proposta que a mesa do Senhor não era mais para satisfação das nossas necessidades mas para que, assim como Ele se deu por todo o mundo (Jo 3:16), nós também possamos dar a nossa vida pelos nossos irmãos (I Jo 3:16). Esse foi o “duro discurso” sobre o qual disseram “quem o pode suportar?” (Jo 6:60-66). Por que também não o abandonamos? Porque Só Jesus, o Cristo, tem as palavras de Vida eterna!
É essa a doutrina dos apóstolos que a igreja primitiva perseverava: Jesus é o Cristo! Por isso tinham tudo em comum e repartiam o pão! A mensagem de Cristo não pode ser entendida pelos homens naturais, não pode ser revelada por carne, mas somente pelo Pai. Não é baseada em necessidade ou desejo humano. A mensagem do Cristo decepciona quem deseja ser o maior, porque o maior é quem serve; entristece quem só deseja receber, porque é no repartir que se revela a Verdade. Quer ser cheio? Reparta, transborde! É triste ver que a mensagem de Cristo repartido e derramado, ainda decepciona e ofende e por muitos é considerada um duro discurso. Jesus indo para a cruz disse: “Pai glorifica o teu Filho” (Jo 17:5). A Pedro, Jesus disse: “quando era menino andavas por onde querias, mas quando fores mais velho, estenderás a mão e outro te vestirá, e te levará para onde não queres” (Jo 21:18). Esse era o tipo de entrega, de morte, que Pedro haveria de glorificar a Deus. A glorificação do homem não está no seu sucesso nesse mundo mas na sua entrega ao propósito eterno. Que Deus nos ajude a amar Cristo verdadeiramente! Que não sejamos enganados pelos falsos Cristos.
Deus abençoe
Pr Marcos Reis
