O Sacerdócio da Aliança Eterna em Cristo III

Igreja - O Sacerdócio da Aliança Eterna em Cristo III

 

“Disse-lhe Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte do Pai; por qual delas me apedrejais? Responderam-lhe os judeus: Não é por obra boa que te apedrejamos, e sim por causa da blasfêmia, pois como sendo tu, mero homem, te fazes Deus a ti mesmo. Replicou-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse, sois divinos?” (Jo 10:32-34). “Enoque andou com Deus e já não era, e Deu para si o tomou”(Gn 5:24)

 

Os filhos maduros do Pai, sacerdotes, são os que são chamados para mostrar Deus aos homens e os homens a Deus. Somos, na plenitude da Aliança, em Cristo, chamados para sermos a expressão do Filho nesse mundo! Este é o nosso “comer e beber”; essa é a vontade do Pai. Somos “sementes" de Deus plantados nesse mundo com um propósito! Quando o homem pecou e foi destituído da glória, Deus prometeu a reconciliação através de uma SEMENTE, Cristo! Semente é aquilo que morrendo para si mesmo, dá muito fruto. Cada filho de Deus, que discerniu a mesa de Cristo, é um grão que vivendo para si, morre, mas morrendo para si, não só vive, mas traz vida a muitos outros!

Nunca foi sobre o que fazemos ou onde fazemos, mas sobre quem somos: participantes da natureza divina em Cristo. Os religiosos, presos na escravidão das suas próprias realizações, confessaram que não queriam apedrejar Jesus por suas boas obras, mas por Ele dizer ser quem é. Já falamos que a maior artimanha do diabo é que vivamos voltados para nossas próprias realizações nos mais diversos lugares, nos ocupando com coisas, na sua maioria, boas e lícitas. Quanto mais essas coisas derem certo, estando nós na essência de propósito errado, mais nos perdemos. Mais presos na escravidão ficaremos!

"O escravo é lançado fora, mas o filho fica na casa para sempre" (Jo 8:35). Os que pensam como escravos são os que querem ser reconhecidos pelo que fazem, e estão sempre em busca de um lugar melhor para “prosperar" seus próprios planos. Não entendem a redenção da Nova Aliança, que nos liberta de quem éramos por natureza, e nos leva a ser quem somos em Cristo. Escravos são cheios de culpa, ainda que muitas vezes, pareça aspecto de piedade, e, igualmente, necessitam de reconhecimento por seu suposto mérito. O filho maduro, no entanto, vive e é reconhecido por quem é. Essa é a verdadeira libertação no Filho, descobrir quem somos Nele: “Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8:36). Enoque andou com Deus e não se sabe o que fez nem para onde foi, mas que "já não era" quem foi um dia, tomado por Deus, se tornou um com Ele. 

Deus sempre se apresentou não pelo que faz mas por quem é! “Eu Sou o que Sou”. E se soubermos quem Deus é, saberemos quem nós somos! A ansiedade é pecado porque é incredulidade, é dúvida de quem Deus é, portanto, dúvida de quem somos, não no futuro, mas na eternidade. A fé é a firme convicção de quem somos na eternidade, ela anula a ansiedade pelo dia de amanhã. Todo dia é o nosso Hoje Eterno. Igualmente, a idolatria é uma abominação porque deseja trazer Deus à imagem humana, enquanto o evangelho faz o homem entender que é divino na sua essência eterna em Cristo.

A Babilônia da terra, escrava, quer subir pra alcançar recompensa; a Nova Jerusalém, livre, de cima, desce pra manifestar o que foi criado para ser desde a eternidade. Estávamos mortos na nossa individualidade humana, ressuscitados por Cristo, agora somos livres na nossa essência divina para cumprirmos nossa missão aqui e voltarmos para Casa, para o Pai, assim como Jesus nos ensinou, que quem subiu é na verdade o mesmo que antes desceu! “Vim do Pai, entrei no mundo, agora deixo mundo e volto para o Pai” (Jo 16:28). "Não está escrito na vossa Lei: sois divinos"? Que enquanto estivermos aqui não nos preocupemos com o que vamos fazer ou para qual lugar devemos ir, mas que nos ocupemos em manifestar quem somos, Corpo de Cristo!

 

Deus Abençoe,
Pr Marcos Reis


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