Jornadas até a plenitude de Cristo - ABRONA 31/42

AS JORNADAS ATÉ A PLENITUDE DE CRISTO - ABRONA 31/42

“Partindo de Jotbatá e acamparam-se em Ebronah” (Nm 33:34)

"Então veio um, que escapara, e o contou a Abrão, o hebreu” (Gn 14:13)

     Saindo da estação dos ribeiros de águas, Jotbatá, onde aprendemos, como povo de Deus, a lição de sermos liderados absolutamente por uma vida no Espírito o povo chega em Ebronah. A essa altura, com o período de 38 anos já chegando ao seu fim, aprendemos que a verdadeira maturidade é termos um ventre tomado pelo Espírito de Deus. É aqui que Deus começa definitivamente dar ao povo a posse da terra. Uma parada depois e o povo será autorizado a subir os montes para tomar posse da terra.

     A palavra Ebronah, ou Abrona, vem de raízes hebraicas que dão a sensação de passagem, a travessia, transição. É da mesma raiz da palavra “hebreu” e “Hebrom” que significam respectivamente “o que vem do outro lado” e aliança”.

     Somente ao atravessar os ribeiros de águas em Jotbatá e assumirmos uma vida dirigida pelo Espírito, estaremos prontos para avançar de forma definitiva em relação à plenitude de Cristo. Vemos essa realidade pre-figurada em Abrão. Ele atravessou o rio Eufrates, sendo conhecido como “o hebreu”, e, a partir daí, o Pai o fez avançar nessa aliança maravilhosa. Abrona é uma realidade de progresso em relação a Verdade de Deus e de uma vida totalmente comprometida com o Seu propósito.

     A verdadeira vida plena só começa a ter um sentido amplo e definitivo quando existe este “divisor de águas” na vida de um filho de Deus e do Corpo de Cristo: quando o ventre e seus desejos pessoais são vencidos por uma vida no Espírito, uma vida de aliança com Deus e seu propósito eterno. Em Abrona, o Corpo começa a entender de forma definitiva esse plano eterno e tem prazer em se submeter a ele. Paulo diz aos romanos que “aqueles que são guiados pelo Espírito Santo, estes são filhos maduros de Deus” (Rm 8:14). Já somos filhos, mas não estaremos prontos para as riquezas do reino de Cristo, sem que essa mudança significativa seja realidade na vida do Corpo. Abrona é a certeza de que cruzamos, atravessamos, fizemos a transição de uma realidade humana para uma realidade de total aliança com o Senhor.

     Precisamos ter o entendimento que esse propósito eterno não se trata apenas de um estilo de vida, é mais que isso. Não se trata somente de “fazer o que Jesus faria” como fomos tantas vezes ensinados. O Verbo da Vida não somente nos ensina mas se entranha em nós. Não se trata mais de viver bem e honestamente com a força de um coração bem intencionado, mas Dele viver em nós. Uma vida de aliança é uma vida consumida e totalmente entranhada com o Pai e seus desígnios. Já não se pode mais separar a mensagem da pessoa. A identidade de alguém que cruza o rio, é confundida com a missão, Abrão já não é somente um homem que recebeu uma promessa e caminha para ela; mas alguém que já carrega na sua identidade a própria promessa entranhada. Ele é “o hebreu”. Não se pode mais desassociar o mensageiro da mensagem, os dois são um só. Esse é o real sentido de aliança tão retratado no casamento, por exemplo: os dois são um em todos os sentidos, não somente na identidade, mas igualmente no propósito.

     Chegar a Abrona e vencer essa estação, é ter uma vida no Corpo consumida pela causa. “Por essa causa eu, Paulo, sou o prisioneiro de Jesus Cristo por vós, os gentios” (Ef 3:1). Onde está a vida desse homem? A resposta é: Escondida na causa que ele carrega. Pessoas precisam olhar para nós e ver mais do que homens buscando uma vida honesta, mas um povo com uma causa estampada na vida. Ao olhar para Abrão, se diz a respeito dele: Ele atravessou, não é o mesmo, está definitivamente “do outro lado”. Essa é a visão que o Senhor quer expressar no seu Corpo, seu povo, sua igreja. Deus nos abençoe.

Pr Marcos Reis


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